Até pouco antes da pandemia, os sedãs tinham público cativo no Brasil. A categoria só perdia em vendas para os hatches compactos, que são os carros mais acessíveis. Mas isso mudou com o sucesso dos SUVs desde 2015. Os números de emplacamentos em 2021 não deixam dúvidas: os sedãs estão em baixa e não demonstram a força de antigamente.
No total, foram vendidos 141.231 mil modelos de três volumes até agosto, um recuo de 7,73% na comparação com as 152.152 mil unidades entregues desses modelos em 2020. Isso em um cenário de crescimento de 20,71% nas vendas de carros e comerciais leves. Ou seja, os sedãs estão vendendo menos, enquanto os SUVs avançam e já são 31% do mercado.
Um ano difícil
Vale pontuar que o segmento teve perdas importantes, mas mantém uma fatia relevante do mercado brasileiro. Em 2021, os sedãs compactos representam 13,48% das vendas totais. A principal baixa na categoria é a saída do Ford Ka sedã, que, então, brigava pela liderança. Entre janeiro e agosto de 2020, o modelo tinha 16.209 emplacamentos.
Fora de linha, o Ka sedan soma 1.877 unidades até agosto – portanto, mais de oito vezes menos. Também saiu de linha o Etios sedã. E outros modelos pararam no tempo e já não demonstram fôlego. O Renault Logan é um bom exemplo. O sedã popular da marca francesa soma 7.208 unidades até agosto. Em 2011, há dez anos, tinha 26 mil no período.
Some-se a isso a grave crise dos chips, que fez a General Motors parar de produzir o Onix Plus. Foram cerca de seis meses sem ligar as máquinas, e veja que, mesmo assim, é o sedã mais vendido do País no ano. O Chevrolet tem 29.840 unidades emplacadas até agosto ante um total de 42.634 exemplares entregues no mesmo período do ano passado.
Sedãs médios em declínio
Os sedãs compactos sofreram baixas com a fuga de clientes para os SUVs. Entretanto, são os sedãs médios os que estão perdendo mais clientes. Em 2021, a categoria responde por 4,85% das vendas gerais de carros no País, uma queda em relação a 2020, quando tinha 5,53% até agosto. Em números, são 50.777 unidades no ano, sendo mais da metade do Toyota Corolla.
Contudo, o sedã da marca japonesa é o único médio que ainda tem volume expressivo. Entre janeiro e agosto, somou 28.175 unidades. O Honda Civic aparece em segundo lugar com 12.116 emplacamentos no período. E a diferença entre os arquirrivais vai subir em 2022. Isso porque a Honda vai encerrar a produção do Civic no Brasil no ano que vem.
Estes são os cinco sedãs médios mais vendidos de 2021:
1º) Toyota Corolla – 28.175
2º) Honda Civic – 12.116
3º) BMW Série 3 – 3.902
4º) Chevrolet Cruze – 3.656
5º) Volkswagen Jetta – 2.483
Compactos terão reforço do novo City
Com o declínio dos sedãs médios, os compactos serão peças-chave em 2022. Por isso, a Honda vai tirar o Civic de linha e passar a trazer a nova geração importada, mas vai lançar (ainda em 2021) a nova geração do City, que, então, assumirá o protagonismo da marca no segmento. O sedã compacto terá conteúdos avançados, bem como visual inspirado no Civic.
Cronos turbo e novo Yaris em 2022
Além do novo Honda City, que terá uma inédita versão hatchback, alguns modelos da categoria ganharão novidades no ano que vem. É o caso do Fiat Cronos, que vai se beneficiar da chegada do motor 1.0 GSE turbo flexível da Stellantis. A novidade chega ao mercado em breve com o SUV Pulse e promete desempenho próximo dos 130 cv.
Além do Cronos turbo, a Toyota trabalha no momento na renovação da linha Yaris, que terá o mesmo visual do modelo lançado na Tailândia. Assim, o sedã compacto da marca japonesa, que é feito em Sorocaba (SP), ganhará novo visual e mais conteúdos para a disputa com o novo City. Para completar, o Volkswagen Virtus também terá uma reestilização.
Veja abaixo os 10 sedãs mais vendidos de 2021:
1º) Chevrolet Onix Plus – 29.840
2º) Toyota Corolla sedã – 28.175
3º) Volkswagen Voyage – 16.808
4º) Hyundai HB20S – 16.696
5º) Volkswagen Virtus – 16.409
6º) Fiat Cronos – 14.690
7º) Honda Civic – 12.116
8º) Toyota Yaris sedã – 9.813
9º) Fiat Grand Siena – 9.581
10º) Renault Logan – 7.208