Leandro Alvares
Não foi nada mau chegar às 6h30 de um dia frio no autódromo de Interlagos para acelerar um superesportivo que, até meados de julho, só pode ser visto no Brasil em Homem de Ferro 3. Se você já assistiu ao filme, sabe que estamos falando do R8 V10 Plus, que começa a chegar às autorizadas Audi do País no início do segundo semestre por cerca de R$ 800 mil. A meta da marca alemã é emplacar 20 unidades do modelo por ano aqui.
O Plus (mais, na tradução livre) que acompanha o nome R8 V10 está relacionado às melhorias incorporadas ao modelo. O destaque são os 25 cv extras do motor central 5.2 V10 aspirado, que passa a ter 550 cv. O torque também teve uma ligeira evolução: passou de 54,1 para 55 mkgf, disponíveis a 6.500 rpm.
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Outra novidade é o câmbio. A caixa automatizada R tronic de seis marchas deu lugar à S tronic, de dupla embreagem e sete velocidades. O resultado são passagens de marcha sensivelmente mais rápidas. De acordo com informações da Audi, o R8 Plus é 50 quilos mais “magro” que a versão convencional – seu peso seco é de 1.570 kg. Com as atualizações, o superesportivo leva 0,4 segundo a menos para acelerar de 0 a 100 km/h – cumpre essa tarefa em apenas 3,5 segundos.
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O visual do modelo também recebeu atenção. Faróis de LEDs redesenhados, capa dos retrovisores feita de fibra de carbono e rodas de 19 polegadas com novo desenho são os detalhes que mais chamam atenção. Mas o que realmente impressiona no R8 é o DNA dos modelos de competição da Audi, com direito a aletas para trocas sequenciais de marcha no volante, que tem base reta, e bancos do tipo concha. Na pista de Interlagos, bastou apertar com suavidade o pedal do acelerador na reta principal para sentir na pele o ganho de potência. Sem esforço o velocímetro chegou à marca de 280 km/h.
Os freios a disco ventilados – os dianteiros são de cerâmica – dão conta de segurar o ímpeto desse Audi no contorno do clássico S do Senna. Em curvas, mesmo na cega e técnica Laranjinha, a tração integral e o defletor traseiro garantem uma ótima estabilidade ao R8 Plus.
Com o controle de tração desligado e o câmbio no modo esportivo (as mudanças de marcha ocorrem a 8 mil rpm), o Audi se torna mais permissivo. Em trechos como a curva da Junção, a traseira escorrega de leve, só para o motorista parar de pensar que poderia ser um astro da Fórmula 1. Mas nada que estrague a diversão a bordo. É só pisar fundo no pedal da direita de novo, ouvir o ronco grave e metalizado do V10 invadir a cabine e sentir os trancos das trocas de marcha para subir o nível de adrenalina no sangue e recuperar o sorriso no rosto.
Esportivo alemão faz amistoso com ‘prima’ Diavel em Interlagos
José Antonio Leme
Leandro Alvares
O foco das atenções da visita do Jornal do Carro ao autódromo de Interlagos era o Audi R8 Plus. Mas a presença de uma Ducati Diavel Carbon no box número 8 nos motivou a pensar em algo a mais, como sugere o sobrenome da nova versão do superesportivo: completar algumas voltas rápidas na pista com o carro e a moto.
A proposta não era fazer um comparativo, mas confrontar as impressões e os dados técnicos desses “primos”. Isso porque, em abril do ano passado, a Audi passou a ser dona da marca italiana de motocicletas. Lado a lado, fica difícil dizer qual dos dois modelos tem visual mais bacana. Tal como o supercarro, a Diavel tem design com linhas para lá de agressivas e acelera rápido.
Nas retas do circuito paulista, aliás, o R8 Plus não teve chance contra a Ducati, que vai de 0 a 100 km/h em apenas 2,6 segundos, ou 0,9 segundos a menos. Os dados foram divulgados pelas duas fabricantes. No embate da velocidade máximas, a vantagem é do Audi. O R8 V10 Plus vai a 317 km/h, ante os quase 240 km/h prometidos pela moto, que tem motor bicilíndrico em “L” de 1.198 cm³.
Apesar de seus 234 quilos, a Diavel tem apetite para devorar curvas com alta dose de estabilidade. Em outras palavras, o piloto pode deitá-la sem medo. Contudo é preciso ficar de olho no retrovisor, pois o R8 Plus, com tração integral, não desgarra do piso e ataca as zebras da pista com mais competência. Mas, para evitar polêmica, Audi e Ducati cruzaram juntos a linha de chegada. Um justo empate nesse belo amistoso.
