Assim como as peruas, os sedãs e até os hatches, as minivans sucumbiram aos SUVs. A pá de cal vem com a despedida da Renault Scénic na Europa. O modelo, nascido em 1996, já saiu do configurador do site da marca por lá. E o próximo passo é retirar de linha a Grand Scénic de sete lugares (abaixo, à esq.), que existe em alguns mercados, porém, está com os dias contados. Ou seja, é o fim das minivans francesas que fizeram sucesso no Brasil.
Um ponto decisivo para o fim da Scénic é nova da estratégia global da Renault. De acordo com o “Renaulution” (plano apresentado pela marca no início de 2021), a montadora vai se concentrar nos carros mais rentáveis e eletrificados. Ou seja, os populares estão de fora. Inclua aí modelos exclusivamente a combustão – caso da Scénic. A fábrica de Douai, na França, por exemplo, produzirá somente veículos 100% elétricos.
Resultados ruins lá fora e aqui
Com 26 anos de mercado e quase 3 milhões de unidades vendidas mundo afora (inclusive no Brasil, confira abaixo), a Scénic já não andava bem das pernas nas vendas. Em números, emplacou 8 vezes menos na comparação entre 2011 e 2021. No ano passado, foram 20,6 mil unidades vendidas no mundo – eram 160 mil uma década atrás.
No mercado brasileiro, a Scénic chegou em 1998 com produção nacional, junto com a inauguração da fábrica de São José dos Pinhais (PR). Na segunda geração, a minivan passou a ser importada e durou até 2010. Nesse período, registrou bons números de vendas: o modelo somou 140 mil unidades. Em 2008, a primeira e a segunda gerações conviveram paralelamente no País. Mas a estratégia não deu certo e logo ambas deixaram o mercado.
Contudo, apesar de minguar com o tempo, a Renault Scénic tinha itens que fizeram sucesso por aqui. À época, a rival de Citroën Xsara Picasso e da Chevrolet Zafira trazia mesas do tipo avião retráteis atrás dos bancos dianteiros, bem como uma variedade de porta-objetos. O espaço a bordo era perfeito para famílias maiores, com três bancos individuais e um porta-malas de 410 litros. Na época, o modelo foi um sucesso instantâneo nas vendas.
Nascida em 2016 e feita sobre a plataforma modular CMF-B, a mesma que dará origem ao novo SUV compacto da Renault em 2023, a atual geração se despede do mercado com especulações de uma possível volta. Todavia, com propulsão elétrica e estilo de SUV.
Elétrica?
Conforme noticiamos no Jornal do Carro, a Scénic, quase duas décadas e meia depois de seu lançamento, vai abandonar as antigas formas de monovolume, e seguirá a tendência de “suvização” e da eletrificação. Ou seja, vai virar um SUV elétrico. Tal como foi feito com o novo Mégane, que abandonou as carrocerias hatch, perua e sedã.
O Scénic E-Tech – nome cotado – terá cinco assentos. Conforme o site inglês Auto Express (que publicou a projeção acima), a nova geração da minivan terá a plataforma CMF-EV, da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Portanto, ficará acima do novo Mégane como um possível rival do Volkswagen ID.4. O lançamento está previsto para 2024.