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Carros mais econômicos de 2022: Inmetro atualiza lista com lançamentos
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Carros mais econômicos de 2022: Inmetro atualiza lista com lançamentos

Novos SUVs híbridos plug-in, como Caoa Chery Tiggo 8 e Jeep Compass 4xe, destacam-se pelo baixo consumo no Programa de Etiquetagem do Inmetro

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

06 de out, 2022 · 11 minutos de leitura.

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Selo Conpet carros mais econômicos inmetro
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Crédito:Diogo de Oliveira/Estadão

O Inmetro publicou a lista atualizada do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) com todos os últimos lançamentos do mercado brasileiro. Nela consta, por exemplo, que o Caoa Chery Tiggo 8 Pro Plug-In Hybrid, lançado em julho, faz mais de 30 km/l de consumo médio na cidade. Outros destaques entre os híbridos Plug-in são os SUVs Volvo XC60 e Jeep Compass 4xe, capazes de rodar cerca de 25 km com apenas um litro de gasolina.

Até a última atualização, feita no início deste ano, o Toyota Corolla Cross híbrido era, então, o carro mais econômico à venda no Brasil. O SUV médio feito em Sorocaba (SP) tem conjunto eletrificado que une o motor 1.8 flexível de 101 cv a outros dois motores elétricos de 72 cv, e ao câmbio CVT. Dessa forma, gera 123 cv de potência combinada. Segundo o Inmetro, o consumo com gasolina é de 17 km/l na cidade e de 13,9 km/l na estrada. Já com etanol, faz 11,8 km/l e 9,6 km/l, na ordem.



Híbridos começam a dominar lista

Os números do Inmetro deixam cada vez mais claro o impacto da eletrificação nos carros. Os números de consumo do Corolla Cross híbrido são ótimos, mas incomparáveis ao dos novos híbridos plug-in, como o Caoa Chery Tiggo 8 Pro. A grande vantagem desses carros é, portanto, a possibilidade do carregamento em fonte externa (tomadas, eletropostos e Wallbox). Com baterias maiores, os híbridos Plug-in entregam boa autonomia em modo puramente elétrico.

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É por isso que o Jeep Compass 4xe alcança médias de 25,4 km/l na cidade e 24,2 km/l na estrada. Mas se os híbridos plug-in são eficientes, nada se compara aos elétricos. Segundo o Inmetro, o carro mais econômico do Brasil atualmente é o hatch chinês JAC e-JS1, com preço de R$ 159.900. Conforme a lista de 2022, o modelo faz 60,3 km/l na cidade e 52,9 km/l na estrada. Os dados, dessa forma, são convertidos para o padrão métrico dos carros a combustão.

Híbridos leves são moderados

Ao contrário dos híbridos completo e do tipo plug-in, os leves não entregam números tão poderosos. Na verdade, gastam quase o mesmo que os carros flex tradicionais, conforme mostra a lista do Inmetro. Tanto é que alguns, como o Kia Stonic, por exemplo, tem nota B na etiqueta. O crossover da marca sul-coreana faz 13,3 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada com gasolina. O seu sistema de 48V é ligado ao motor 1.0 turbo GDI de 120 cavalos e 20,5 mkgf.

Para comparação, o Kia bebe mais que o sedã Onix Plus com motor 1.0 flex de 82 cv e 10 mkgf de torque. O Chevrolet faz média de 10,1 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada, com etanol. E chega, então, a 14,3 km/l e 17,7 km/l, respectivamente, com gasolina. Para balizar o Stonic com um SUV, o Tracker 1.0 turbo flex de 116 cv faz 13 km/l (c) e 14,8 km/l (e) com gasolina. Assim, supera o Kia no ciclo rodoviário. Mas sem ser híbrido. Confira abaixo os consumos dos últimos lançamentos.


Caoa Chery Tiggo 8 Pro Plug-In Hybrid

Caoa Chery Tiggo 8 Pro híbrido lista
Caoa Chery/Divulgação
  • Motor 1.5 a gasolina turbo + elétrico
  • Consumo: 30,3 km/l (c) e 26,9 km/l (e)
  • Nota A

Volvo XC60 Recharge

XC60 hybrid plug-in lista
Volvo/Divulgação
  • Motor 2.0 a gasolina + elétrico
  • Consumo: 26,7 km/l (c) e 24,3 km/l (e)
  • Nota A

Jeep Compass 4xe

inmetro
Jeep/Divulgação

  • Motor 1.3 a gasolina turbo + elétrico
  • Consumo: 25,4 km/l (c) e 24,2 km/l (e)
  • Nota A

Citroën C3

inmetro lista
Citroën/Divulgação
  • Motor 1.0 flex aspirado
  • Consumo gasolina: 12,9 km/l (c) e 14,1 km/l (e)
  • Consumo etanol: 9,3 km/l (c) e 10 km/l (e)
  • Nota B

