A era dos muscle cars com motores V8 aspirados está chegando ao fim. Enquanto a GM confirmou que vai encerrar a produção do Chevrolet Camaro em janeiro de 2024, a Dodge entrega o último exemplar do Challenger, outro ícone norte-americano dos anos 1970.
Para fazer jus à história do modelo, a marca do grupo Stellantis apresentou uma versão final modificada com insanos 1.039 cv de potência e uma aceleração de zero a 100 km/h abaixo de 2 segundos – ou seja, mais rápido que Bugatti Veyron e que o elétrico Tesla Model S Plaid, dois dos carros mais rápidos do mundo pelo Guinness.
Potencia e torque absurdos marcam o último dos Dodge Challenger
Para marcar sua despedida, o Challenger SRT Demon 170 foi aprimorado ao extremo. Por exemplo, o modelo recebeu modificações no motor, baseadas no Hellelephant C170, que entrega 130,7 mkgf de torque, um valor absurdamente alto. Para atingir esses números de potência e torque, apenas o mesmo comando de válvulas continua igual. De resto, recebeu diversos upgrades, dentre eles, um supercharger ainda maior, de 3 litros, e um corpo de borboletas de 105 mm, por exemplo.
Porém, para liberar toda a cavalaria absurda do Demon, é necessário o combustível especial E85 (85% etanol, 15% gasolina pura). Caso se use gasolina comum, a potência fica limitada a “apenas” 913 cv, bem como o torque, que passa a ser de “só” 112 mkgf. Com toda a potência em mãos, o Demon 170 pode ir mais rápido até que hipercarros, como o Rimac Navera. Entretanto, a Dodge afirmou que os números de aceleração foram obtidos já com o veículo em movimento, e não especificamente do zero.
Esportivo tem modo “normal” com 913 cv
Com os 1.039 cv à disposição, o Demon 170 cumpre os 400 m da arrancada em 8,91 s, e cruza a linha a 242 km/h. Contudo, segundo a marca, os dados foram obtidos em uma pista homologada pela NHRA, instituição responsável pelas competições de arrancada nos EUA.
Sua central eletrônica tem a capacidade de controlar a potência do motor, a partir de leituras feitas do combustível. Entretanto, quando é identificada a presença de 65% de etanol na mistura, uma luz azul no painel avisa que toda a potência do carro está disponível.
O câmbio automático de 8 velocidades precisou de reforço, e agora conta com 30% mais rigidez em relação ao modelo anterior. Para suportar tamanha força, o eixo traseiro também sofreu reforço, e ficou 53% mais robusto. Contudo, caso o proprietário queira tornar o veículo totalmente voltado para arrancadas, itens como gaiola de proteção e até mesmo um paraquedas de competição estão disponíveis na loja de acessórios.
Quando o assunto é aderência, largos pneus 315/50 R17 garantem o serviço, e transferem toda a potência enviada às rodas traseiras para o chão. Na frente, vão pneus 245/55 R8, de menor diâmetro. Opcionalmente, há a possibilidade de se obter rodas e pneus de uso “normal”, também como rodas de fibra de carbono, mais leves, por exemplo.
O Demon possui traseira mais alta em 9,9mm, culpa dos amortecedores Bilstein. Com comando eletrônico, podem deixar a traseira mais “mole” durante o modo “Drag” (Arrancada), e a dianteira mais firme. Pequenos detalhes que deixam o veículo totalmente voltado para a performance em linha reta, algo essencial em arrancadas.
Donos terão de assinar termo de responsabilidade sobre o carro
Disponível em 15 cores, o Demon 170 pode parecer menos agressivo visualmente se comparado à versão Redeye Widebody, mas isso é proposital. A versão derradeira do Challenger conta com alívio de peso, que vão desde aos alargadores de paralamas, eliminados, até mesmo ao interior básico, com apenas o banco do motorista de série, afim de livrar o máximo de peso possível. Entretanto, é possível adicionar diversos itens “de volta” ao carro, como som premium e bancos extras, na lista de acessórios da Dodge.
Feito para ser uma despedida e tanto ao último dos cupês V8 da Dodge, o Challenger Demon 70 certamente cobra seu preço: custa 96.666 dólares, o equivalente a 528 mil reais em conversão direta. Para incentivar a compra, além do carro, o comprador leva pra casa um kit personalizado com copos e decanter para uísque, além de uma capa exclusiva para o carro, bem como uma cobertura para a placa. Uma aula em circuito fechado com o modelo, em um circuito no Arizona, também faz parte do pacote.
Se você deseja uma unidade para chamar de sua, terá que importar uma das 3.000 disponíveis para os Estados Unidos, ou uma das 300 que vão para ao Canadá. Porém, os números podem variar, já que a produção vai de julho ao último dia de 2023. No ato da compra, os proprietários devem assinar um termo de responsabilidade, tornando-os cientes sobre a capacidade do esportivo mais potente da Dodge.
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