O analista e investidor, Michael Burry, ficou famoso e inspirou personagem de livro e de filme (“A Grande Aposta”). Ele previu o fim da “bolha imobiliária” norte-americana que levou, então, à crise econômica global entre 2008 e 2010. Agora, Burry está apostando pesado novamente. Desta vez, contra a fabricante californiana de veículos elétricos Tesla: US$ 534 milhões ou cerca de R$ 2,8 bilhões no câmbio atual, para ser exato.
No fim de março, a Scion Asset Management, empresa de gestão de investimentos de Burry, tinha opções de venda (de viés pessimista) sobre 800.100 ações da Tesla. É o que aponta, portanto, um recente relatório da Securities and Exchange Commission (SEC) — entidade norte-americana equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira.
Opções de venda permitem que o investidor tenha lucro em caso de queda das ações no mercado abaixo do valor determinado pela opção.
Na crise imobiliária, Burry faturou mais de US$ 100 milhões (o equivalente a meio bilhão de reais atualmente) para si próprio. Além disso, obteve outros US$ 700 milhões (R$ 3,8 bi) para clientes com a mesma estratégia.
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Impulsionada por bons resultados mesmo na pandemia, a Tesla viu seu valor de mercado chegar ao maior patamar da história em 2020. Cada ação era negociada a US$ 883 (R$ 4.738) em janeiro de 2021. Após isso, porém, a empresa já acumulou queda de 36% em seu preço. Na última semana, chegou a US$ 563 (R$ 3.021) por ação.
Elon Musk, fundador e CEO da Tesla, também escorregou da segunda para a terceira posição na lista de bilionários da Bloomberg. Assim, acabou sendo superado por Bernard Arnault, presidente da LVMH, conglomerado francês especializado em artigos de luxo.
Além de problemas com liquidez de criptomoedas, Musk está às voltas com um acidente envolvendo um Tesla Model S, em abril, no Texas. Na ocasião, dois homens morreram após saírem para testar o sistema Autopilot de condução autônoma. O caso segue sob investigação da polícia local, mas desestabilizou a situação da fabricante no mercado financeiro.
Nenhum dos homens estava ao volante do Model S, segundo policiais. Este fato levantou, então, suspeitas de que o sistema Autopilot foi usado de modo incorreto. Entretanto, os investigadores encontraram um vídeo que mostra um dos homens entrando no carro pela porta do motorista.
Apesar de servir apenas como assistência para motoristas durante engarrafamentos, o “piloto automático” da Tesla já foi notícia diversas vezes. Inclusive por Musk, como um sistema que é capaz de dirigir sozinho. Este, no entanto, não foi o primeiro acidente com morte a bordo de um veículo da marca que operava, então, de forma autônoma.