Vagner Aquino, especial para o Estadão

15/04/2024 - 12 minutos de leitura.

Avaliação: Renault Duster 2024 ganha itens, mas consumo é ruim; veja o vídeo

Tabelado em R$ 155.890, Renault Duster Iconic Plus CVT tem motor 1.3 turbo usado pela Mercedes-Benz, mas não passa dos 7,7 km/l na cidade

Renault Duster foi renovado no começo do ano, com tapa no visual e novos itens, mas mantém motor 1.3 turbo flex na versão topo de linha Crédito: Vagner Aquino/Especial para o Estadão

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Vendido no Brasil desde 2011, o Renault Duster está prestes a receber a nova geração, que deve estrear na Europa ainda neste semestre e, por aqui, no ano que vem. Enquanto isso não acontece, a marca deu um tapinha no modelo atual. Em janeiro, o concorrente de Jeep Renegade, Hyundai Creta e companhia ganhou alterações visuais, lista de equipamentos mais encorpada e até novo sobrenome. A versão avaliada pelo Jornal do Carro, a topo de linha Iconic Plus CVT, tem até carregador por indução e pacote opcional com faróis auxiliares.


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Renault Duster Iconic Plus: o que muda na linha 2024 do SUV

Quando estivemos com o carro, em teste, abrimos caixa de perguntas sobre o Duster nas redes sociais, e a principal dúvida era relacionada ao preço. Pois bem, na configuração Iconic Plus turbo TCe 1.3 CVT, o modelo custa R$ 155.890. Mas cabe ressaltar que o Duster pode ser encontrado a partir de R$ 123.990, entretanto, a opção vem com motor 1.6 aspirado e câmbio manual de cinco marchas. De qualquer forma, fica na média da concorrência: Chevrolet Tracker (R$ 119.900 a R$ 170.140), Hyundai Creta (R$ 140.090 a R$ 181.990), Jeep Renegade (R$ 118.290 a R$ 187.990).

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Motor 1.3 TCe tem 170 cavalos de potência (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Ao volante

Já começando pelo motor, que é outra das principais dúvidas do público, o Duster leva sob o capô dianteiro o propulsor (que tem tampa com braço pantográfico e manta acústica) 1.3 TCe turbo flex. Aquele, feito em parceria com a Daimler e, por isso, equipa alguns modelos da Mercedes-Benz. O conjunto inclui câmbio CVT que simula oito marchas. Mas se você pensa que o motor turbo acabou com a fama de beberrão do Duster, se engana.

De acordo com o Inmetro, roda até 8,4 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada, com gasolina no tanque. Já com etanol, a coisa piora. Na estrada, faz 8,4 km/l e, na cidade, cai para 7,7 km/l. E foi, justamente, essa a média registrada no nosso computador de bordo durante a semana de avaliação – houve picos para mais e para menos.


Quadro de instrumentos ainda é analógico (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Passado o susto do consumo, hora de falar do quanto o Duster conquista ao volante. Sua proposta de SUV mais robusto condiz com a realidade. A dirigibilidade agrada, a posição de dirigir é boa (o banco do motorista tem regulagem de altura) e o conjunto de suspensões é excelente. Rígido na medida certa e, assim, enfrenta com garra os (inúmeros) buracos do solo. Por fim, além de não passar os trancos para quem viaja a bordo, o sistema garante boa estabilidade em curvas. Ainda na mecânica, o sistema de freios é a disco na dianteira e, atrás, a tambor.

Potência e torque

A potência total de 170 cv (com gasolina, cai para 162 cv) garante bom desempenho. De acordo com dados da marca, faz de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e chega a 190 km/h de velocidade máxima. E o torque máximo de 27,5 mkgf, disponível cedo, a partir de 1.600 rpm, permite ao SUV, mesmo pesando 1.353 kg, agilidade em acelerações e retomadas de velocidade. É bom no trânsito da cidade.


E, ao contrário de outros CVT, o câmbio presta bom auxílio para o motor. Porém, quem gosta de trocar as marchas simuladas, só mesmo pela alavanca, porque o Duster não tem borboletas atrás do volante. Por falar nisso, a direção conta com assistência elétrica.

