Apesar de cada vez mais popular, a internet ainda parece ser território desconhecido para a maioria das fabricantes de automóveis e somente oferecer um site não basta. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo Google, uma das principais empresas quando o assunto é a web.
Os resultados foram apresentados em São Paulo, em uma palestra que integrou o ciclo “Think with Google”, que visa salientar a importância que a rede possui e qual a melhor abordagem do meio para os negócios.
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Chamado de “Think Auto with Google”, o evento reuniu especialistas em marketing digital e do setor automotivo. Para todos, a conclusão foi similar: há muito o que evoluir quando o assunto é a relação entre fabricantes e consumidores pela internet.
“O que as empresas precisam lembrar é que o processo de decisão mudou. Hoje, o consumidor de carros nem sempre utiliza as mídias tradicionais impressas para definir a sua compra”, explica o diretor de negócios para Automotivo, Finanças e Turismo do Google Brasil, Thiago Machado.
O especialista ressalta que há 102 milhões de pessoas com acesso à internet no País, sendo que 70% dos interessados em adquirir um veículo utilizam a rede.
Outro fator citado por Machado é o aumento de opções na hora de comprar um carro. “Se há alguns anos o brasileiro escolhia seu carro entre as montadoras tradicionais, hoje as opções se multiplicaram e tornaram o mercado muito mais competitivo. O número de montadoras passou de 15 para 49 desde o ano 2000.”
Ele também cita a facilidade para a obtenção de informações. “A rápida adoção de novas tecnologias e o uso da internet por meio de smartphones e tablets facilitou o acesso às informações. O poder agora está nas mãos dos consumidores, que hoje chegam às concessionárias sabendo a marca e modelo que quer comprar.”
Relacionamento é o problema
Ter um site com informações sobre o produto é muito pouco hoje. “Segundo nossa pesquisa, 58% dos clientes ficam insatisfeitos com o primeiro contato online com a montadora”, conta Machado.
Ainda de acordo com o executivo, o principal problema se dá no relacionamento inicial com o cliente, que seria o primeiro passo para a conclusão de uma compra. Entre as principais queixas está a ausência da possibilidade de agendar test drive diretamente pelos sites das fabricantes. “Falta resposta rápida e conveniência quando se procura obter serviços e produtos dessas empresas pela internet.”
Da mesma forma, as empresas tropeçam também na hora de posicionar o seu produto em ferramentas de busca. Dados do Google apontam que 86% dos cliques ocorrem na primeira parte desses sites. “Eventualmente, o interessado em comprar o carro ‘x’, ao pesquisar sobre o veículo, acaba encontrando resultados mais bem posicionados do modelo ‘y’, concorrente. Como resultado, ele pode acabar migrando para produto de uma empresa rival.”
O especialista diz que o ideal é “capturar” os consumidores que estão ativamente declarando suas intenções por meio das ferramentas de busca. E também sugere algumas soluções “É possível também construir um showroom virtual no YouTube, possibilitando uma experiência quase real, que vai desde uma demonstração detalhada dos atributos do carro até a possibilidade de ser direcionado para a compra”, orienta.
