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Uno completa 35 anos no Brasil
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Uno completa 35 anos no Brasil

Uno foi lançado pela Fiat no País em agosto de 1984. Por causa de suas formas, sofreu até bullying automotivo, mas superou

Redação

26 de ago, 2019 · 10 minutos de leitura.

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Uno
Fiat Uno
Crédito:Fiat/Divulgação

No início, nem tudo foi fácil. Numa época em que mesmo os carros compactos tinham motor longitudinal, a Fiat lançou o Uno com propulsor transversal e formas pouco convencionais. O apelido não demorou: “bota ortopédica”, disseram nas ruas. Como se o bullying automotivo já não fosse suficiente, o novo modelo deveria superar a má fama deixava pelo pioneiro 147 no Brasil. O 147 trazia diversos avanços (caso do próprio motor transversal, em plenos anos 70!), mas o histórico de fragilidade e quebras não ajudava muito. Porém, o Uno venceu preconceitos e fragilidades, e decolou.

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+ Conheça os detalhes do primeiro “carro popular”

O hatch foi lançado em agosto de 1984, portanto há 35 anos. E trazia um conceito revolucionário para a época: era pequeno por fora e grande por dentro. Conseguia isso por meio de um ótimo aproveitamento de espaço. O conjunto mecânico ocupava a dianteira curta, enquanto passageiros acomodavam-se em uma cabine alta e espaçosa. A posição elevada dos bancos garantia visibilidade exemplar. A ampla área envidraçada também favorecia a visão do exterior. O modelo também inovou ao vir com apenas um limpador de para-brisa.


Desenhado por Giorgetto Giugiaro, o Uno foi lançado na Itália em 1983, portanto apenas um ano antes de sua chegada ao Brasil. Para ser produzido em Betim (MG), o hatch passou por diversas alterações e reforços. O processo de tropicalização resultou em um veículo que deveria resistir ao uso severo. Além disso, o porta-malas foi aumentado, para acomodar melhor a bagagem da família. Isso porque, ao contrário da Europa, aqui ele não seria apenas um city car, para deslocamentos urbanos, e sim um automóvel para cidade e estrada, para uso urbano e viagens em família.


Somando as vendas de suas duas gerações (o modelo foi completamente mudado em 2010), até julho de 2019 foram produzidas cerca de 4 milhões de unidades do Uno. Esse número faz dele o modelo mais vendido da marca até hoje.

1984 – O começo

O Uno chegou com duas opções de motor (1.050 e 1.300 cm3), e três versões de acabamento: (Super), CS (Confort Super) e SX (Sport Experimental). Nesta última, o motor 1.300 tinha carburador de corpo duplo, e rendia até 71,4 cv. O painel tinha instrumentos adicionais, caso do conta-giros e manômetro de óleo. Além disso, havia faróis de longo alcance no para-choque.

1985 – A família cresceu

No ano seguinte, a Fiat lançou o primeiro derivado da linha: o sedã Prêmio. O modelo de três volumes tinha traseira bem alta e porta-malas espaçoso. A perua Elba viria em 1986, enquanto o furgão e a picape Fiorino chegariam dois anos depois, 1988.


1987 – Nasce o esportivo

Faixas laterais, rodas esportivas, tampa traseira pintada de preto e cintos vermelhos marcaram o visual do Uno 1.5R, versão esportiva do modelo. O câmbio tinha escalonamento com relações mais curtas. As rodas mais largas ganharam pneus especiais, e os discos dianteiros passaram a ser ventilados. A suspensão foi endurecida e ganhou barra estabilizadora. Com motor 1.5 de 86 cv, era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 12 segundos, e de alcançar 162 km/h de máxima, bons números para a época. Dois anos depois, com motor 1.6, o modelo passou a se chamar 1.6 R.

1990 – Chega o Uno Mille

Com a redução de impostos oferecida pelo governo a carros com motor até 1.0, a Fiat foi rápida ao reduzir a cilindrada do Uno (que era de 1.050 cm3), e lançou o primeiro “carro popular”, com 48,5 cv.


Já no primeiro ano foram vendidas 100 mil unidades, êxito que continuou durante a década de 90, o que consolidou a Fiat na posição de grande líder do mercado de carros 1.0. Consumo e preço baixo se tornaram características do modelo. No ano seguinte, a série especial Brio vinha com carburador duplo e 54 cv. Além disso, a linha de 1991 também teve mudanças. A gama recebeu frente remodelada, com faróis e grade de perfil mais baixo.

1992 – Uno Eletronic

O Uno ganhou ignição eletrônica mapeada e o sobrenome Eletronic, que resultou em melhor dirigibilidade sem comprometer o consumo. Mais ágil e com motor de 56 cv, também foi o primeiro veículo do segmento a apresentar carroceria de quatro portas.

1994 – ELX, o Mille “de luxo”

A versão ELX chegou com itens como trava e vidros dianteiros elétricos. Também adotava frente e painel das versões de topo de linha do Uno. No ano seguinte, evoluiu para a versão EP, com injeção eletrônica.


1994 – O primeiro turbo

Em fevereiro de 1994, a Fiat sacudiu o mercado brasileiro com o Uno Turbo. Pela primeira vez no País, um carro de passeio saía de fábrica com turbocompressor. De acordo com a fabricante, o modelo acelerava de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, e alcançava 195 km/h.

2001 – Motor Fire

Na virada do milênio, a Fiat lançou a linha de motores Fire, com menor atrito interno e maior economia. O motor Fire 1.0 tinha 55 cv.


2004 – Ano da reestilização

Ao completar 20 anos no mercado nacional, em 2004 o modelo recebeu uma grande reestilização. A frente foi remodelada e recebeu faróis de superfície complexa, mais eficientes. A grade frontal cresceu. Na traseira, as lanternas foram redesenhadas.

2008 – Mais economia

O Mille Economy foi lançado em 2008. Graças a alterações nos pneus (que passaram a usar maior pressão), motor, câmbio e suspensões, o hatch ficou em média 10% mais econômico.

2010 – O novo Uno

A segunda geração do Uno chegou em 2010. A Fiat adotou o tema “quadrado arredondado” para definir o estilo do modelo. Ele preservava o aproveitamento de espaço do primeiro modelo, mas com linhas mais curvas.


Além da carroceria de maior rigidez, a nova versão marcou a estreia dos motores Fire 1.0 Evo e Fire 1.4 Evo, ambos flexíveis.

O novo hatch chegou em três versões: Vivace 1.0, Attractive 1.4 e Way 1.0 e 1.4. Oferecia também múltiplas opções de personalização, tanto de elementos visuais quanto de itens de conveniência.


2013 – Arrivederci, a despedida

Para marcar a aposentadoria definitiva do Uno de primeira geração, em 2013 a Fiat lançou a série Grazie Mille (muito obrigado), com tiragem limitada a 2 mil unidades numeradas do modelo. Entre as novidades, a série ganhou a pintura verde Saquarema.

2016 – Reestilização

Em 2016 o Uno ganhou reestilização na dianteira e a nova família de motores FireFly (1.0 de três cilindros e 1.3 de quatro). O modelo também recebeu controles de tração e estabilidade, além de assistente de partida em rampa.

Atualmente, as vendas do Uno estão bem longe de seus dias de glória. Este ano, no acumulado até julho, o Uno ocupa apenas a 33ª posição entre os carros de passeio, com 11.773 unidades.


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