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Peças ecológicas são pouco usadas em carros
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Peças ecológicas são pouco usadas em carros

Fibra de coco, soja e até cânhamo são alguns dos materiais transformados em acabamento de automóveis

24 de mar, 2015 · 6 minutos de leitura.

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 Peças ecológicas são pouco usadas em carros
Eco Elise tem peças feitas de fibra de cânhamo, que deriva da planta que dá origem à maconha

Sempre em busca de opções mais leves e sustentáveis para a construção de veículos, a indústria automotiva já apresentou diversos tipos de matérias-primas em protótipos que acabaram sendo usadas com parcimônia ou que não saíram do papel. A ideia é substituir os derivados de petróleo – como plásticos e borrachas – na produção de peças por materiais como celulose, fibras de sisal ou coco, cânhamo, soja, folhas de bananeira, madeira, bagaço de cana-de-açúcar e jornal, entre outros.

Em 2008, a Lotus apresentou o Eco Elise, versão ecologicamente correta do Elise S, durante o Salão de Londres. Diversas peças eram feitas de cânhamo, fibra derivada da planta que dá origem à maconha, como por exemplo a forração dos bancos, capota, spoiler e revestimentos das portas. A fibra de sisal também foi usada em detalhes de acabamento. Com isso, o carro ficou 32 kg mais leve em relação ao modelo tradicional.

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Já em 2010, a Fiat apresentou o Uno Ecology, um conceito repleto de materiais alternativos, reutilizáveis e não-poluentes. Peças plásticas de acabamento interno e externo do veículo, como para-choques, painel, painéis de porta e revestimentos externos foram produzidas com bagaço de cana-de-açúcar. O estofamento dos bancos foi feito de fibra de coco e látex, enquanto garrafas PET recicladas foram usadas no tecido de bancos e tapetes. Segundo a marca, o carro seria uma fonte de pesquisa para aplicar esse tipo de matéria-prima em futuros modelos.

Durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro do ano passado, a Peugeot exibiu o 208 Natural, um conceito que também utilizava uma série de materiais diferentes. A carroceria era pintada com uma tinta mineral feita com terra, o teto foi forrado com rolha de cortiça, o banco tinha retalhos de couro de pirarucu, o volante foi revestido de pele de salmão e os para-sóis eram feitos de jornal.

Estes são alguns exemplos de estudos que ficaram apenas na fase de protótipo, sem data ainda para que os materiais passem a ser usados nos veículos. Mas algumas montadoras já utilizam matérias-primas naturais no desenvolvimento de seus modelos. A Ford, por exemplo, usa PET reciclado, palha de trigo e fibra de sisal em carpetes, forros e caixas de rodas de seus carros e caminhões. Nos Estados Unidos, os bancos dos carros da marca são feitos com espuma a base de soja.


Divisão de luxo da Ford, a Lincoln também é adepta do conceito “eco-firendly”. O crossover MKT tem tapetes de folha de bananeira e console de material reciclado. De acordo com a empresa, além de renováveis, os compostos usados são mais resistentes a impactos e ao calor.

O compacto elétrico BMW i3 é um dos modelos mais ecológicos em produção atualmente. A marca alemã afirma que 95% dos materiais utilizados no veículo podem ser reciclados. Painéis de porta e console central são feitos com plástico e alumínio sustentáveis e a madeira do acabamento da versão de topo é retirada de eucaliptos de reflorestamento.


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