A antiga Reed Exhibitions, agora chamada apenas de RX, confirmou, no fim de março, o novo Salão do Automóvel de São Paulo. O evento acontecerá entre 6 e 14 de agosto. Porém, com outro nome, São Paulo Motor Experience, e novo endereço, o Autódromo de Interlagos. O formato será diferente. A proposta é oferecer mais entretenimento que lançamentos de carros – como era até a última feira, em 2018.
Entretanto, a apenas quatro meses da abertura, várias montadoras ainda não confirmaram presença. E mais: oito marcas já confirmaram que não participarão do MSXP.
General Motors, Toyota, Lexus, Mercedes-Benz, JAC Motors, além de Mitsubishi e Suzuki (marcas com representação da HPE Automotores), já confirmaram que não irão ao evento. Além delas, a Kia Brasil informou ao Jornal do Carro que também não irá ao motorshow paulistano.
Procurada pelo JC, a Stellantis declarou, em nota, que está “analisando a possibilidade de participação com as marcas que integram a Stellantis”. Já a Caoa Chery disse que estuda a participação no evento. Ford e Volkswagen, entretanto, não se manifestaram até o fechamento da reportagem.
Confirmadas
Dessa forma, até o momento, estão confirmadas apenas BMW e Mini, Renault e a chinesa – recém-chegada ao Brasil – BYD. Como o evento terá foco na experiência, haverá expositores de outros segmentos, bem como atividades nas áreas de boxes e por todo o autódromo. A organização também garantiu que haverá testes de pista com modelos a combustão e com carros elétricos – para matar a curiosidade do público.
Último Salão de SP aconteceu em 2018
A última edição do Salão do Automóvel aconteceu em 2018, no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes, capital paulista. Até então, a mostra era bienal. Ela abriria os portões em 2020, entretanto, não aconteceu por causa da desistência de 15 montadoras – isso antes mesmo da pandemia. A RX tentou manter o evento e chegou a adiá-lo para 2021.
Mas a crise sanitária impediu a volta do salão, assim como a debandada das marcas e a falta de interesse no evento. Desde 2019, as montadoras preferem investir em ações pontuais, como relacionamento com potenciais clientes, por exemplo.
Preço alto
Apesar de justificativas como formatos alternativos e experiências de mobilidade, o que realmente afastou as fabricantes foi o alto custo. O aluguel de espaço, montagem, decoração e gastos com pessoal, por exemplo, podem custar até R$ 20 milhões. Os estandes menores, da mesma forma, não saem por menos de R$ 5 milhões para cada fabricante.
Além disso, os salões já não têm a mesma relevância de outrora, quando as marcas esperavam para lançar automóveis no evento. Atualmente, não dá para esperar tanto tempo, tudo ficou mais dinâmico. Com isso, as fabricantes vão realizando lançamentos ao longo do ano. E, por essa razão, não têm uma grande novidade para apresentar no evento.
Assim, o Salão do Automóvel segue no imaginário do público, com alta adesão. Na edição de 2018, de acordo com a organização, mais de 700 mil pessoas visitaram o pavilhão de exposições. Agora, resta saber como o público vai reagir aos valores. Afinal, a organização já divulgou que os ingressos custarão entre R$ 40 e até R$ 7.000.