A Volkswagen promoveu uma live com a imprensa brasileira para apresentar o novo SUV Taos, que está confirmado para estrear em 2021. Porém, o bate-papo com o CEO da montadora na América Latina, Pablo Di Si, foi além. E revelou pistas do que a marca planeja para 2021.
Sem dizer muito, Pablo Di Si apontou os caminhos para o ano que vem. “Acredito que três segmentos continuarão muito relevantes no Brasil em 2021: o de SUVs, o de picapes e o segmento de compactos de entrada, que ainda concentra as vendas no país”, resumiu.
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Inscreva-seSegundo o executivo, alguns projetos foram congelados por causa da pandemia. E a montadora já tirou uma parte deles da gaveta. “Estamos retomando aos poucos. E teremos alguns anúncios para fazer”, disse Pablo Di Si na transmissão ao vivo.
Picape Tarok vem aí
Um dos projetos suspensos pela Covid-19 é o da nova picape intermediária para brigar com a Fiat Toro. O projeto Tarok surgiu no último Salão do Automóvel de São Paulo de 2018. Foi feito originalmente a partir do SUV T-Cross, que usa o chassi mais comprido do sedã Virtus.
Porém, a picape não só foi resgatada, como terá um “upgrade”. Em vez de nascer do menor T-Cross (base MQB-A0 de Polo e Virtus), a Tarok será baseada na plataforma maior MQB-A, do Taos. É o que sugeriu Pablo Di Si na revelação mundial do novo SUV.
Sem citar o nome da picape, o executivo antecipou que outros modelos serão produzidos sobre a plataforma MQB na fábrica de General Pacheco, na Argentina. E dentro dessa lógica o Taos e a Tarok vão compartilhar chassi, equipamentos e mecânica.
No último encontro, Di Si reconheceu que a categoria terá a atenção da marca alemã. “As picapes vão continuar a ser muito relevantes. Estão ganhando subsegmentos, tal como os SUVs. E temos o agronegócio e a mineração muito fortes no Brasil”, exaltou.
Porém, nada de pressa. A Tarok talvez surja em 2021, com início de vendas entre 2022 e 2023. A pandemia atrasou o lançamento.
Polo aventureiro e sucessor do Gol
Com 40 anos de Brasil, o Gol é o carro mais popular da Volkswagen depois do Fusca. Foi líder de vendas por muitos anos, porém a atual geração está cansada. Estreou em meados de 2008, e na última década perdeu força. Porém, em 2020 o Gol voltou à velha forma. É o 5º mais vendido.
Questionado sobre o fim da produção do modelo, Pablo Di Si foi enfático: “o Gol não sairá de linha em 2021”. Porém, isso não significa que a marca não está trabalhando em seu substituto.
Em setembro passado, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) anunciou um acordo com a VW para produzir um novo veículo na fábrica da montadora na cidade. Trata-se do Polo Track, versão aventureira para concorrer com Fiat Argo Trekking e Renault Stepway.
Porém, a fábrica de Taubaté não produzirá só o aventureiro. Está prevista a produção de uma nova versão de entrada do Polo, identificado como Polo LA K1. Especula-se que esse modelo poderá ser o Polo básico, cuja função seria substituir Up!, Fox e até o Gol.
Mini SUV de entrada
No bate-papo, Pablo Di Si foi questionado e comentou sobre a possibilidade de a montadora lançar um SUV menor do que o Nivus. Algo parecido com o conceito Taigun, que a Volkswagen exibiu no Salão de São Paulo de 2012. O pequeno SUV foi projetado sobre o chassi do Up! na época.
O executivo disse que isso é uma realidade em outros mercados que vai acontecer no Brasil. “O segmento SUV vai continuar crescendo. Os SUVs foram criando subsegmentos. Quem vai pagar a conta desse sucesso são os hatchbacks e sedãs”, disse o executivo, referindo-se ao recente avanço dos SUVs sobre os dois tipos de carroceria mais populares do mundo.
Elétricos e híbridos distantes
Pablo Di Si aproveitou o encontro com os jornalistas para falar também dos veículos eletrificados da marca. Porém, a previsão ainda é vaga. Como não há estímulo governamental no Brasil, nem infraestrutura estabelecida, o executivo ainda busca a melhor estratégia para a região.
“O ano de 2021 vai ser para discutir o futuro dos carros elétricos e híbridos no país”, afirmou Pablo Di Si. Para o executivo, a chegada desses modelos será fundamental para ajudar a reduzir as emissões e promover a descarbonização no Brasil.
O executivo lembrou que o grupo Volkswagen vai lançar 70 carros elétricos e 60 híbridos até 2030. E no Brasil a montadora planeja lançar 5 veículos eletrificados até 2025. Um deles pode ser o compacto elétrico ID. 3. Porém a sua importação vai depender de alguns avanços.
Crescimento modesto em 2021
Além da falta de fomento federal com elétricos e híbridos, Pablo Di Si acredita que o Brasil terá recuperação mais lenta da economia. A disparada do dólar dos EUA e o fechamento de fábricas por causa da pandemia ainda vão provocar alta nos custos e falta de insumos.
“Acho que o mercado será maior em 2021, porém com um crescimento tímido. Teremos uma questão de custo muito forte que vai afetar os preços”, conclui.