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Raro De Tomaso veio ‘refugiado’ de país africano
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Raro De Tomaso veio ‘refugiado’ de país africano

Belisa FrangioneQuem observa esse raro De Tomaso Longchamp 1975 pelas ruas pode facilmente ter a impressão de que ele já... leia mais

16 de dez, 2012 · 5 minutos de leitura.

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 Raro De Tomaso veio 'refugiado' de país africano

Belisa Frangione

Quem observa esse raro De Tomaso Longchamp 1975 pelas ruas pode facilmente ter a impressão de que ele já passou por um longo processo de restauração. Engano. Tudo é original de fábrica, inclusive os pneus.

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“Sempre me perguntam como isso é possível e a resposta é simples: é só não usar diariamente”, diz seu proprietário, o economista Júlio Penteado.

O estado de conservação do veículo tem uma explicação política. De fabricação italiana, este Longchamp estava à venda em uma concessionária De Tomaso em Angola em 1975, ano em que se iniciou uma Guerra Civil que durou 27 anos. Os refugiados tinham autorização para sair do país com objetos pessoais, inclusive automóveis.


Por isso, funcionários da concessionária, antes da fuga, andavam com os carros e alteravam os dados do hodômetro. O exemplar comprado por Penteado chegou ao Brasil em 1978, mas, por problemas fiscais, ficou retido no porto do Rio de Janeiro por 12 anos. “Nunca tive essa confirmação, mas acredito que houve problemas nessa questão alfandegária. O carro estava com 20 mil km e os pneus ainda tinha aqueles ‘pelinhos’, de tão novos que eram. Com certeza ele foi da Itália para Angola e de Angola para cá zero km”, relembra.

Por estar retido na alfândega e seu proprietário ser desconhecido, o carro seria leiloado em 1990. Um membro da equipe que organizou o leilão procurou Penteado, que era proprietário de outro De Tomaso, o Pantera, e perguntou se ele tinha interesse. “A única recomendação que fiz foi que ele não ligasse o carro e o trouxesse para São Paulo. Aqui eu já tinha um mecânico de confiança que cuidaria dele.”


Penteado conta que as partes do veículo que precisaram de mais atenção foram o motor e o estofamento. “Os bancos, feitos de couro e veludo, ainda estavam com plásticos. Havia manchas enormes de bolor, que não conseguimos remover. Tivemos de pintá-los”, relembra.

A mecânica do veículo conta com motor 5.7 V8 da Ford, com 330 cv. O câmbio é automático de três marchas. O economista afirma que sempre recebe propostas para vender o carro, mas descarta todas. “Nem cogito essa possibilidade”, reforça.


O veículo foi um dos destaques do Salão Internacional de Veículos Antigos, que ocorreu no mês passado em São Paulo. Ele também já foi premiado em 2005 no tradicional encontro de Águas de Lindoia, no interior, e em 2008, em Araxá (MG).

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.