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Stock Car usa etanol de carros de passeio
Tecnologia

Stock Car usa etanol de carros de passeio

Leandro AlvaresA ideia de transferir tecnologia das pistas para os carros de rua, que rapidamente surge à mente ao se... leia mais

05 de ago, 2013 · 5 minutos de leitura.

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 Stock Car usa etanol de carros de passeio

Leandro Alvares

A ideia de transferir tecnologia das pistas para os carros de rua, que rapidamente surge à mente ao se pensar em uma categoria como a Fórmula 1, não pode ser associado à Stock Car quando o assunto é combustível. No caso da competição nacional, o processo é inverso: o etanol aditivado desenvolvido pela Shell para os veículos de passeio é utilizado pelos modelos de turismo.

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“Se um carro da Stock Car trafegasse nas ruas e parasse em um posto de combustível para encher o tanque com etanol Shell V-Power, poderia usar o derivado da cana-de-açúcar sem nenhum problema”, afirma o engenheiro de combustíveis da Shell, Gilberto Pose.

“Nossa gasolina aditivada nasceu após o aprendizado que tivemos com a Ferrari na F-1. Depois disso, utilizamos todo o conhecimento e adaptamos os aditivos para o etanol. Por isso, foi um produto desenvolvido direto para as ruas, e a Stock Car passou a usufruí-lo,” explica.

Nos próximos anos, no entanto, a tendência é que a Stock Car sirva de laboratório para aperfeiçoamentos do combustível. “Pode ter retorno para os carros de rua. “Já estamos trabalhamos com o etanol de segunda geração, obtido a partir das folhas e do bagaço da cana, e precisaremos de um campo para testar isso”, destaca Pose.


Na opinião dos pilotos, a tecnologia das ruas tem feito muito bem ao esporte. “O ganho de potência nos carros de Stock Car com o uso do etanol aditivado foi significativo”, diz o competidor Valdeno Brito. “Os mecânicos também ficaram impressionados com o combustível, que diminui o desgaste dos componentes”, ressalta.

O caminho da cana. De oito a 14 horas. Este é o tempo necessário para a cana-de-açúcar se transformar em etanol nas usinas da Raízen, empresa pertencente à Shell. O Jornal do Carro visitou a unidade de Piracicaba, no interior, onde são produzidos diariamente 800 mil litros do combustível.

O processo parece simples, mas é muito complexo: a cana retirada por enormes colheitadeiras (há 23 delas em Piracicaba) é transportada por caminhões a uma área para lavagem do vegetal. Depois, é picada e desfibrada antes de ser direcionada à moenda para a obtenção do caldo. O próximo passo é a separação do líquido em duas etapas. Na primeira, retira-se o açúcar. Na segunda – com o acréscimo de leveduras e outras substâncias para fermentação -, o etanol.


Na destilaria, são adicionados detergentes e moléculas de redução de atrito para elaborar etanol aditivado. Segundo a Raízen, uma tonelada de cana produz 80 litros do combustível.

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