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Comparativo: VW Fusca x Citroën DS3
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Comparativo: VW Fusca x Citroën DS3

Leandro AlvaresEmbora tenha sido batizado com o nome do “avô”, o novo Volkswagen Fusca é muito distinto daquele que um... leia mais

06 de fev, 2013 · 8 minutos de leitura.

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 Comparativo: VW Fusca x Citroën DS3

Leandro Alvares

Embora tenha sido batizado com o nome do “avô”, o novo Volkswagen Fusca é muito distinto daquele que um dia nasceu para ser o carro do povo. O hatch do século XXI é maior, tem motor dianteiro 2.0 turbo a gasolina de 200 cv, opção de câmbio automatizado de seis marchas e os concorrentes do antigo Fusquinha jamais poderiam encará-lo. Um dos rivais do modelo atual é o Citroën DS3, com o qual o comparamos.

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Assim como o VW mexicano, o carro francês traz motor turbinado (1.6 a gasolina de 165 cv) e aposta no visual chique para atrair admiradores. No preço, a diferença entre os dois é razoável. O Citroën começa em R$ 79.900 e o Fusca tem tabela inicial de R$ 77.890.

O VW tem, por R$ 82.290, versão com o ótimo câmbio automatizado, que foi um dos motivos para sua vitória sobre o Citroën, que só tem o manual.

Todo o conjunto mecânico do Fusca, aliás, é um destaque. Seu motor 2.0, que entrega elevados 28,6 mkgf de torque às 1.700 rpm, trabalha em sintonia afiada com a transmissão de seis velocidades e dupla embreagem, com opção de trocas sequenciais por meio de aletas atrás do volante.


O DS3 não fica muito atrás. Nele, o câmbio manual de seis marchas faz ótimo trabalho com seus engates curtos e precisos e também explora com eficácia os 24,5 mkgf disponíveis a partir das 1.400 rotações. Em agilidade, porém, não é páreo para o concorrente.

O ronco mais grave emitido pelo escapamento do Fusca a cada troca de marcha é outro diferencial, assim como as respostas da direção hidráulica, um pouco mais imediatas que as da elétrica do Citroën.

Em ambos, a pilotagem é sinônimo de diversão. É fácil se acomodar atrás do volante de boa empunhadura e base reta. Nas curvas, os dois trazem tanta estabilidade que permitem ao motorista até abusar um pouquinho da sorte.


Apesar do acerto firme das suspensões, elas absorvem bem os impactos com o solo. Mas as do Volks são mais modernas, com multibraço atrás, ante a de eixo de torção do DS3.

Na cabine, dois adultos vão apertados no banco de trás – especialmente no Fusca, cujo teto é mais rebaixado.


VW COBRA PELO REQUINTE E A MANUTENÇÃO É CARA

Para justificar o preço, os dois hatches trazem muitos itens de série, como direção assistida, freios ABS, rodas de liga leve, air bags, ar-condicionado, sensor de estacionamento e controle eletrônico de estabilidade (ESP).

No DS3, os bancos de couro com aquecimento são opcionais – por R$ 2.900. Os assentos do Fusca já vêm com couro, mas a VW cobra R$ 4.257 pelo pacote de aquecimento.


No mexicano, a lista de opcionais é vasta, mas com cifras elevadas. Os faróis de xenônio, por exemplo, saem a R$ 3.739 e o teto solar, por R$ 2.947. Há também o sistema que dispensa a chave para dar a partida, vendido a R$ 1.683.

Em vez de navegador GPS e um sistema de som mais moderno, o DS3 aposta em adesivos para a carroceria, rodas coloridas e um botão no painel que exala um cheirinho doce.

Na hora da manutenção, o Fusca dá o maior susto. Suas revisões até os 30 mil km são mais em conta – R$ 999, ante os R$ 1.416 do Citroën -, mas as peças de reposição são caríssimas. Um farol sai por absurdos R$ 9.310 (veja quadros na próxima página). No seguro, a melhor cotação para o DS3 foi de R$ 5.197, enquanto a do VW ficou em R$ 8.728.


OPINIÃO: LEANDRO ALVARES

O novo Fusca está longe de ser objeto de consumo da maior parte dos brasileiros, por causa do preço pouco acessível e de sua manutenção muito cara. Mas o desempenho nas vendas tem mostrado que, para aqueles que podem se aventurar no nicho dos carros de imagem, o Volkswagen se tornou muito desejado. Em janeiro, foram emplacadas 243 unidades do hatch mexicano, ante as 72 do Citroën DS3 e as 111 do Audi A1, seus rivais diretos – os dados são da Fenabrave, federação que reúne associações de concessionárias. O motivo do sucesso tem a ver com o nome (quem não se empolga ao dizer que está guiando um Fusca?), mas também com a nova identidade do modelo, que deixou de ser charmoso e feminino para ter ares de robustez. É um carro que veio para agradar também aos homens, até pelo vigor de acelerar.


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