A Renault só quer saber de carros eletrificados e SUVs. A grosso modo, a estratégia mundial da marca é ter o portfólio recheado de veículos que dão lucro. Com isso, o lançamento dos novos Logan e Sandero no Brasil subiu no telhado. Nesse sentido, as novidades da francesa por aqui – além da recente renovação do Zoe e do lançamento do Captur com motor 1.3 turbo – devem fechar o ano com o facelift do Kwid.
Embora a marca sequer responda questionamentos sobre o novo Kwid, o Jornal do Carro obteve a informação de que os preparativos para a chegada estão a todo vapor. Inclusive, o hatch foi flagrado em testes nos últimos dias por Leonardo Meira, dono do perfil AutoIN Brasil, no Instagram. Até mesmo a live de lançamento já está em produção
A expectativa é de que o lançamento aconteça em dezembro. Entretanto, as concessionárias consultadas não confirmam a informação, afinal, muitas delas ainda estão focadas na chegada do Sandero S Edition, nova versão inspirada no Sandero RS, mas com motor 1.0.
Com o título de carro mais barato do Brasil (parte de R$ 48.790), o Kwid é também o Renault mais vendido do País. De acordo com números da Fenabrave, foram 2.655 unidades emplacadas só em outubro. O segundo modelo mais emplacado da francesa é o SUV Duster, com 1.408 unidades no período.
É justamente por isso que a Renault vai investir na renovação do Kwid. Afinal, é um produto bem-sucedido, mas que, nas vendas, está muito atrás do Fiat Mobi, seu principal concorrente. A renovação, portanto, vem para fortalecer o subcompacto feito em São José dos Pinhais, no Paraná. E chega em boa hora, já que o hatch estreou em 2017. Ainda assim, a atualização virá com certo atraso, já que o novo design surgiu em 2019 na Índia.
O que tem de novo?
A principal característica do Kwid renovado está na dianteira. O visual fica marcado pelo novo conjunto óptico com luzes DRL acima dos faróis, um estilo à moda de Fiat Toro, Citroën C4 Cactus e vários outros. A grade também muda. Já atrás, apenas um rearranjo das lanternas e contornos de LEDs, mas com o mesmo formato da lente. Os para-choques também terão leve atualização. E, como de praxe, novas calotas estão no pacote.
Quem já entrou no Kwid, no entanto, vai se sentir em casa no modelo novo. Com poucas mudanças, deve adotar volante renovado e painel de instrumentos com comandos digitais. Para o entretenimento, a Renault deverá optar por central multimídia com maior conectividade e melhor resolução. Além disso, os materiais do acabamento prometem mais capricho. E na segurança, controles eletrônicos de estabilidade e de tração são esperados, mas não devem ser de série em todas as versões.
Potência extra
O que também deve mudar no novo Kwid é o motor. De acordo com apuração do jornalista Marlos Ney Vidal, do Autos Segredos, o compacto vai herdar o 1.0 SCe flexível de três cilindros dos irmãos Logan e Sandero. Mais potente que o 1.0 atual do Kwid, o motor gera 82 cv (12 cv adicionais). Já o torque sobe de 9,8 mkgf para 10,5 mkgf com etanol.
Com o motor mais forte, o câmbio manual de cinco marchas receberá ajustes. A redução de consumo também é meta. Assim, o Renault Kwid 2022 cumprirá as novas regras de emissões do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve L7). A sétima fase da legislação – que é similar à europeia Euro 5 – terá início em janeiro 2022. Ou seja, mais um motivo para a fabricante não postergar o lançamento.
Novo SUV para o lugar do Sandero?
Ao mesmo tempo em que ajusta os ponteiros para o lançamento do novo Kwid, a Renault estuda que modelo produzir no Brasil em substituição ao Sandero. Embora a filial brasileira não confirme a informação, a matriz da Renault comunicou que Logan e Sandero não terão nova geração por aqui. Dessa forma, a francesa vai aposentar a dupla até 2023.
A princípio, o Logan não voltará ao mercado, já que as vendas de sedãs estão em queda. Já o Sandero deverá ser substituído por um novo SUV compacto, a ser posicionado abaixo do Duster. Esse modelo tem tudo para ser o Kiger, que estreou há poucos meses na Índia. O pequeno utilitário usa a mesma base do Kwid, o que facilitará a sua nacionalização.