A Audi anunciou esta semana que vai eliminar gradualmente a produção de motores de combustão interna até 2033. Assim, a meta da marca das quatro argolas é, a partir de 2026, lançar no mercado global apenas carros exclusivamente elétricos. A ambiciosa estratégia estipula ainda o ano de 2050 como “limite” para, então, zerar as emissões de carbono.
Nesse sentido, em 2021, a montadora já lançou mais modelos elétricos do que com motores a combustão interna. Entre eles e-tron GT, RS e-tron GT, Q4 e-tron e Q4 Sportback e-tron. Dessa forma, a Audi prevê a produção da última formada de carros com motores tradicionais daqui a apenas quatro anos. Ou seja, já em 2025.
Depois disso, por uma demanda da China, a marca de luxo do grupo Volkswagen continuará, portanto, fornecendo carros com motores a combustão fabricados localmente no país. Apesar disso, a companhia reforça que vai expandir a gama de veículos sustentáveis.
Estratégia “decisiva” para alcançar a Tesla
Na Conferência do Clima de Berlim, o CEO Markus Duesmann afirmou que a Audi está pronta para migrar à era elétrica. E classificou, assim, o projeto como “decisivo” e “poderoso”. “O momento exato da descontinuação do motor de combustão na Audi será, em última análise, decidido pelos clientes. E pela legislação”, pontuou o CEO.
Entretanto, não é novidade que as marcas tradicionais estão correndo para alcançar a Tesla, que rapidamente se tornou uma das montadoras mais valiosas do mundo, justamente por produzir modelos elétricos. Ou seja, com a mudança de direção, a Audi pretende se aproximar cada vez mais da rival com sede na Califórnia (EUA).
Com a eletrificação no horizonte, a Audi reconhece a necessidade de ampliar a infraestrutura de carregamento. Assim como a necessidade de buscar por fontes de energia renováveis para o avanço da mobilidade elétrica. Recentemente, o chefe da Volkswagen no Brasil, Pablo Di Si, indicou que a montadora estuda o carro elétrico movido a etanol.
Modelos atuais vão evoluir
Embora vários dos carros atuais da Audi tenham sido projetados para usar motores a combustão, a marca alemã destaca que continuará melhorando as gerações já existentes. Até alcançar maior eficiência dos veículos. “O último motor de combustão interna da Audi será o melhor que já construímos”, promete o CEO Markus Duesmann.
Entretanto, o chefe da Audi não detalhou como será a evolução dos novos produtos. Bem como não especificou quando iniciará a desativação do motor a combustão nas Américas, o que incluí o Brasil.
Marca já tem elétricos no Brasil
No fim de maio, a Audi lançou no Brasil dois modelos totalmente elétricos de uma só vez. Depois de estrearem na Europa, Audi RS e-tron GT (o carro do Homem de Ferro nas telonas) e Audi e-tron S Sportback estão em pré-venda no Brasil. As entregas, assim, começam em setembro.
Com 646 cv de potência e a mesma plataforma do Porsche Taycan, o supercarro RS e-tron GT custa nada menos que R$ 949.990. Segundo a Audi, a aceleração de zero a 100 km/h leva só 3,3 segundos.
O e-tron S Sportback (R$ 799.999 na pré-venda) também não fica para trás. São 4,5 segundos da inércia aos 100 km/h. E velocidade máxima de 210 km/h. O modelo tem o maior torque de um Audi feito em série: são incríveis 99,2 mkgf. Já a bateria de alta tensão tem capacidade de 95 kWh e garante até 380 km de autonomia.
BMW e Mercedes mais cautelosas
Enquanto a Audi dá um passo enorme na eletrificação, marcas rivais alemãs adotam planejamento mais cauteloso. A Mercedes-Benz, por exemplo, sinalizou a mudança elétrica nos automóveis, mas não estabeleceu um prazo para a migração. Da mesma maneira, a BMW vislumbra que metade de suas vendas globais sejam de modelos totalmente elétricos até 2030.
Recentemente, a Toyota também se manifestou sobre a corrida para a eletrificação na indústria. Um executivo da marca japonesa disse que a montadora vê disputa entre combustíveis até 2050.