O Chevrolet Tracker voltou ao mercado brasileiro em meio ao pior cenário possível: o início da pandemia de covid-19, em março de 2020. Mas, a GM conseguiu dar a volta por cima ao apostar em novas estratégias para divulgar o SUV compacto, que foi totalmente renovado e passou a ser feito no Brasil. Agora, para manter o modelo competitivo em um dos segmentos mais concorridos do País, a empresa lança as inéditas versões Midnight e RS.
Assim, as duas configurações focam o visual diferenciado e o bom nível de conteúdo. O Jornal do Carro avaliou a opção esportivada RS. Mas, antes de detalhar os diferenciais da novidade, vale mostrar como ficou a gama do Chevrolet Tracker, que já está na linha 2024.
Veja os preços do novo Chevrolet Tracker
Tracker (de entrada): R$ 127.690
LT: R$ 131.960
Midnight: R$ 141.960
LTZ: R$ 144.090
RS: R$ 159.750
Premier: R$ 162.650
Como é o Tracker RS
No primeiro contato com o novo Tracker RS, ficou claro que o carro deve atrair o público pelo bom custo-benefício. Afinal, até então o motor 1.2 turbo de até 133 cv era oferecido apenas na versão Premier, de topo da linha.
De acordo com informações da GM, as opções mais equipadas são as preferidas do brasileiro. Ou seja, 40% das vendas do Tracker no acumulado do primeiro trimestre de 2023 foram da versão mais cara.
Mesmo sem citar números a GM pretende colher bons frutos com a nova configuração. Alias, a linha RS é reconhecida mundialmente pelo “quê” de esportividade. Porém, assim como ocorre no Tracker, isso se resume a itens de acabamento. A grade dianteira, por exemplo, tem formato de colmeia e é preta brilhante. Os faróis, do tipo Full-LEDs, têm máscara negra.
O tom preto também está na gravatinha, símbolo da Chevrolet, na capa dos retrovisores nas rodas de liga-leve de 17 polegadas. Assim como nas lanternas, traseiras, que são levemente escurecidas.
Além disso, na cabine a assinatura RS pode ser vista nos detalhes. Por exemplo, há costuras pespontadas vermelha nos revestimentos de bancos, portas e painel. Bem como no volante de base reta.
Comportamento
Embora seja R$ 2.900 mais barato que o Premier, o Tracker RS compartilha vários atributos da versão de topo. Assim, logo no primeiro contato chama a atenção as soluções eletrônicas. Há, por exemplo, chave presencial, botão de partida do motor e sistema start&stop. Ou seja, um recurso que desliga e religa o carro automaticamente em paradas como as de semáforo para reduzi o consumo.
Em movimento, ponto para a precisão da direção com assistência elétrica. Bem como para a ergonomia, auxiliada pela comodidade do banco com regulagem de altura e do volante multifuncional com ajustes.
O acabamento não é ruim, mas poderia ser melhor. O Tracker RS abusa dos plásticos duros. Porém, há mimos como o teto solar panorâmico. Da mesma forma, há ar-condicionado analógico e três portas USB, sendo duas na parte de trás. Entretanto, nenhuma é do tipo USB-C. Ou seja, quem tem smartphone mais moderno vai precisar de adaptador para recarregar a bateria.
Com 5 estrelas nos testes de colisão do Latin NCAP, o SUV vem com seis air bags e cintos de três pontos para todos os ocupantes. Bem como porta-objetos e descansa-braço entre os bancos da frente. Outro destaque é o ajuste da suspensão, do tipo McPherson na frente e com eixo de torção atrás.
Como resultado, o Tracker RS é firme na medida certa, sem ser duro. O time de engenharia da GM também merece elogios pelo bom trabalho feito no isolamento acústico.
Outros itens e atributos
Embora fique devendo retrovisores com rebatimento elétrico, por exemplo, a lista de equipamentos do Tracker RS agrada. Há, por exemplo, comando automático de subida e descida com anti-esmagamento nos vidros das quatro portas. Assim como wi-fi nativo, sistema multimídia MyLink com pareamento sem fio de celulares com Android Auto e Apple CarPlay, que pode ser ativado com o SUV em movimento.
Da mesma forma, a tela central de 8″, sensível ao toque, tem comandos intuitivo e gráficos bem-feitos. Se o motorista preferir, vários sistemas podem ser acionados por meio de botões. Porém, o quadro de instrumentos é analógico. Além disso, alguns rivais vêm com tela maior. A do Hyundai Creta, por exemplo, é de 10,25″.
Porém, outras soluções eletrônicas agradam. Como os alertas de ponto cego e de risco de colisão. Assim como a frenagem de emergência em velocidade baixa. Mas não há sistema de manutenção na faixa de rolagem, como no rival Fiat Fastback.
Por sua vez, o porta-malas, com capacidade de 393 litros, é maior que o do Volkswagen T-Cross (373 l). Entretanto, perde para o do Nissan Kicks e do Renault Duster, com, respectivamente, de 432 l e 475 l. Nesse quesito, os 516 l do Fastback se destacam.
Motor honesto
O motor 1.2 turbo flexível do Tracker RS gera até 133 cv a 5.500 rpm e 21,4 mkgf a 2.000 rpm com etanol. Se não chega a tirar o fôlego do motorista em arrancadas, também não faz feio. Conforme a GM, o SUV pode acelerar de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos. Além disso, não trabalha estrangulado. Assim, em ritmo constante, a 120 km/h, o ponteiro do conta-giros estaciona nas 2.000 rpm.
Mérito também do câmbio automático de seis marchas. Aliás, essa caixa contribui com o bom consumo de combustível. De acordo com dados do Inmetro, com um litro de etanol o carro roda 7,2 km na cidade e 9,2 km na estrada. Além disso, com gasolina são 10,4 km/l e 13,2 km/l, respectivamente.
Seja como for, durante a avaliação, em trechos mistos, a média ficou em 13 km/l. Isso é bom para o bolso e também para o meio-ambiente. Afinal, quanto menor for o consumo, mais baixas serão as emissões de poluentes. Porém, para complementar nossas impressões sobre o câmbio, vale um adendo. Assim como nas demais versões, no Tracker RS as mudanças manuais são acionadas por um botão na lateral esquerda da alavanca de câmbio. Ou seja, uma solução nada prática.