VW Golf
Luiz Alberto Veiga/Instagram

Reestilização do VW Golf no Brasil foi destruída por ser muito interessante

Ex-chefe de design da VW do Brasil revela projeto de reestilização do Golf que deixou os alemães preocupados no início dos anos 2000

Por Diogo de Oliveira 27 de jul, 2022 · 6m de leitura.

O ex-chefe de design da Volkswagen do Brasil, Luiz Alberto Veiga, abriu recentemente a sua “caixa de pandora” e começou a publicar projetos feitos quando ele trabalhava na montadora. O Jornal do Carro publicou, por exemplo, desenhos com propostas de reestilização para a Kombi feitos em 1997. Na ocasião, a marca não autorizou as mudanças, e eles foram para a gaveta. Pois Luiz Veiga revelou outro caso curioso que envolve o Golf.

O designer publicou uma imagem que mostra a 4ª geração do hatch médio ao fundo e uma proposta de renovação da dianteira em primeiro plano. Na postagem, ele relata que o projeto de facelift do Golf “foi apresentado a representantes do board Alemão como uma solução ‘barata’ para uma modernização do modelo no Brasil”. Porém, recorda ele, ficou tão interessante que, “após a apresentação, recebemos ordens de esconder e destruir o modelo”.

VW Golf teve hiato de duas gerações no Brasil

Segundo Luiz Veiga, a equipe brasileira conseguiu um grande impacto visual com pouco investimento e mudanças. O problema é que a Volkswagen da Alemanha estava desenvolvendo um Golf completamente novo, “até o último parafuso e com custo astronômico”. Assim, conta ele, “a proposta poderia levantar questionamentos quanto à necessidade de um modelo completamente novo”. O resultado já sabemos: o projeto foi vetado pelos alemães.


Coincidência ou não, o Brasil acabou sem o novo Golf, que teve um hiato de duas gerações no País. Veiga não especifica quando o projeto foi apresentado na Volkswagen da Alemanha, mas é provável que tenha sido no início dos anos 2000. A quinta geração do hatch médio estreou em 2003 e nunca veio para cá. Em 2008, a montadora lançou a sexta linha do Golf na Europa. Enquanto isso, aqui, que ainda era feito o Golf de 4ª geração em São José dos Pinhais (PR).

VW Golf
Volkswagen/Divulgação

Mas, embora Luiz Veiga não comente no seu texto, o desenho veio a calhar alguns anos depois. No fim de 2007, a filial brasileira da marca alemã promoveu uma reestilização do hatch médio (foto), que ganhou dianteira muito parecida com a da proposta recusada pelos alemães. Aqui, o modelo ficou conhecido como Golf 4,5, já que era a 4ª geração com desenho que lembrava a 5ª linha do hatch. Assim, perdurou no mercado até 2013. Um ano depois, veio o Golf 7.


“Para o Brasil, a decisão foi ruim, porque continuamos com um modelo desatualizado e não tivemos dinheiro para produzir aqui o novo Golf, mais uma vez, devido aos grandes investimentos necessários, versus nosso mercado, sempre vacilante e traiçoeiro”, lamenta.

Golf
Volkswagen/Divulgação

Fora de linha desde 2020, Golf pode voltar

Após sucessivas quedas nas vendas desde 2014, o VW Golf seguiu firme até meados de 2019, quando a Volkswagen decidiu, então, encerrar a produção local. Logo após o fim da linha nacional, o Golf GTE – híbrido do tipo plug-in – foi importado. Pois, da mesma forma, a eletrificação pode ser o caminho de volta para o hatch médio no Brasil.


Até nos mercados mais ricos, o Golf vem perdendo espaço para os SUVs. Assim, a tendência é que o tradicional hatch se torne um carro de nicho. Se voltar, o que pode acontecer em 2023, a 8ª geração do Golf virá de novo na versão híbrida GTE.

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