Peugeot 208

Peugeot
Peugeot/Divulgação
  • Motor 1.0 flex aspirado
  • Consumo gasolina: 14,7 km/l (c) e 16,3 km/l (e)
  • Consumo etanol: 10,4 km/l (c) e 11,3 km/l (e)
  • Nota B

VW Polo TSI

VW Polo Highline 2023
DIOGO DE OLIVEIRA/ESTADÃO

  • Motor 1.0 flex turbo
  • Consumo gasolina: 14 km/l (c) e 16,4 km/l (e)
  • Consumo etanol: 9,6 km/l (c) e 11,5 km/l (e)
  • Nota B

Honda HR-V

inmetro
Vagner Aquino/Jornal do Carro
  • Motor 1.5 flex aspirado
  • Consumo gasolina: 12,7 km/l (c) e 13,9 km/l (e)
  • Consumo etanol: 8,8 km/l (c) e 9,8 km/l (e)
  • Nota B

Fiat Fastback

Fiat Fastback SUV
Fiat/Divulgação
  • Motor 1.0 flex turbo
  • Consumo gasolina: 11,9 km/l (c) e 14,6 km/l (e)
  • Consumo etanol: 8,4 km/l (c) e 10,2 km/l (e)
  • Nota B

Jeep Gladiator

Jeep
Vagner Aquino/Jornal do Carro

  • Motor 3.6 a gasolina
  • Consumo: 6,5 km/l (c) e 7,4 km/l (e)
  • Nota D

Ram Classic

RAM Classic
RAM/Divulgação
  • Motor 5.7 a gasolina
  • Consumo: 5,2 km/l (c) e 6,4 km/l (e)
  • Nota E

Kia Sportage

inmetro
Kia/Divulgação
  • Motor 1.6 a gasolina + elétrico de 48V
  • Consumo: 11,5 km/l (c) e 12,1 km/l (e)
  • Nota C

Audi A3 Sportback

inmetro
Audi/Divulgação

  • Motor 2.0 a gasolina + elétrico de 48V
  • Consumo: 10,2 km/l (c) e 12,4 km/l (e)
  • Nota C

Caoa Chery Tiggo 5X Pro Hybrid

inmetro
Caoa Chery/Divulgação
  • Motor 1.5 flex turbo + elétrico de 48V
  • Consumo gasolina: 11,8 km/l (c) e 12,3 km/l (e)
  • Consumo etanol: 8,7 km/l (c) e 8,8 km/l (e)
  • Nota C

Volvo XC90 Recharge

inmetro
Volvo/Divulgação
  • Motor 2.0 a gasolina + elétrico
  • Consumo: 23,5 km/l (c) e 21,2 km/l (e)
  • Nota A

O que é o PBVE?

O PBVE classifica os veículos à venda no Brasil com base na eficiência energética. O órgão fornece dados sobre consumo de combustível (cidade/estrada) e emissões. Os ensaios são feitos em laboratório pelo Inmetro com índices de correção. Dessa forma, os veículos recebem etiquetas, que são fixadas nos para-brisas e trazem a classificação geral e por categoria. As notas variam de “A”, para os carros mais eficientes, para “E”, que indica os mais beberrões.


Na lista atualizada de 2022, são 33 fabricantes e 743 modelos e versões aferidos. O Inmetro separa os veículos por diferentes tipos de motor. Ou seja, divide nas categorias “Elétricos” (59 modelos), “Plug-in” (45), “Híbridos” (145), “Flex” (273), “Gasolina” (258) e “Diesel” (154). Além disso, a tem subcategorias, como “Subcompacto”, “Compacto” e “Médio”.

Metodologia

Assim como ocorre desde 1984 com os eletrodomésticos, como geladeiras, aparelhos de ar-condicionado e fogões, os veículos passam por ensaios em laboratório acreditados pelo Inmetro. Para obter o certificado, são submetidos, assim, a um teste em pista e medição de consumo em laboratório. Esta segue as normas da ABNT NBR 7024 e, dessa forma, cumpre ciclos de condução nos padrões urbano e rodoviário, e utiliza combustíveis de referência.

No caso dos carros 100% elétricos, o processo é diferente. Os veículos cumprem os testes em pista e medição de consumo em laboratório, seguindo as normas da ABNT NBR 7024. Entretanto, de acordo com o Inmetro, é preciso comparar os resultados com os de veículos que usam combustíveis diferentes. Ou seja, etanol e/ou gasolina e diesel. Assim, os dados são convertidos para Joule (J). Essa unidade, portanto, mede a quantidade energia necessária para um determinado deslocamento.


Além disso, a conta considera quanto o carro elétrico consome em kW/100 km na comparação com um similar a combustão. Cabe salientar, portanto, que o ranking dos elétricos mais econômicos do País é baseado no consumo médio em cidade. Diferentemente de modelos com motor a combustão, esse é o melhor cenário para os movidos a energia elétrica. Afinal, quanto mais um veículo elétrico desacelera, por exemplo, mais recupera energia em movimento.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.