Eugênio Augusto Brito, Especial para o Jornal do Carro

07/07/2021 - 15 minutos de leitura.

Novo Renault Captur 2022 é 1.3 turbo flex e tem preço próximo do Jeep Compass

Com visual renovado e o inédito motor 1.3 turbo flexível, novo Renault Captur 2022 sobe de patamar e se aproxima de Compass e Corolla Cross

Crédito: Renault/Divulgação

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A Renault foi uma das primeiras montadoras a enxergar potencial no mercado de SUVs no Brasil. Há uma década, lançou o Duster, que chegou a liderar as vendas da categoria em 2012. Mas isso foi numa época em que haviam poucos utilitários esportivos no mercado nacional. Com a chegada de Jeep Renegade e Honda HR-V, a marca francesa lançou, então, o Captur, trazendo um outro SUV com o visual europeu da Renault.

O problema é que o Captur chegou com muito do Duster, herdando inclusive a plataforma B0 da romena Dacia. Assim, não fazia muito sentido a marca ter dois modelos que disputavam o mesmo público. Somente agora, quase cinco anos depois, a Renault corrige esse posicionamento. O novo Captur 2022 chega acima do Duster, com preços que o aproximam até das versões de entrada de SUVs médios como Compass e Corolla Cross.

Esse reposicionamento, contudo, só foi possível agora, graças à chegada do inédito motor 1.3 TCe turbo flexível, que estreia no SUV. Este novo motor é parte do investimento de R$ 1,1 bilhão que a Renault anunciou no começo de 2021 para atualizar a sua gama de carros nacionais. Ele gera 170 cavalos de potência máxima e 27,5 mkgf de torque, o que faz do 1.3 TCe turbo o motor com o maior torque dentre os SUVs compactos.

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Veja quais são as versões e preços do Renault Captur 2022:

O que o Captur 2022 tem de novo

Lançado em 2017, o Renault Captur recebe agora a mudança de meia-vida para ganhar fôlego no mercado — ou corrigir sua trajetória. Mas quem conhece o Captur desde sua chegada no Brasil, sabe que o SUV sempre teve mais visual que conteúdo. Assim, a linha 2022 traz atualizações pontuais nesse sentido, com visual modernizado, mais tecnologias a bordo e, principalmente, novo motor e câmbio.

Em termos de visual, o novo Captur preserva o estilo original e não adota o design europeu, mas exibe novos para-choque, grade e faróis. O conjunto óptico, aliás, é totalmente de LEDs (incluindo luzes de neblina e de curva) nas versões mais caras. Assim, o exterior mantém o nível e oferece oito cores para carroceria, com seis combinações biton (com teto em cor diferente). São duas novas cores: bege Dune (que na vida real será “dourado”) e azul Iron, pareados com teto preto ou prata.


As demais cores — branco Glacier, vermelho Fogo, prata Etoile e cinza Cassiopée — continuam no catálogo. Rodas também recebem dois desenhos novos, ainda que já vistos no Duster, por exemplo, com aro 17 polegadas e acabamento diamantado.

No interior, a versão topo de gama traz novo volante (com comandos multimídia e acesso rápido ao controle de cruzeiro). A central também é nova (sistema Easy Link) e tem tela de 8 polegadas, Bluetooth, Android Auto e Apple Carplay, além de permitir criar até seis perfis de usuários. O acabamento da cabine também traz dois tons, com destaque para a cor marrom (algo entre caramelo e café) em superfícies suaves ao toque.

Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagem/Renault

Segurança é reforçada, mas poderia ter mais

Se a Renault chama esse Captur 2022 de “nova geração”, é por conta dos reforços estruturais de subchassi e suspensão, que contam para dinâmica e para segurança a bordo. Com isso, o Captur 1.3 Turbo Iconic pesa agora 1.366 kg (ante 1.286 da versão 1.6 CVT Bose, por exemplo). A variação vem não só do motor, mas da ampliação em 12,5% na rigidez torcional.

Em termos de equipamentos, o Captur 2022 traz quatro airbags, controles de estabilidade (ESP) e tração (TCS). Completam a lista o assistente de partida em rampas (HSA) e dois pontos de ancoragem Isofix para cadeirinhas infantis. Há ainda monitor de ponto cego e a nova câmera multiview (a famosa “360 graus”).

Por falar em eletrônica e sistemas secundários, o SUV possuí chave presencial “hands free” do tipo cartão, que não precisa de acionamento para travar, destravar ou dar a partida. De longe, o motorista pode ligar o motor para climatizar a cabine ou acelerar o processo de saída com o carro. Por outro lado, mantém receita de freios a disco apenas na dianteira, com tambores na traseira e suspensão por eixo de torção.



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E também ar-condicionado digital, mas de única zona. Lembre-se de que em clima frio e úmido, o ar-condicionado é importante no conforto da cabine, mas também ajuda a desembaçar os vidros.

Mas o Captur ainda deixa de trazer elementos semiautônomos que já existem nos rivais. Falamos aqui de controle de cruzeiro adaptativo (ACC), auxílio de manutenção de faixa, mesmo frenagem automática emergencial. São recursos que fazem falta, sobretudo quando tratamos do topo da gama do Captur frente a rivais melhores de mercado. Além disso, o SUV, com o novo posicionamento, está mais próximo dos SUVs médios.

Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagem/Renault

Maior torque da categoria

De fato, o ponto de destaque no novo Captur feito em São José dos Pinhais (PR) é o novo motor 1.3 TCe feito pela marca francesa em parceria com a Mercedes-Benz. A Renault afirma que o motor TCe tem “tecnologia desenvolvida nas pistas de Fórmula 1” (injeção direta de combustível, turbo com 250 bar de pressão). Dessa forma, gera 170 cv e tem torque de 27,5 mkgf a 1.600 rpm, o maior da categoria.

Segundo Deivis Ceola, gerente de motorização da Renault, o motor é feito em Valladolid, Espanha, com componentes de injeção eletrônica e câmara de combustível redimensionados. E validados no Brasil para uso de etanol e óleo locais. Assim, o novo Renault Captur 1.3 turbo tem potência similar a de motores 1.4 e 1.6 turboflex (Chevrolet, Peugeot e Citröen), 2.0 flex (Ford) e até 2.0 turbodiesel (FCA) já usados em nosso mercado.

Porém, faz melhor em termos de força (torque), sendo o SUV compacto com motor turbo flexível de maior entrega. Até então, o mais forte era o motor 1.4 turboflex 250 TSI 1.4 do Volkswagen T-Cross, com 25,5 mkgf com gasolina ou etanol. Já o novo Jeep Compass 1.3 turboflex T270 tem potência maior (180/185 cv), mas entrega os mesmos 27,5 mkgf do motor Renault.


Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagem/Renault

Câmbio CVT é diferente

Outra novidade do powertrain do novo Captur é a caixa de câmbio CVT Xtronic, que a marca vai vender como “automático de oito marchas”. Ou seja, temos um câmbio por polias com relações continuamente variáveis. Mas que usa instruções eletrônicas para simular as relações de marcha que existem em uma transmissão tradicional com conversor de torque e engrenagens.

Esse câmbio CVT é diferente daquele embarcado no anterior Captur Bose, com nova geração de componentes internos e, principalmente, nova eletrônica de comando. Assim como acontece com o motor turbo, o câmbio CVT é importado, desta vez do México.


Primeiras impressões ao volante

Após experimentar o Renault Captur 2022 na versão Iconic por pouco mais de 100 quilômetros, fica a sensação de que o SUV finalmente alcançou o patamar que deveria ter desde que foi lançado no país. Em outras palavras, o SUV deixa de ser apenas “uma cara bonitinha” no mercado. E passa a ter motor a contento, bem como muito conteúdo interno.

O Captur sempre ficou entre o nono e o décimo primeiro lugares na lista de SUVs mais vendidos, algo longe do esperado. Fato é que a Renault não abre totalmente o jogo, mas deixa entender que espera mais do Captur. Segundo Fernando Pfeiffer, gerente da marca no Brasil, a expectativa é que um Captur com mais motorização, tecnologia e conteúdo embarcado “vai estar apto a competir com a banda alta desse segmento, que traz equipamentos e configurações compatíveis com essa precificação”.

Como é acelerar o novo Captur 1.3 turbo

Na prática, fica claro que a força bruta do Captur cresceu. Você pisa no acelerador e o SUV embala, chegando rapidamente ao ponto de sobrar: você já ultrapassou ou chegou à velocidade que queria, e repara que ainda há fôlego para ir adiante. Na verdade, o desempenho do 1.3 turbo é tamanho que joga o “gargalo” para o câmbio, que é bom no uso geral, mas tem as limitações de um CVT, como em saídas e retomadas, por exemplo.


Da mesma forma, apesar dos reforços estruturais, o Renault Captur 2022 manteve a receita de carro pacífico, urbano. Não é realmente feito para se aproveitar toda a gana do motor, não é um esportivo, algo óbvio, mas às vezes ignorado tanto pelo marketing, quanto por alguns motoristas. Assim, se você exigir demais do conjunto, pode ter problemas ou se frustrar.

Isso pelo centro de gravidade elevado, com pneus estreitos para o tamanho de SUV, além da suspensão não pensada para desempenho, e de contar somente com freios a tambor na traseira. Se houver muito ímpeto em curvas, por exemplo, o novo Captur vai sair de traseira logo após exigir demais dos freios e do controle de estabilidade.

Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagem/Renault

O reposicionamento no mercado

No uso diário correto, na cidade ou mesmo em rodovias, porém, é perceptível como o Captur ganhou muito e finalmente terá condições de brigar, se não em preço, ao menos na entrega, para ocupar posições mais altas na lista de SUVs mais vendidos.

Para a Renault, isso significa não que o Captur em si terá de ocupar o pódio, mas que a “dobradinha” Duster e Captur terá desempenho melhor do que até agora, ganhando volume de vendas.

Isso significa que o Duster vai ocupar cada vez mais a garagem de quem procura um modelo mais espaçoso e com preços um pouco mais suaves, deixando ao Captur a noção de força e equipamentos, mas com maior valor agregado. Ou seja, o novo Captur vai deixar a disputa do andar de baixo com o Duster, e mirar mais nas versões de topo dos SUVs compactos ou mesmo os modelos de entrada dos SUVs médios.


Entre os novos rivais estão o Volkswagen T-Cross com motor 1.4 TSI turbo, Chevrolet Tracker 1.2 turbo e Honda HR-V 1.5 turbo. Ou mesmo o Jeep Compass Sport 1.3 turbo. Mesmo que não seja o bastante contra a diversidade de Jeep Renegade e Compass, a linha 2022 deve contribuir para um bom (re)começo do Renault Captur no Brasil.

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