TIÃO OLIVEIRA
Fortaleza – Segunda-feira, 24 de outubro, 10h15. Sob o sol forte que torra a capital cearense, um grupo formado por mais de 60 homens e mulheres – a maioria franceses – de várias idades embarca em 33 carrinhos coloridos e arranca para uma viagem de cerca de 2.200 km até São Luis (MA), que inclui trechos de asfalto em péssimo estado, travessia de riachos e muita poeira. Este é o Raid 2CV Brésil 2011, expedição promovida por um grupo de apaixonados pelo mítico Citroën.
“O que nos inspira é a possibilidade de conhecer lugares, culturas e transpor obstáculos que somente os 4×4 atuais são capazes de vencer”, diz diretor da empresa responsável pelo evento, Jean-Pierre Lenfant.
Toda a organização foi feita na França. O dia a dia da aventura pode ser conferido na fan page da Citroën no Facebook.
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Acompanhamos a caravana durante os cerca de 150 km iniciais da jornada a bordo de um Aircross e constatamos alguns dos motivos que ajudaram a transformar o 2CV em uma espécie de mito.
Entre as cenas mais impressionantes, os carros trafegavam a cerca de 90 km/h em trechos em que seria prudente guiar até modelos 4×4 com cuidado. É o caso da BR222, em que é possível constatar o desperdício de dinheiro público e o total descaso do Estado com a infraestrutura do País.
Até o município de Itapagé, a rodovia não tem acostamento nem sinalização. Em vários pontos o asfalto simplesmente desaparece por quilômetros. E este parece ser um dos hábitats naturais do 2CV.
Os aventureiros não têm dó de seus carros. Aceleram forte e ignoram as crateras ao longo do caminho. As suspensões trabalham o tempo todo absorvendo os impactos com as crateras e mantêm os 2CV firmes.
Ver os carrinhos caindo nos buracos para em seguida emergir vitoriosos lembra um balé. É claro que os 2CV que participam do Raid receberam preparação especial.
Todos ganharam melhorias no motor de 652 cm³ e reforço nas suspensões e assoalho, ignição eletrônica e GPS, entre outras. Chama a atenção o para-brisa de policarbonato, no lugar do original, de vidro.
Mesmo assim os carrinhos acabam quebrando pelo caminho – muitos são reparados pelos próprios motoristas. Colabora para isso a simplicidade do projeto, que permite adaptar e trocar peças rapidamente.
Viagem feita a convite da Citroën
