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Andamos na nova geração do BMW Série 3
Avaliação

Andamos na nova geração do BMW Série 3

Sétima geração do sedã ganha visual renovado, motor mais forte e tecnologia que ‘fala’ com o motorista; novo Série 3 chega ao Brasil em 2019 e será produzido no País

Thiago Lasco, de Monchique, Portugal

12 de dez, 2018 · 8 minutos de leitura.

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série 3
Nova geração tem visual evolutivo em relação a anteriores e mais tecnologia
Crédito:Foto: BMW/Divulgação
série 3

Depois de horas a fio dirigindo, a paisagem da estrada fica monótona e é inevitável querer terminar logo o percurso, mesmo se seu carro for um BMW Série 3. Mas o destino ainda está longe. “Ei, Isadora! Estou cansado”, você diz. Isadora então diminui a temperatura do ar-condicionado para 18°C, põe uma música animada e escolhe um tom revigorante para os LEDs que iluminam a cabine.

Isadora poderia ser chamada de Penélope ou Cauã – quem escolhe o nome é o motorista. Trata-se de um assistente virtual que a BMW colocou na sétima geração do sedã. Mostrado nos últimos salões de Paris e São Paulo, o novo modelo começa a ser vendido na Europa em março de 2019. Ao Brasil, deve chegar até junho. O preço ainda não definido.

Tradicionalmente, o Série 3 é o carro escolhido pela BMW para estrear recursos que depois serão incorporados aos demais modelos da marca. Foi assim com a internet a bordo (2008) e o head up display (2012).

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Desta vez, a principal novidade é a inteligência artificial. O dispositivo permite acionar, por meio de comando de voz, diversos sistemas do carro. É possível consultar e-mails, compromissos na agenda, pesquisar endereços. Até a previsão do tempo, entre outras funções.

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Por enquanto, o assistente só entende alemão e inglês. A BMW está trabalhando para que, na época do lançamento no Brasil, a ferramenta já consiga “falar” português.

Entre as novidades do Série 3 estão instrumentos virtuais (uma tela configurável de 12,3 polegadas), faróis a laser (não ofuscam quem vem no sentido contrário) e assistente de estacionamento reverso (o sedã manobra sozinho em marcha a ré; o motorista só precisa controlar os pedais).

Tecnologia a bordo

Há ainda um recurso que orienta a trajetória do veículo em passagens estreitas e outro que transforma o smartphone em chave digital para abrir as portas e ligar o motor. Alguns itens são opcionais e a BMW ainda não definiu quais estarão disponíveis no Brasil.


Por fora e por dentro, o Série 3 recebeu atualizações de estilo. Os faróis ganharam um “dente” na parte inferior, as linhas da grade dianteira foram arredondadas. As entradas de ar também cresceram. Atrás, as lanternas são escurecidas e em forma de bumerangue.

Os comandos foram agrupados em ilhas, deixando mais enxuto o visual do painel e do console central. O acabamento inclui bancos de couro e cintos de segurança com costuras nas cores da divisão esportiva M (na versão avaliada, 330i).

O aumento de todas as dimensões (7,6 centímetros no comprimento e 4,1 cm no entre-eixos) deu ao sedã um ar mais parrudo. O espaço extra também aprimorou o conforto. Há mais espaço para os ombros de quem viaja na frente e para as pernas dos ocupantes do banco de trás. Um passageiro mais distraído pode até se sentir em um Série 5.


Mesmo com sangue novo, as qualidades de sempre

O comportamento dinâmico continua sendo um dos pontos fortes do Série 3. O carro “veste” o motorista como poucos. A direção tem respostas muito diretas e o sedã alemão gruda no chão em curvas, favorecido pelo centro de gravidade mais baixo e pela firmeza da suspensão adaptativa.

Para-brisa e vidros das portas dianteiras têm isolamento acústico, garantindo silêncio a bordo.

O sedã ganhou uma nova família de motores. Por ora, a gama tem duas opções a gasolina (320i e 330i) e duas a diesel (318d e 320d). Todas são de 2 litros e quatro cilindros. Em 2019, virão uma opção híbrida do tipo plug-in (330e) e uma esportiva (M340i, com propulsor 3.0 de seis cilindros).


Versões nacionais

No lançamento no Brasil haverá apenas a 330i, inicialmente importada da Alemanha e depois fabricada em Araquari (SC). Nessa versão, o motor 2.0 gera 258 cv (ganho de 13 cv) e o câmbio é automático de oito velocidades. O torque máximo surge às 1.550 rpm.

Como a relação das primeiras marchas são curtas e o câmbio faz trocas rápidas, o carro arranca e retoma velocidade com muita esperteza. A boa disposição deixa claro que a sétima geração do Série 3 mantém o vigor de sempre – e isso é ótimo.

Nos modos Sport e Sport Plus, as marchas são trocadas em faixa de giro mais altas e a direção fica ainda mais justa. O sedã acelera de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos e chega a 250 km/h.


Se a condução é sempre prazerosa, com equilíbrio entre esportividade e requinte, é preciso ter certa paciência com o assistente virtual. Afinal, Isadora (ou o nome que se queira dar) ainda é um bebê e tem muito o que aprender.

Na unidade (de pré-série) avaliada, os comandos de voz funcionaram na base da tentativa e erro, com frases simples que tinham de ser pronunciadas em inglês pausado e castiço – e às vezes reformuladas. Até o lançamento comercial, em março, esperam-se melhoras no desempenho da ferramenta.

Ficha técnica

Motor
2.0, 4 cil., 16V, turbo, gasolina
Potência (cv)
258 cv a 5.000 rpm
Torque (mkgf)
40,8 a 1.550 rpm
Câmbio
Automático, 8 marchas
Porta-malas
480 litros


Viagem a convite da BMW

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