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Entrevista: Chip Foose
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Entrevista: Chip Foose

O designer Chip Foose ganhou fama com o programa de TV Overhaulin?, em que surrupia carros antigos em mau estado, sem que os donos saibam, e os devolve totalmente reformados. Foose falou sobre o desenho dos carros brasileiros, cores, tuning e a volta...

24 de set, 2012 · 7 minutos de leitura.

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 Entrevista: Chip Foose

THIAGO LASCO

O designer norte-americano Chip Foose é uma espécie de lenda viva no mundo da personalização automotiva. Ele ganhou fama com o programa de TV Overhaulin’, em que surrupia carros antigos em mau estado, sem que os donos saibam, e os devolve totalmente reformados.

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Foose esteve em São Paulo para participar de uma feira de tintas e falou sobre o desenho dos carros brasileiros, cores, tuning e a volta do programa depois de quatro anos. No Brasil, a reestreia será no dia 25 de outubro, pelo Discovery Channel.

O que você acha do desenho dos carros brasileiros? O que mudaria neles, se pudesse?

Gosto de todos os carros. Escolho a minha mulher, mas boto a mão em todos os carros que puder (risos). Há muita gente talentosa no Brasil, que sabe o que faz. Não sei o que mudaria, mas sempre tento entender a intenção original de quando o carro foi desenhado. Se a ideia foi criar algo funcional, vou tentar deixar o desenho mais limpo.


No Brasil, o filme Velozes e Furiosos (2001) provocou uma onda de transformações em carros. A moda durou alguns anos e o assunto se reduziu a nichos específicos. O que fazer para recuperar o interesse pelo tema?

Não sei, talvez um outro filme? (risos) Foi a mesma coisa com o filme 60 Segundos e o Mustang. O interesse pelo carro disparou, o filme influenciou a procura por um design estiloso e atemporal. Mas agora não precisamos esperar os filmes de Hollywood. Temos o Overhaulin‘ para inspirar as pessoas.

A recessão afetou seu trabalho?


Sim. Foi por isso que tivemos de interromper as filmagens do Overhaulin’. Quando a recessão chegou aos EUA, as indústrias que mais sentiram o baque foram a automobilística e a bancária, nossas duas maiores anunciantes.

Você tem uma cor favorita? Que fatores leva em conta antes de fazer cada transformação?

Aquele não é o meu sonho, mas o do dono do carro. No Overhaulin’, eu me reúno com pessoas que conheçam bem o dono e pergunto um monte de coisas, algumas estranhas, como a cor da roupa de cama ou da bicicleta dele. Se ele tem muitas camisas azuis, deve gostar de azul. Tento descobrir sua cor preferida, sem falar com ele. Se eu fizer algo e ele não curtir, não vai funcionar.


A lei brasileira é muito restritiva em relação a alterações nos carros. Por falta de conhecimento técnico, ela proíbe até mesmo a instalação de faróis de xenônio. Como contornar o problema?

Nos EUA temos uma associação, a SEMA, que atua junto ao governo e descobre com antecedência as mudanças na lei que estão sendo planejadas. Quando surge algo que pode prejudicar nossa indústria, a SEMA vai a Washington fazer pressão e educar o governo, explicando por quê essas mudanças serão ruins e afetarão o emprego de milhares de pessoas. Não sei se vocês têm algo parecido aqui. (No Brasil, a Associação Brasileira de Acessórios Automotivos, que tem a mesma finalidade, começou suas atividades em julho deste ano).

O que faz o tuning sobreviver? Em que países ele ainda está bombando?


Quando a economia está forte, o tuning deslancha. Quando não vai bem, a coisa cai um pouco. Cada país tem suas particularidades. Na Suécia, o interesse por hot rods e carros antigos restaurados é ainda maior que nos EUA, a ponto de uma feira anual atrair público correspondente a 1% da população do país inteiro. Eu jamais conseguiria imaginar 1% da população dos EUA prestigiando um evento.

Você pode adiantar quais carros já filmou para a nova temporada de Overhaulin‘?

Um Impala 1965, uma picape Chevy 1954 e um Camaro 1967. Mas talvez não sejam exibidos nessa ordem. Agora estamos trabalhando em um Fusca 1965 e há um Lotus Europa 1972 na fila.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.