O Jeep Compass Blackhawk é a novidade mais quente da linha 2025 do SUV. E bota quente nisso! O utilitário vem equipado com o mesmo motor 2.0 turbo a gasolina da RAM Rampage e custa R$ 279.990, o que o torna o mais caro da gama. Para justificar o preço, o desempenho faz jus ao nome “furacão” do propulsor. Com 272 cv a 5.200 rpm e 40,8 mkgf a 3.000 rpm, o Jeep repete a picape RAM com tração integral adaptativa e câmbio automático de nove marchas.
Se o esquentado VW Jetta GLI vai de zero a 100 km/h em 6,7 segundos, o Compass Blackhawk faz o mesmo em 6,3 s. Assim, leva três segundos a menos do que o Compass 1.3 turbo flex de até 185 cv e 27,5 mkgf de torque. Seu fôlego se estabiliza somente ao chegar aos 228 km/h, o que faz dele um “muscle SUV”. A Jeep já se mostrou capaz de fazer versões de alto desempenho do Grand Cherokee, ou seja, não é diferente com o modelo nacional.
Compass Blackhawk tem ajustes dinâmicos
O desempenho vem acompanhado de mudanças na dinâmica, afinal, é necessário mais do que somente trocar o motor 1.3 flex e inserir um propulsor mais forte. A suspensão foi ajustada, ganhando novos amortecedores e calibração, enquanto os freios a disco dianteiro são maiores. Pontos que foram testados ao longo do test drive em um circuito que com diferentes tipos de terreno nos arredores de Punta del Este, no Uruguai.
Mas, antes disso, vamos falar um pouco sobre o estilo. A versão esportiva tem visual mais embrutecido em pontos como para-choques e saias na cor da carroceria, elementos que se somam ao teto e retrovisores pintados de preto para dar um ar mais estradeiro. São toques que acrescentaram uma dose de sedução ao desenho de 2016.
As rodas aro 19 também são exclusivas e se destacam por usar pneus Pirelli Scorpion de perfil mais voltado ao asfalto, com direito ao sistema auto selante, recurso capaz de vedar pequenos furos e que, portanto, permite ao motorista encontrar um ponto mais seguro de parada. Claro que rasgos laterais ainda vão penalizar o componente.
Por dentro, os bancos revestidos com couro preto trazem a inscrição com o nome Blackhawk bordada, além de misturarem tecido acamurçado suede e couro, um visual que combina com o teto escurecido. Aliás, Blackhawk faz menção a um dos símbolos mais queridos dos Estados Unidos da América, uma águia. Junto com o desempenho, é uma das coisas americanistas que reforçam o caráter da Jeep nesta terceira renovação do SUV pernambucano.
Motor Huricane-4 é destaque da nova linha
O Compass mais endiabrado acorda com um volume contido do motor. Não é uma sonoridade daquelas que vai gerar multas no seu condomínio. Mas basta uma acelerada para verificar que o furacão – ou ciclone – entrega o nível de vento que se espera.
As arrancadas mostram que não há nada como força bruta para superar a inércia dos 1.720 kg. O motor 2.0 turbo empurra o corpo dos ocupantes para trás de uma maneira nada gentil, entabulando marcha após marchas de um cardápio de nove velocidades. A suavidade da transmissão é digna de nota. É melhor prestar atenção ao sistema de leitura de placas para não ser autuado em um dos vários radares da cidade.
Na hora de enfrentar as curvas da vida, o Blackhawk mostra que o acerto dinâmico feito pela Jeep é dos mais competentes. A despeito do grande deslocamento de peso, o carro não se inclina exageradamente em frenagens, acelerações e mudanças rápidas de direção. Os amortecedores com alta carga dão conta do equilíbrio, embora sejam firmes quando lidam com algumas irregularidades. Nisso ajudam os bons pneus 235/45 R19.
Ainda no capítulo dinâmico, a direção elétrica tem peso correto, sendo leve em manobras. O mecanismo de tração integral desacopla a traseira em situações normais, evitando assim um consumo maior. No entanto, basta um ligeiro destracionamento da dianteira para ver a força ser repassada ao eixo traseiro, um processo que só é notado pelos mais atentos. Pisos de baixa aderência não botam medo, contudo, os perfis de tração são mais contidos do que no descontinuado Trailhawk, sem ter direito ao “modo Rocha”.
E o consumo?
Pois é, tamanho nível de desempenho costuma acompanhar uma sede igualmente elevada. Não é muito diferente no Compass Blackhawk, são 8,3 km/l na cidade e 11 km/l na estrada, números compatíveis.
Encorpado na linha 2025, o novo pacote de segurança inclui a centralização ativa de faixas. Aliado com o controle de cruzeiro adaptativo, o sistema permite acompanhar curvas de maneira semiautônoma, desde que a marcação no asfalto esteja em dia e que o motorista não fique muito tempo sem as mãos no volante. É um recurso que se soma a itens como sensores de ponto cego, frenagem automática com detecção para pedestres e ciclistas, entre outros, a maioria deles aprovados na prática.
Projeto antigo, mas ainda competente
A despeito de seus quase oito anos de mercado, o Compass ainda é competente em outros aspectos. A ergonomia evoluída permite, por exemplo, o posicionamento correto. Na versão Blackhawk, há também ajustes elétricos para o banco do carona. Os do motorista poderiam ter perfis de memória, o que facilita o ajuste para diferentes condutores ao toque de um botão. Os materiais passam um aspecto premium em pontos como o revestimento macio da parte superior do painel e das portas dianteiras, devendo, assim, somente o mesmo para as traseiras.
Seu painel digital de 10,25 polegadas inclui mostradores de performance com dados que exibem pressão da turbina, potência e torque utilizados, bem como força G. Por sua vez, a central multimídia tem tela de 10,1″ e trabalha em conjunto com o pacote de conectividade da Jeep.
Quanto ao espaço interno, o banco traseiro é bem dividido em dois assentos, não permitindo tanto conforto para três passageiros atrás, mas os vãos para pernas e cabeça são suficientes para adultos altos – leia-se pessoas na faixa de 1,80 metro -, algo elogiável diante do entre-eixos de apenas 2,63 metros. Já o porta-malas leva 476 litros, entretanto, o dado oficial utiliza o método de medição com água, o que preenche por completo o volume do compartimento. Dessa forma, se considerar os bloquinhos do padrão VDA, são cerca de 410 l.
Conclusão
O Compass Blackhawk é mais do que uma aposta da Jeep. Junto com o mais tradicional Overland, a única outra versão a vir equipada com o motor 2.0 turbo a gasolina, o modelo promete responder por cerca de 20% das vendas, fazendo mais sucesso do que os diesel. O nível de performance é impressionante para um SUV médio, algo que vai bem além até de rivais premium. No geral, a oferta de configurações mais fortes vai ajudar a impulsionar os bons números de vendas do modelo que marcou cerca de 60 mil unidades comercializadas em 2023.
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