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Volkswagen terá carros elétricos no Brasil? Veja o que disse o CEO
Mercado

Volkswagen terá carros elétricos no Brasil? Veja o que disse o CEO

Executivo aponta desafios da eletrificação no Brasil e como a Volkswagen pretende competir com chineses na oferta de elétricos e híbridos

Fellipe Gualberto, especial para o Jornal do Carro

29 de jun, 2024 · 6 minutos de leitura.

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Virtus Lula
Lula desfila na fábrica da Volkswagen em um Virtus conversível criado exclusivamente para a visita do presidente
Crédito:Palácio do Planalto/Divulgação

A produção de automóveis elétricos da Volkswagen no Brasil deve começar até 2028. Ciro Possobom, CEO da empresa, confirmou que o mais recente pacote de investimentos da companhia no País inclui veículos elétricos em seu planejamento. “São 16 carros nesse pacote de R$16 bilhões, então haverá carro flex, carro híbrido e carro elétrico”, garantiu.

No entanto, o executivo reconhece que os carros elétricos ainda enfrentam dificuldades no cenário nacional. Em entrevista ao Jornal do Carro, durante a comemoração de 25 anos da fábrica da empresa no Paraná, Possobom falou sobre o futuro da marca. Bem como sobre os planos para concorrer com marcas chinesas no crescente mercado de veículos eletrificados.



Chineses têm “vantagem competitiva”, diz CEO da Volkswagen

A Volkswagen do Brasil enfrenta dificuldades para competir com carros elétricos importados. De acordo com Ciro Possobom, há vantagens em relação a custos como transporte e produção no País. “Você produzir o carro fora do Brasil e vender aqui é não jogar o jogo”, defende.

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Por isso, conforme o executivo, a concorrência com os modelos chineses torna a produção e venda no Brasil mais complexa. “O ponto é que o carro elétrico geralmente custa 40% mais caro que um veículo a combustão. Os chineses têm uma vantagem competitiva em relação a isso, mas geralmente o carro custa mais caro”, explica o CEO.

Até mesmo modelos elétricos menores teriam preços mais elevados que poderiam não atrair compradores nacionais. “Se você eletrificar um carro menor, esse modelo vai custar R$150 mil. Poucas pessoas conseguem comprar esse carro, o tíquete médio no Brasil é de R$130 mil”, pontua.

Volkswagen T-Cross 2025
Daniel Teixeira/Estadão
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Produção de baterias é gargalo para elétricos no Brasil

O aumento de 40% no valor do automóvel ocorre devido aos custos atrelados à bateria. Segundo Possobom, a falta de produtores nacionais e os custos de transporte com containers refrigerados seriam dois grandes gargalos que atrasam a produção de elétricos no Brasil. Uma solução viável, por outro lado, seria importar as células da bateria e fazer a montagem em território nacional.

Por fim, ainda sobre as baterias, Possobom relembra a falta de carregadores de carros elétricos no Brasil. “A dinâmica do carro elétrico é legal, mas tem as dificuldades do abastecimento. Boa parte dos clientes que compraram elétricos nos Estados Unidos já não querem mais comprar esses modelos”.

Adaptação ao Brasil e vida do automóvel

Por fim, Ciro Possobom ressalta que o lançamento de carros elétricos no Brasil exige teste e adaptação desses veículos. As estradas nacionais requerem que os modelos sejam adaptados e estudados antes do lançamento. “Você não tem ideia da complexidade que é lançar o ID.4 e o ID.Buzz aqui. É preciso testar porque as ruas são diferentes, a altura do carro deve ser diferente, é preciso adaptação para para solo, entre outros detalhes”, explica.


Ao mesmo tempo, a Volkswagen se preocupa com a infraestrutura necessária para suportar um pós-venda. E, assim, impedir a desvalorização que os carros elétricos devem enfrentar na revenda, de cerca de 60% do preço, segundo Possobom.

Até equacionar esses pontos e evitar a desvalorização, a Volkswagen prefere postergar a produção e venda de elétricos no País. “É o DNA da marca, nós estamos muito preocupados com o que vai acontecer lá para frente. A marca Volkswagen é a que menos desvaloriza no mercado”, finaliza o CEO.

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Pneus murchos afetam desempenho e aumentam consumo

Calibragem deve ser feita toda semana com a pressão indicada pelo manual do proprietário do veículo

24 de jun, 2024 · 2 minutos de leitura.

A calibragem dos pneus é uma tarefa tão simples e, ao mesmo tempo, muito importante. Por isso, precisa ser realizada semanalmente. Além disso, deve seguir a pressão indicada pelo fabricante do veículo.

Normalmente, essa informação fica no manual do proprietário ou em algum lugar mais acessível do carro. Por exemplo: no batente da porta do motorista, bem como na parte de dentro da portinhola do tanque de combustível.

“Pneus com pressão abaixo da ideal atrapalham o desempenho, aumentam o consumo de combustível e comprometem a estabilidade e a segurança do veículo”, explica Cleber William Gomes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O que acontece com os pneus descalibrados?

Nessas condições, a borracha que entra em contato com o solo é maior do que deveria. “Isso eleva a temperatura do pneu e prejudica a durabilidade dos componentes da suspensão, assim como o próprio pneu”, explica.

Além do mais, com os pneus murchos, a banda de rodagem acaba cedendo. Com isso, somente as faixas externas e internas entram em contato com o piso. Assim, o desgaste fica totalmente irregular.

O pneu com mais área de contato com o solo amplia o esforço do motor, que vai gastar mais combustível. Em média, rodas descalibradas aumentam o consumo de combustível em 10% a 20%, podendo chegar a 50% em casos extremos.

Da mesma forma, estudos da NHTSA, órgão de segurança do trânsito dos Estados Unidos, demonstram que rodar com pneus subinflados ou gastos multiplica em até três vezes o risco de acidente. Isso porque os pneus afetam diretamente a frenagem, fazendo o carro se arrastar por uma distância maior do que deveria.

Pneus com pressão acima da ideal

Mas tome cuidado, pois o contrário também pode ser prejudicial. Pneus inflados acima da pressão recomendada deixam apenas a parte central em maior contato com o solo. Com isso, o desgaste será, da mesma maneira, irregular. Consequentemente, eles ficarão mais suscetíveis a furos.

“A pressão excessiva reduz a capacidade de frenagem, a dirigibilidade e, inclusive, a estabilidade em curvas e condições de rodagem”, diz Gomes.

Pneus cheios de ar ficam mais duros. Dessa forma, o carro tende a pular mais ao passar em obstáculos. Assim, afetam o trabalho da suspensão e, portanto, o conforto de quem está a bordo.

Então, é importante seguir algumas dicas para encher os pneus:

  • Procure calibrar sempre com os pneus frios. Quando estão mais quentes depois de rodar muitos quilômetros, eles tendem a ficar mais cheios do que realmente aparentam, devido à expansão do ar. Por isso, faça a calibragem logo de manhã.
  • Siga a recomendação do fabricante. Lembre-se de que a pressão não é única. Ela varia conforme o uso. Se for viajar com o porta-malas cheio, a pressão nos pneus traseiros é sempre um pouco maior.
  • O ideal é calibrar os pneus uma vez por semana. Contudo, se você costuma rodar pouco, faça isso após abastecer o carro.

Não se esqueça do estepe. Não é necessário calibrá-lo toda semana. Entretanto, é melhor deixá-lo em ordem para usar em caso de emergência.