Versão topo de linha tem a inscrição “TCe” na tampa traseira (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Pincelada no visual

Feito na planta da Renault em São José dos Pinhais (PR), o Duster ganhou pequenos retoques na linha 2024. Os faróis receberam alteração e, agora, usam duas linhas formato de “Y” deitado. A iluminação é feita por LEDs – salvo farol alto e luzes de neblina, que continuam com luz halógena. A grade tem acabamento em preto brilhante e tira de cena o cromado.


Na parte de trás, tudo igual, salvo as lanternas, que ganharam disposição interna também com formato “Y”. Agora, nada daquele desenho de cruz “+” no miolo da peça, que rendia comparações pejorativas com o Jeep Renegade.

Lanternas abandonaram o formato à lá Jeep Renegade (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Exclusivas para as versões Iconic Plus (tanto a turbo quanto a aspirada), novas barras de teto e skis frontal e traseiro pintados de cinza. Os retrovisores externos vêm em preto brilhante e acabamento em tom laranja. As rodas de liga leve, por fim, têm 17 polegadas e novo design. O emblema “Iconic” aparece na grade frontal.


Do lado de dentro

O principal destaque do Duster 2024 é o console central elevado, que deixa de lado o descansa-braço central com porta-copos. O quadro de instrumentos tem novos grafismos e há duas entradas USB adicionais para os ocupantes traseiros, totalizando quatro tomadas – três do tipo C e uma do tipo A. Os bancos (revestidos com material que imita couro) e o painel ganharam novas padronagens, com detalhes em laranja.

Agora, Duster oferece duas entradas USB na parte de trás (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

O modelo ganhou, ainda, mais equipamentos. Para segurança extra, o Duster 2024 pulou de dois para seis airbags (frontais, laterais e do tipo cortina). Isso, a princípio, vale para todas as versões de acabamento. Ademais, adotou sensor de chuva e carregador de celular por indução.


Ademais, continuam presentes a chave presencial em formato de cartão (como nos Megane dos anos 2000), ar-condicionado automático digital, limitador e controlador de velocidade e bancos com material que imita couro. Os sensores de ponto cego e de estacionamento traseiros também permanecem, bem como a central multimídia de 8 polegadas. Apesar de a tela não ter cores, é rápida e bastante funcional, com boa conectividade, tanto bluetooth, quanto para espelhamento (sem fio) via Android Auto e Apple CarPlay.

Pack Outsider eleva o preço do carro em quase R$ 2.000 (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Na lista de opcionais, o Pack Outsider oferece faróis auxiliares no para-choque dianteiro e frisos laterais com detalhes em laranja. Pelo pacote, a Renault cobra R$ 1.800.


Acabamento e espaço

Em relação ao acabamento, continua o exagero de plásticos, mas também tem partes revestidas com couro e tecido. E não é ruim. Ao menos, tem peças bem encaixadas, o que nem todos os concorrentes oferecem.

Espaço é um dos trunfos do Duster (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

O espaço, continua o ponto alto. Com 2,67 metros de entre-eixos, os cinco ocupantes viajam sem aperto a bordo do Duster. E cabe bastante bagagem no porta-malas. Falamos de 475 litros de capacidade. Mas, para isso, o estepe de uso temporário fica lá embaixo do carro.


Generoso, porta-malas leva até 475 litros de bagagem (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Para fechar, algumas pessoas perguntaram ao Jornal do Carro o motivo pelo qual o Duster não tem uma opção 4×4 no portfólio e por que não vende bem. Sobre a primeira questão, o SUV já teve opção com tração integral por no Brasil, mas não vendia bem e, por isso, a fabricante não teve interesse em mantê-lo. Já sobre a questão das vendas, de fato, o modelo não vai tão bem assim. Em março, por exemplo, foi o 13º da lista geral de SUVs e, com suas 2.208 unidades ficou atrás de todos os principais concorrentes (leia mais). Os números são da Fenabrave. Talvez isso se explique pelo fato de o Duster já ser considerado um produto mais velho, afinal, existem adversários mais modernos. Sem contar que o consumidor sabe que, em breve, chega a nova geração – o que desvaloriza a atual.

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