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Stellantis terá nova bateria de carros elétricos para a ‘classe média’
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Stellantis terá nova bateria de carros elétricos para a ‘classe média’

Plano da Stellantis é usar bateria LFP em modelos de entrada na Europa, como Fiat 500e e Peugeot e-208, que também estão à venda no Brasil

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

28 de fev, 2023 · 4 minutos de leitura.

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Stellantis deve seguir exemplo de outras montadoras e comprar baterias de empresas chinesas
Crédito:Fiat/Divulgação

Para tornar os carros elétricos mais atrativos financeiramente, o grupo Stellantis vai adotar uma nova estratégia. Na apresentação dos resultados financeiros de 2022, o CEO Carlos Tavares defendeu a produção de bateria de lítio-ferro-fosfato (LFP) para alguns modelos e versões.



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No mercado chinês, os carros elétricos mais baratos já utilizam a bateria LFP, que é mais barata de produzir, tem boa autonomia de uso urbano e recarrega rápido. De acordo com Tavares, esse tipo de bateria tem densidade menor que a de modelos convencionais de íons de lítio.

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Durante a conferência, Tavares disse que é preciso contar com baterias de LFP no futuro próximo. “(O uso delas) É competitivo em termos de custos para fabricar carros elétricos acessíveis à classe média”, declarou o CEO da Stellantis. Entretanto, Tavares não deu prazo para o início da implantação dessas baterias nas marcas do grupo, como Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot. “A única questão é onde (esse tipo de bateria) seriam adquiridas, se na Europa ou em outro lugar”, completou.

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Novo Opel Astra elétrico usa plataforma da Peugeot (Opel/Divulgação)

Monopólio chinês

A China domina a produção de bateria LFP. Só neste ano, o país asiático deve entregar 99,5% da produção global do componente, conforme análise da Benchmark Minerals, que é especialista neste mercado. A princípio, a China será responsável por 97% da capacidade produtiva de bateria LFP até 2030.


De olho nisso, dificilmente o mercado europeu se livrará do monopólio chinês. Isso é, em parte, culpa da dificuldade de extração de materiais como níquel, cobalto e manganês. Dessa forma, a saída é buscar uma fornecedor, como faz a Tesla, que usa bateria LFP da chinesa CATL.

Aliás, a CATL vem investindo em fábricas na Europa para suprir as montadoras como BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen. No caso da Stellantis, o plano é adotar a bateria LFP nos modelos de entrada como Fiat 500e e Peugeot e-208, por exemplo. E, assim, torná-los mais acessíveis e populares. E isso naturalmente vai beneficiar o Brasil.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”