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Fiat, Ford e VW podem ser multadas em R$ 4,2 milhões
Mercado

Fiat, Ford e VW podem ser multadas em R$ 4,2 milhões

Montadoras são processadas no Cade por conduta anticompetitiva em processo retomado após dez anos

Redação

24 de nov, 2017 · 3 minutos de leitura.

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Fábrica Volkswagen Anchieta
Fábricas interromperam produção de norte a sul do País, e no restante do planeta, por reflexos da crise sanitária imposta pela pandemia da Covid-19
Crédito:Volkswagen/Divulgação

Fiat, Ford e Volkswagen estão revendo o passado. Um processo contra as três montadoras por conduta anticompetitiva aberto há cerca de dez anos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi retomado e pode render uma multa de R$ 4,2 milhões para as montadoras.

O caso foi aberto em 2008 após a Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças (Anfape) denunciar as três marcas ao Cade. Segundo a associação, a estrutura montada pelas companhias era monopolista e impedia o oferecimento de peças de reposição no mercado paralelo.

As três fabricantes teriam processado empresas de autopeças exigindo o fim da produção de produtos para o mercado de reposição com base em registro de patentes dos componentes.

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Na sessão de julgamento dessa semana, o relator do caso, o conselheiro Paulo Burnier, votou a favor da punição das empresas porque a conduta delas “excede fins impostos pela propriedade industrial”.

O relator ainda determinou em seu voto que as autopeças tenham liberdade para continuar produzindo as peças e que seja aplicada uma multa equivalente a 0,1% do faturamento de cada empresa em 2009, um ano antes da abertura do processo, o que levaria aos R$ 4,2 milhões, sendo R$ 1,6 milhão para Ford e Volkswagen, respectivamente, e mais R$ 1 milhão para a Fiat.

O conselheiro do Cade Mauricio Maia pediu vista do processo. Agora, o julgamento está previsto para ser retomado no dia 13 de dezembro para os votos dos demais conselheiros do órgão.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”