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Esquenta a briga entre Stellantis e concessionários de Citroën e Peugeot; entenda o caso
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Esquenta a briga entre Stellantis e concessionários de Citroën e Peugeot; entenda o caso

Concessionários de Citroën e Peugeot enviam carta à Stellantis com série de reclamações que vão da falta de bônus à qualidade dos carros

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

09 de mai, 2023 · 6 minutos de leitura.

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Peugeot Citroën Stellantis
Concessionárias de Citroën e Peugeot reivindicam bônus da Stellantis por desempenho
Crédito:Peugeot/Divulgação

As fabricantes francesas de automóveis sempre receberam críticas no Brasil. Desde a década de 1990, fala-se em um alto índice de reclamações feitas por donos de carros de Citroën e Peugeot. São problemas com os veículos e nos serviços de pós-vendas. Por isso, as duas marcas passaram os últimos anos reformando a rede pelo País. Mas o negócio parece estar complicado, pois os concessionários tornaram pública sua insatisfação.



Entenda o caso que envolve Stellantis e concessionárias de Citroën e Peugeot

Na última semana, uma carta obtida pela jornalista Paula Gama, do portal Uol, revelou que as associações de concessionários de Citroën e Peugeot notificaram a Stellantis (grupo que controla as marcas). O documento, assinado por Abracop e Abracit, ameaça até levar a situação à Justiça. A carta fala em “falta de peças e problemas sobre a qualidade dos veículos”.

As associações foram procuradas pelo Jornal do Carro. Contudo, até o fechamento desta reportagem, não responderam aos questionamentos. No site da Abracit, aliás, os serviços da aba “Fale Conosco” estão fora do ar.

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Por outro lado, Citroën e Peugeot responderam à reportagem. Com um único comunicado, em nome do grupo. “A Stellantis afirma que detém os mais rígidos testes de qualidade, alinhados com as melhores práticas globais. E que inconvenientes pontuais de abastecimento de peças são tratados e corrigidos com a maior velocidade possível”.

Novo Citroën C3 Stellantis
Citroën/Divulgação

Vai para a Justiça?

Apesar da ameaça, a ação na Justiça (após 10 dias da data das reivindicações) não deve ingressar. Em síntese, as providências contidas na carta enviada à Stellantis podem não chegar às vias de fato. Afinal, se as associações estivessem interessadas em uma resolução, recorreriam justamente à imprensa. O que não aconteceu. Também não confirmação de acordo.


Concessionárias estão de olho em bônus

Uma das principais preocupações contidas na carta era o impacto no recebimento de bônus. “Além do fato de os concessionários não terem condições de atenderem seus clientes de forma satisfatória, isso vem impactando forte e negativamente nos recebimentos dos bônus atrelados às pesquisas de qualidade realizadas pelas marcas”, diz o documento.

As associações alegam que esses indicadores condicionam o pagamento de valores adicionais por desempenho. Ou seja, quanto menor a nota dos clientes, menos se ganha da Stellantis. Nesse sentido, as lojas das marcas reivindicam bonificação retroativa.

Classificação “regular” no Reclame Aqui

O site Reclame Aqui, que recebe avaliação pública, atribuí nota regular para Citroën (6) e Peugeot (6,4). Ambas as marcas mantêm fluxo constante de reclamações sobre consertos e garantias. Por isso, apenas a metade dos usuários voltaria a fazer negócio. Mas o índice médio de solução fica na casa dos 65%. Ou seja, nada muito diferente do de outras fabricantes nacionais, como Chevrolet e Hyundai, com avaliações de 6 pontos.


Entretanto, as redes de Citroën e Peugeot têm muito o que melhorar. Afinal, a Renault, que também é francesa, tem ótima reputação no Reclame Aqui, com nota 8,4. A fabricante, aliás, responde quase 100% das reclamações. E tem índice de solução de quase 90%.

A carta enviada à Stellantis aponta ainda não o recebimento de peças de reposição. Inclusive para recall. Bem como atrasos nas entregas do hatch compacto C3. Com produção em Porto Real (RJ), o modelo foi lançado no Brasil em 30 de agosto de 2022 após meses de atraso. Na época, a justificativa foi a crise dos semicondutores. A nova geração do compacto veio com preço de carro de entrada, próximo de Fiat Mobi e Renault Kwid.

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