Nesta semana, a Volkswagen e a Ford deram mais um passo em direção a mobilidade elétrica. Em um novo acordo de parceria, a montadora americana anunciou que fará o segundo modelo com base na plataforma da marca alemã, a MEB (Modular Electric Toolkit). Esta permite aos fabricantes uma certa liberdade no projeto dos carros, bem como oferece praticidade e redução de custos.
Até o momento, não se sabe ao certo qual será o carro em questão, no entanto, é certo que o foco será o mercado europeu. Com isso, a Ford pretende aumentar o volume de produção para 1,2 milhões de unidades em um prazo de seis anos. De acordo com as informações, além do foco na eletrificação, a aliança estratégica também prevê a produção de veículos comerciais e sistema de condução autônoma.
Para Thomas Shcmall, responsável pela Tecnologia e CEO do Grupo Volkswagen, a velocidade e a lucratividade são essenciais para garantir presença na eletrificação. ”Estamos trabalhando nesses dois objetivos juntamente com a Ford. O acordo de hoje vai acelerar ainda mais a eletrificação das duas empresas. Ele também é uma prova dos pontos fortes da MEB, que oferece um pacote único de alta tecnologia, custos competitivos e velocidade na implantação de projetos”, afirmou.
Para quem não sabe, a Ford e a Volkswagen são parcerias de longa data. Um exemplo disso é o compartilhamento de plataforma das novas gerações das picapes Ranger e Amarok, que vão estrear em breve no mercado. Além disso, no Brasil, entre os anos 80 e 90, tivemos a Autolatina, uma joint-venture das marcas com objetivo de reduzir custos na produção.
Crossover elétrico
Apesar do anúncio, ainda não há grandes detalhes sobre quais serão os modelos da Ford com base na MEB. No entanto, a certeza é de que o primeiro será um crossover totalmente elétrico. Alguns rumores da imprensa europeia afirmam que a motorização pode ser similar ao conjunto usado pelo SUV ID.4 da Volks, com potências entre 146 cv e 201 cv. Mas, por enquanto, é apenas suposição.
De toda forma, o crossover deve sair da linha de montagem do Centro de Eletrificação da Ford em Colônia, Alemanha, a partir de 2023. De acordo com as informações, em um primeiro momento, não haveria mais de um carro baseado na MEB. Contudo, agora, a montadora quer investir pesado em um segundo, que não teve nenhuma informação divulgada.
”Nossa aliança estratégica com a Volkswagen é um elemento importante do esforço da Ford em oferecer uma linha de veículos totalmente elétricos exclusivos da marca e que atendam às necessidades de mobilidade moderna da Europa, que está liderando a luta contra as mudanças climáticas”, comentou Stuart Rowley, presidente da Ford na Europa.
VW quer expandir plataforma
Em contrapartida, do lado da VW, essa é mais uma oportunidade para se tornar uma fornecedora de soluções elétricas para a indústria. Isso porque a MEB pode ser utilizada por diversas fabricantes. Hoje, ao todo, ela faz parte de dez veículos elétricos de cinco marcas diferentes. Ou seja, cerca de 300 mil unidades.
Segundo a alemã, a MEB é uma plataforma extremamente versátil, que pode englobar desde modelos compactos até SUVs e vans. Ela foi desenvolvida, inicialmente, para ser a base da família ID da marca alemã. Por isso, faz parte do ID.3, ID.4 e do mais recente lançamento, o ID.Buzz (a famosa Kombi elétrica).
Ford pretende lançar 7 modelos elétricos
Nessa linha, a Ford anunciou oficialmente sua nova estratégia para vender apenas carros elétricos na Europa até 2030. Na apresentação, a marca afirmou que vai lançar três crossovers e quatro veículos comerciais até 2024.
Entre os SUVs, dois serão com a plataforma da Volkswagen, inclusive, um com porte médio e outro esportivo. O outro será o Puma, que passará por uma reestilização. Dessa forma, os três se juntarão ao Mustang Mach-E. Já no lado dos comerciais, que também terá participação da VW, a Ford confirmou as novas gerações do Transit/Tourneo Curier e Transit/Tourneo Custom, que vão se unir ao E-Transit.
Com esses lançamentos, a montadora terá, no total, um portfólio de 9 modelos totalmente elétricos. Assim, a fabricante pretende alcançar a marca de 60 mil unidades emplacadas anualmente, com o objetivo de atingir a marca dos 2 milhões em 2026.