De olho nos consumidores que estão carentes de hatches esportivos, mas que podem se encantar pelo Toyota Corolla GR (em breve no Brasil), a Honda se antecipou e lança o Civic Type R. Disponível pela primeira vez no País, o “hot hatch” usa a base da 11ª geração do Civic, mas, como diferencial, herda a tecnologia da Fórmula 1. Para isso, conta com motor 2.0 turbo de quase 300 cv e câmbio manual de seis marchas, algo raríssimo entre esportivos.
Para começar, vale destacar a mecânica do Civic Type R. O motor é o mesmo da geração anterior, mas foi modificado pela engenharia da marca. Assim, este novo Type R é o mais rápido já feito pela Honda. São 297 cv de potência e 42,8 mkgf de torque máximo a partir de 2.600 rpm. A velocidade máxima e o zero a 100 km/h não foram divulgados pela Honda.
Neste primeiro contato no autódromo Velocitta, no interior paulista, ficou a sensação de que o Civic Type R leva pouco mais de 5 segundos para arrancar de zero até 100 km/h. Além da aceleração vigorosa, o esportivo conta com o câmbio manual de seis marchas. Algo “retrô” ou até ultrapassado para alguns. Mas, para outros, é um deleite. E os engates curtos garantem boa dose de diversão ao volante. Seja em pista ou para um passeio em família, por que não?
Ainda sobre o câmbio, cabe dizer que o componente tem recursos exclusivos no Civic Type R. A Honda explica que o “rev-match control system”, por exemplo, garante uma sincronia de rotações nas reduções de marchas. Ou seja, evita um eventual desequilíbrio em entrada de curva, inclusive na redução da segunda para a primeira marcha. Na prática, o sistema realiza o “punta taco” de forma automática, sempre que detecta uma redução de marcha.
Explicações técnicas
O motor 2.0 DI turbo a gasolina tem quatro cilindros em linha, 16 válvulas, duplo comando de válvulas no cabeçote e abertura variável (VTC) na admissão e no escape. De acordo com a Honda, esses sistemas permitem elevada precisão da mistura ar/combustível e dos gases resultantes da queima nos cilindros. Assim, melhora a performance em altas rotações e entrega mais eficiência em baixo giro – o que é interessante, embora não seja um foco no modelo.
Modos de condução
Além de ficar “grudado” no banco, que tem formato tipo concha, o motorista consegue sentir a precisão da direção e da suspensão, que vem com eixo duplo na dianteira e braços múltiplos atrás. Os quatro amortecedores adaptativos têm ainda um ajuste que limita a rolagem da carroceria. Tudo isso é notado pelo motorista no volante revestido com Suede.
Mas tudo pode mudar. Basta escolher um dos quatro modos de condução disponíveis: Comfort, Sport, +R e Individual. Por meio deles, dá para mexer na resposta do acelerador, na rigidez da suspensão, bem como na assistência de direção, no gerenciamento do motor, na rigidez dos amortecedores e no ronco do escapamento. O layout do painel também muda.
Com tantos predicados, o Civic Type R, não à toa, levou o título de carro de tração dianteira mais rápido do mundo. O recorde veio após o hatch esportivo cravar o tempo de volta de 7 minutos e 44,881 segundos no circuito de Nürburgring, na Alemanha.
Um Civic “anabolizado”
Mas de nada adiantaria tanta engenharia se o design não colaborasse. Pois, no Type R, cada detalhe remete ao desempenho do modelo. A começar pela dianteira, que tem entrada de ar central no capô (feito de alumínio) para arrefecer o motor. Ao contrário do Civic convencional, a grade de baixo é enorme e traz o logotipo da Honda com fundo vermelho. A mesma cor está na letra “R” da inscrição Type R, colada no canto da grade.
Ademais, o Civic Type R tem saias laterais e rodas de 19 polegadas com aros mais finos, que deixam os freios da Brembo à mostra. O modelo vem de fábrica com pneus 265/30 ZR19 feitos em parceria com a Michelin. Os compostos têm ranhuras que ajudam na aderência. Mas a cereja do bolo é o enorme aerofólio na traseira. A peça aumenta a pressão aerodinâmica (downforce) e não atrapalha a visão do motorista pelo retrovisor interno. Por fim, o hatch esportivo tem difusor traseiro com três saídas centrais de escape, que deixam o visual mais agressivo.
Nas dimensões, o Type R ganhou 15 mm de largura e ficou 28 mm mais baixo em relação à geração anterior. De acordo com a ficha técnica da Honda, as medidas ficam assim: 4,60 metros (comprimento), 1,89 m (largura), 1,41 m (altura) e 2,74 m de entre-eixos.
Cores e interior
A paleta de cores tem apenas quatro opções. São elas: Racing Blue Pearl (azul), Rallye Red (vermelha), Championship White (branca) e Crystal Black Pearl (preta). Mas, o tom que predomina na cabine é o vermelho. Em nome da esportividade, o Civic Type R traz a cor nas costuras dos bancos, do volante, da coifa do câmbio e do apoio de braços, bem como no assoalho e tapetes. Bancos e volante, aliás, têm regulagens manuais. O acabamento é excelente e mescla alumínio com materiais de superfície macia. Tem também uma placa com a numeração no painel.
De série, o hatch esportivo da Honda vem com carregador por indução, multimídia com tela de 9″ e conexão sem fio com Apple CarPlay e Android Auto, som premium da Bose com 12 alto-falantes, ar-condicionado digital de duas zonas e pedaleiras de alumínio.
O Civic Type R tem quadro de instrumentos digital. Nela, o layout muda quando se aciona o modo “+R”. Assim, lembra um carro de corrida, com informações voltadas para a condução em pista fechada. Destaque para o conta-giros digital, que ocupa toda a parte superior da tela.
Por falar em suporte para pista, a marca traz uma novidade no Civic Type R. Trata-se do aplicativo Honda LogR, que exibe dados de desempenho em tempo real. A tecnologia (gratuita, por ora) está disponível no multimídia do carro ou via app para smartphones. Nela, dá para analisar os dados da pilotagem e até pegar dicas para aperfeiçoar o desempenho, com pontuação. Os dados, aliás, podem ser compartilhados com outros proprietários de Civic Type R. Ou seja, a brincadeira está lançada.
Segurança
Além de 10 airbags, o Civic Type R tem vários outros equipamentos de segurança. O Honda Sensing, por exemplo, reúne os assistentes de condução. No pacote, há desde controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e frenagem para mitigação de colisão, até sistema de permanência de faixa, de evasão de pista (com ajuste de direção) e farol alto automático. Por fim, a lista incluí frenagem de emergência, sensor de pressão dos pneus e câmera de ré, entre outros itens.
Preços e pacote opcional
Como único item opcional, a Honda oferece o pacote “Traffic Alert”. Nele, tem alerta de veículo em ponto cego e monitoramento de tráfego cruzado na traseira pelo preço de R$ 5.000. Assim, o Civic Type R tem preço inicial de R$ 429.900 e alcança R$ 434.900 completo. Vale lembrar este primeiro lote, com apenas 17 unidades, é composto apenas pela versão completa. Até o fim do ano, a marca importará total de 100 unidades do Japão.
Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?
Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade
26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.
Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.
Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.
Centro de gravidade
Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.
Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento.
E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.
Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:
– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.
– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.
– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.
– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.
– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.