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Carona é alternativa ao trânsito
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Carona é alternativa ao trânsito

Por causa do trânsito, São Paulo tem o sexto trajeto mais penoso entre casa e trabalho segundo pesquisa global da IBM. Levantamento ouviu motoristas em 20 países dos cinco continentes. O primeiro lugar ficou com Pequim, na China

25 de jul, 2010 · 6 minutos de leitura.

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 Carona é alternativa ao trânsito
Pulvirenti (à direita) e os colegas Jordana e Júlio revezam os carros. Foto: Sérgio Castro/AE

Pulvirenti (à direita) e os colegas Jordana e Júlio revezam os carros. Foto: Sérgio Castro/AE

Viviane Biondo

Quando o administrador Roberto Pulvirenti mudou de emprego, em abril deste ano, ele ficou preocupado com os 50 quilômetros que teria de percorrer diariamente entre sua casa, na zona sul da capital, e a empresa, que fica em Alphaville (Barueri). “A exposição ao volante é estressante”, diz ele. Por isso, ele procurou uma solução para o problema: encontrou três colegas no trabalho que moravam na mesma região e estavam dispostos a revezar os carros e a direção no trajeto de ida e de volta.

Situações de estresse no trânsito fazem parte do cotidiano do paulistano. São Paulo ficou na sexta colocação em uma pesquisa que apontou as cidades com tráfego mais penoso no percurso entre casa e trabalho. O levantamento foi feito pela IBM Commuter Pain em 20 cidades de cinco continentes. De acordo com os dados apurados, 38% dos paulistanos consideram que o tráfego afetou negativamente seus desempenhos no trabalho e nos estudos.

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Assim, encontrar situações que aliviem os transtornos do trânsito está se tornando um hábito. Pulvirenti conta que, com a solução encontrada com os colegas de trabalho, tem de usar seu carro no máximo duas vezes por semana. “São quatro veículos para rodízio.” Houve também compensação financeira. “Agora divido os custos com gasolina e pedágio e gasto R$ 200 por mês no trajeto.”

No universo total da pesquisa, 21% dos entrevistados afirmaram que aderiram ao sistema de caronas. Pulvirenti afirma que graças a ele, consegue seguir uma rotina de treinos da academia, hábito deixado de lado por 52% dos participantes do levantamento em todo o mundo.

O paulistano, aliás, está menos descontente que motoristas de outros locais do planeta. Do total de entrevistados nas 20 cidades, 57% (8.192 pessoas) afirmaram que o trânsito tem efeitos negativos para a saúde. Segundo a psicóloga Raquel Almquivist, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, a exposição prolongada ao trânsito afeta as reações ao dirigir. “Dores de cabeça e no estômago podem ser mais frequentes.”


Carona
O Brasil ainda tem número reduzido de cadastros em sites como o Carona Brasil, criado no fim de 2008 para reunir pessoas que têm trajetos em comum. “Aqui, o carro é encarado como extensão da casa, as pessoas gostam de guiar sozinhas”, diz Fernando Dória, idealizador do site.

Pequim é a cidade mais problemática

Pequim, na China, ficou em primeiro lugar na pesquisa que apontou as cidades com o pior percurso entre casa e trabalho, feita pela IBM (veja acima). Além da quantidade de carros – estima-se que até o fim deste ano a frota seja de cinco milhões de veículos -, há um problema: no geral, os chineses não respeitam as regras de trânsito, fazendo conversões proibidas, trafegando na contramão e outras infrações que passam impunes.


Em segundo lugar ficou a Cidade do México, seguida por Johannesburgo, na África do Sul. Moscou, na Rússia, apareceu em quarto e Nova Deli, na Índia, em quinto. Por outro lado, apenas 14% dos motoristas em Estocolmo, na Suécia, disseram que o trajeto afeta o desempenho no trabalho e estudos. O país ficou na última posição. Colaborou Luís Felipe Figueiredo

Veja vídeo no www.jt.com.br/jornal-do-carro


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