Novo motor três-cilindros deixa Mobi bem mais agradável

O Fiat Mobi acaba de ganhar uma versão, Drive, equipada com o novo motor 1.0 Firefly de três cilindros – que a marca apresentou em setembro e também está em algumas versões do irmão maior Uno. Os outros seis catálogos do Mobi (Easy, Easy On, Like, Like On, Way e Way On) permanecerão com o mesmo 1.0 Fire que já vem acompanhando os modelos de entrada da Fiat há um bom tempo – e que acaba de passar por ajustes que reduziram o consumo de combustível em 3%, segundo a marca.

Flexível, o motor 1.0 Firefly tem seis válvulas – duas por cilindro – e, com etanol, gera até 77 cv de potência e 10,9 mkgf de torque, enquanto o antigo entregava 75 cv e 9,9 mkgf. Com ele, o Mobi Drive parte de R$ 39.870.

A novidade vem em boa hora e pode ser o que faltava para fazer o carrinho sobressair e deslanchar. Mesmo com a pouca diferença de potência, ele deixou a condução do subcompacto bem mais agradável, tanto na cidade como na estrada.

Em todas as ocasiões que o veterano Fire se mostrava áspero e ruidoso, o novato Firefly se revela suave e silencioso. Com isso, o motorista não tem mais aquela incômoda sensação de estar levando o motor ao limite o tempo todo.

Não que o propulsor seja um primor em termos de respostas. Quem tiver como parâmetro a ligeireza dos motores tricilíndricos de VW Up! e Ford Ka – que entregam até 82 cv e 85 cv com etanol, respectivamente – poderá se frustrar, pois o Mobi, com seus 77 cv, não é assim tão divertido.

Mas o foco aqui é a economia de combustível e, nesse aspecto, o Fiat convence. Com transmissão manual, ele faz 9,6 km/l e ciclo urbano e 11,3 km/l em rodovias, se abastecido com etanol; com gasolina, as médias são de 13,7 km/l e 16,1 km/l, respectivamente.

São números que se aproximam muito aos do VW Up! TSI, referência no segmento quando o assunto é eficiência energética, cujas marcas de consumo, na mesma ordem apresentada, são de 9,6 km/l, 11,1 km/l, 13,8 km/l e 16,1 km/l, de acordo com dados do Inmetro. É verdade que o VW oferece desempenho pra lá de empolgante, mas sua tabela parte de R$ 49.585, quase R$ 10 mil a mais que o preço básico do Mobi Drive.

Em avaliação por rodovias com o tanque abastecido com gasolina, não foi difícil chegar aos 15,9 km/l, de acordo com informações do computador de bordo – e isso sem adotar um ritmo de condução artificialmente brando, para poupar combustível.

A quarta e a quinta marchas, mais longas, favorecem a economia. Mas exigem que o motorista reduza para a terceira marcha se precisar ganhar força rapidamente – ao fazer ultrapassagens, por exemplo. Mesmo nessas situações, com rotação mais elevada, o ruído do motor não causa incômodo na cabine, como ocorre com o propulsor antigo.

Mas o Mobi se sai melhor em cenários urbanos, seu habitat natural. O câmbio de engates macios, o fôlego do novo motor e a direção elétrica (com um inédito recurso que reduz a força necessária para esterçar o volante em manobras) deixam o carro gostoso para a condução diária. O pacote opcional Live On, por R$ 4.650 a mais, permite transformar o smartphone em uma central multimídia e, entre outras vantagens, usar os navegadores Waze e Google Maps na tela do centro do painel.

Apesar da tentativa da marca de vender o Mobi com uma embalagem moderninha e descolada, porém, o preço sugerido continua sendo uma pedra no sapato do modelo. É indiscutível que o brilho do “vaga-lume” (Firefly, na tradução ao português) melhorou a dirigibilidade do carrinho em todos os sentidos. Mas, por menos de R$ 2 mil a mais, o consumidor pode levar para casa o Uno Attractive, que traz esse mesmo motor e entrega um espaço interno bem superior, sobretudo no banco traseiro e no porta-malas (são 290 litros, contra 215 do diminuto Mobi).