Sem tempo a perder, a Stellantis anunciou um sólido plano para eletrificação até de suas marcas mais fiéis aos V6 e V8. Durante o “Stellantis EV Day”, evento dedicado a divulgar a estratégia do grupo para a eletrificação, a Dodge informou sobre a construção de seu primeiro muscle car elétrico. Já para tentar frear o crescimento da Ford F-150 Lightning, GMC Hummer EV, Tesla Cybertruck e da futura Chevrolet Silverado EV, a RAM revelou que a picape 1500 se tornará elétrica.
Sob o lema “rasgue as estradas, não o planeta”, o CEO da RAM, Tom Kuniskis, anunciou a vinda do eMuscle para 2024, primeiro muscle car elétrico da montadora de Detroit. No entanto, ainda é desconhecido se o modelo será uma versão 100% elétrica do Challenger ou um esportivo desenvolvido do zero.
Volta ao passado
Inclusive, a marca revelou algumas partes do modelo, em que podemos ver o que parecer ser a dianteira e traseira iluminadas por luzes de LED. Unido o futurista ao retrô, ele parece ser uma reinterpretação do Dodge Charger de 1968. No vídeo, o carro fica encoberto por uma nuvem de fumaça proveniente das quatro rodas, já antecipando que a tração será 4×4.
Desse modo, o teaser nos apresenta também um estranho desenho triangular na cor vermelha bem ao centro do veículo. O novo logotipo da marca faz alusão ao antigo emblema da Chrysler (ex-dona da Dodge) dos anos de 1950, chamado de Foward Look.
O inédito carro, portanto, será construído sob a plataforma STLA Large, desenvolvida para fabricação de modelos esportivos e de performance.
Além dessa plataforma, a Stellantis apresentou outras três arquiteturas modulares – STLA Small, STLA Medium e STLA Frame – feitas para veículos compactos e urbanos, modelos premium e, por fim, modelo comerciais, respectivamente. A autonomia máxima do produto, bem como a potência/hora da bateria irá variar conforme a arquitetura:
- Small: até 483 km de autonomia com baterias entre 37 kWh e 82 kWh.
- Medium: até 708 km com baterias entre 87 kWh a 104 kWh
- Large: até 805 km com baterias entre 101 kWh a 118 kWh
- Frame: até 805 km com baterias entre 101 kWh a 118 kWh
RAM 1500
Um lema para cada uma de suas 14 marcas. Essa era a ideia da Stellantis para diferenciar as estratégias das montadoras. Assim, a RAM apresentou o logo “Feito para servir a um planeta sustentável”. Contudo, o maior desafio da eletrificação da RAM é, sem dúvidas, brecar a ascensão da elétrica Ford F-150 Lightning e da futura Chevrolet Silverado elétrica.
Dessa forma, a primeira picape elétrica da RAM chegará também em 2024. Como tira-gosto, a montadora revelou uma imagem de perfil da picape. Ela mostra parcialmente a dianteira, cujos faróis são formados por um único filete de LED que os conecta. O capô é levemente ovalado e o vidro dianteiro é ligeiramente reclinado.
Autonomia que supera os 800 km
Com o intuito de concorrer de igual para igual com a Tesla Cybertruck, a caminhonete oferecerá um conjunto de baterias capaz de fazê-la rodar até 805 km sem a necessidade de abastecimento. Além disso, a 1500 terá capacidade para carregamento rápido de 150 kWh empregará uma série de tecnologias de condução semiautônoma.
Outros comerciais elétricos
A eletrificação da RAM, em um primeiro momento, abarca outros cinco veículos inéditos que serão lançados até 2030. Dessa forma, serão três picapes, um furgão e uma van. Nesse ínterim, os atuais modelos da gama ganharão motorizações híbridas.
Stellantis investirá 30 bi
Assim como a Renault, que na semana retrasada anunciou a construção de um grande complexo de fábricas voltados à eletrificação, a Stellantis logo anunciou a construção de cinco “gigafábricas” na América do Norte e Europa até 2030. Para tanto, investirá a quantia colossal de € 30 bilhões (R$ 187,4 bi na conversão direta) para os próximos quatro anos.
Na visão do CEO do grupo, Carlos Tavares, até 2026, não haverá mais distinção de preço entre carros elétricos e a combustão.
Portfólio de baterias
Um dos pilares para o avanço e a popularização dos elétricos será no oferecimento mais de um tipo de bateria. Portanto, para 2024, a Stellantis buscará oferecer uma bateria com alta densidade de energia, e uma alternativa sem níquel e cobalto. Até 2026, ela almeja introduzir a bateria de estado sólido.