A Fenabrave, associação que representa as concessionárias do País, divulgou o balanço do mês de fevereiro. E, conforme você conferiu no Jornal do Carro, as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 3% na comparação com janeiro. Entretanto, teve queda tanto no acumulado do ano, quanto em relação a fevereiro de 2021. Isso ocorre por questões pontuais, como dólar alto, menor oferta de crédito e, ainda, respingos da crise dos chips, que promoveu uma “dança das cadeiras” não só no ranking de modelos, mas também entre as marcas.
A princípio, a Fiat continua a liderar os emplacamentos de automóveis e comerciais leves. Com 22% de participação de mercado e mais de 26 mil veículos vendidos no bimestre, a italiana tem como principal locomotiva a Strada. A picape compacta é o campeão de vendas do País atualmente. Em fevereiro, foram 7.314 unidades licenciadas.
Quem também se mantém ilesa é a General Motors, que continua em segundo lugar, com participação de 14,5% do mercado e um total de 17.432 modelos comercializados. Já a Volkswagen passa por dificuldades. A crise dos chips atingiu em cheio a alemã, que foi superada de uma só vez por Hyundai e Toyota. Assim, aparece a 5ª colocação.
Demais marcas
A marca sul-coreana, nesse sentido, teve 11,1% do mercado, no mês passado. Em números, conquistou 13.377 vendas. Na sequência, a Toyota surpreende com o 4º lugar do ranking. Em janeiro, a japonesa estava na 6ª posição. Ou seja, deu o maior salto do ranking. Respectivamente, em janeiro e em fevereiro, registrou 9.980 (8,56%) e 13.290 (11,06%).
Já a VW caiu de 13.082 vendas e 11,22% de mercado, em janeiro, para 11.499 e 9,6%, no mês passado. A queda da renda da população e o aumento dos juros têm contribuído para os números negativos do setor. De acordo com o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., “vivemos, ainda, um momento complexo para o setor”, resume.
“Muitos estão com dificuldades para conseguir crédito, além de persistir a escassez de produtos na rede. Isso é resultado da falta de insumos e componentes, e freia o avanço das vendas”, explica Andreta Jr. Para fechar o “top 10”, Renault, Jeep, Honda, Caoa Chery e Nissan ocupam as cinco últimas posições do top 10. Já a Peugeot, que ia bem, ficou fora da lista.
Ranking das marcas de carros em fev/2022
1°) Fiat – 26.414 (21,98%)
2°) GM – 17.432 (14,50%)
3°) Hyundai – 13.377 (11,13%)
4°) Toyota – 13.290 (11,06%)
5°) Volkswagen – 11.499 (9,57%)
6°) Renault – 9.151 (7,61%)
7°) Jeep – 8.355 (6,95%)
8°) Honda – 4.018 (3,34%)
9°) Caoa Chery – 3.241 (3,34%)
10°) Nissan – 2.784 (2,32%)
Mercado imprevisível?
A surpresa fica com a saída da Peugeot, que entrou no “top 10” em janeiro, com a 9ª colocação. Isso empurrou a Caoa Chery para fora da lista. A fabricante chinesa ainda será prejudicada entre março e abril pela paralisação de um mês e meio na fábrica de Jacareí (SP). O layoff começa no dia 12 de março conforme informou a fabricante.
Isso pode favorecer a Stellantis, pois a Peugeot certamente terá carros para pronta-entrega. No momento, esse é um detalhe decisivo na hora de fechar negócio. Vale recordar que, em 2021, a falta de unidades 0-km de alguns modelos, como o Chevrolet Onix, levou os Fiat Argo e Mobi à liderança nas vendas de carros. Hoje, ambos sequer chegam ao “top 5”.
Até ataque hacker
Quem teve paralisação pontual foi a Toyota. Um ataque cibernético interrompeu o funcionamento de 28 linhas de montagem em 14 fábricas da marca no Japão nesta terça-feira (dia 1º). Como reflexos, haverá atraso na entrega de centenas de veículos que deixaram de ser feitos em 24 horas. De acordo com a fabricante, o ataque aconteceu em uma fornecedora de peças plásticas. Detalhes do golpe não foram divulgados.
Além disso, ainda não se sabe se a guerra entre Rússia e Ucrânia vão impactar as vendas no Brasil devido aos efeitos como piora no abastecimento de peças, aumento no preço dos combustíveis e insumos agrícolas, entre outros fatores. De olho nisso, a Fenabrave promete divulgar um revisão das projeções para 2022 no começo de abril.