NÍCOLAS BORGES
O segmento de minivans, que começou forte no Brasil na virada do milênio, tem perdido representatividade nos últimos anos. Com tabela a partir de R$ 58.800, a chinesa JAC J6 chega para tentar botar lenha na fogueira.
Por R$ 1 mil a mais, é possível levar a versão Diamond, de sete lugares – a primeira é de cinco. A marca espera vender entre 1 mil e 1,5 mil unidades por mês.
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A estimativa é muito otimista, pois a média mensal de todo o segmento é de 2 mil exemplares. Além disso, a J6 deixa a desejar em quesitos cruciais. A começar pelo motor, apenas a gasolina.
Apesar de ser um 2.0 16V, ele entrega só 136 cv e 19,1 mkgf. Esses números são baixos para a cilindrada e, ainda mais, para o peso de exata 1,5 tonelada.
Levando três pessoas, a J6 até que não vai mal. Com seis, ela sofre em qualquer subidinha. É preciso pisar fundo no acelerador, cuja capa parecia estar prestes a se soltar no carro avaliado.
Nas ladeiras, quase sempre a JAC pede reduções de marcha no câmbio manual de cinco marchas, que tem engates precisos mas ruidosos, sem refinamento. Outro senão é essa caixa ser a única. Não há opção automática e nem haverá por um bom tempo.
O primeiro JAC sem pedal de embreagem será um utilitário-esportivo. Ele deve chegar em três anos e terá câmbio automatizado de duas embreagens.
Na J6, as suspensões incomodam um pouco por deixá-la balançar muito. A direção é vaga e apresenta uma certa folga.
Entre as qualidades estão o belo desenho, assinado pelo estúdio italiano Pininfarina, e o bom espaço interno. Este, ajudado pelos 4,55 metros de comprimento e 2,71 metros de entre-eixos.
Já o acabamento interno é apenas correto. O destaque vai mesmo para os bancos das fileiras de trás. Individuais, eles podem ser dobrados e retirados.
Como em todo carro chinês, a lista de itens de série atrai. Mas faltam computador de bordo e conexão USB normal (há plug mini-USB) no toca-CDs.