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Brasil quer limite para importação do México
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Brasil quer limite para importação do México

País quer ampliar para 45% o conteúdo nacional nas montadoras instaladas no México e limitar em US$ 1,4 bilhão por ano a entrada de veículos mexicanos com isenção de Imposto de Importação. Medidas estão em proposta para revisão de acordo

10 de mar, 2012 · 5 minutos de leitura.

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 Brasil quer limite para importação do México

Renata Veríssimo

O Brasil quer ampliar para 45% o porcentual de conteúdo nacional usado pelas montadoras instaladas no México e limitar em US$ 1,4 bilhão por ano a entrada de veículos mexicanos no Brasil com isenção de Imposto de Importação. Esta foi a proposta encaminhada ontem à noite pelo governo brasileiro aos representantes do governo mexicano que negociam a revisão do acordo automotivo Mercosul-México.

Segundo uma fonte do governo, o porcentual seria ampliado, gradualmente, inicialmente para 35% até atingir 45% ao longo dos próximos quatro anos. Hoje está em 30%. A cota anual teria validade para os próximos três anos. O valor foi calculado pela média das importações brasileiras de veículos leves do México em 2009, 2010 e 2011. A proposta também prevê o início imediato do livre comércio com veículos pesados (ônibus e caminhões), segmento em que o Brasil é competitivo. Pelo acordo em vigor, só haveria isenção de Imposto de Importação para estes veículos somente em 2020.

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Há uma expectativa entre os negociadores brasileiros de que a revisão do acordo seja concluída ainda hoje. As conversas estão ocorrendo por telefone. O Brasil alegou desequilíbrio nas relações comerciais entre os
dois países para iniciar a revisão do acordo que vigora como livre comércio para veículos leves desde 2007.

Por determinação da presidente Dilma Rousseff, os negociadores brasileiros ameaçaram romper (denunciar, no jargão técnico) o acordo caso houvesse recusa do México em negociar. Os negociadores mexicanos estiveram no Brasil no final de fevereiro e, desde então, as conversas estão ocorrendo por telefone. Segundo o Brasil, foi registrado em 2011 um forte ingresso no mercado nacional de modelos fabricados naquele país, o que tem tornado a balança comercial desfavorável para o Brasil.

Para o governo brasileiro não faz sentido ter um regime automotivo nacional e manter uma brecha aberta por meio do México. Empresas instaladas no Brasil produzem partes e peças nos Estados Unidos e exportam para o México. Os produtos são usados na fabricação dos automóveis que entram no Brasil sem o aumento do IPI para carros importados e com isenção de Imposto de Importação. Para os negociadores brasileiros a manutenção do acordo com o México nos termos atuais criaria uma oportunidade de desvio de comércio e de investimento.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.