A Volkswagen demorou a lançar um SUV compacto no Brasil. Enquanto o Ford Ecosport fazia sucesso no País desde o começo da década de 2000, a VW entrou na disputa só em 2019. Entretanto, já foi direto para o protagonismo. Hoje, o T-Cross é o mais vendido do segmento. Desde a estreia, já teve mais de 320 mil unidades emplacadas. Isso porque oferece bom espaço interno e uma dinâmica sólida. E não é dos mais caros. Na linha 2025, aliás, os preços foram mantidos. O SUV chega renovado nas concessionárias em junho.
Já lançado na Europa, o modelo com facelift segue quase a mesma fórmula da versão anterior, mas com uma cara nova. E, felizmente, a equipe brasileira de designers preferiu não seguir à risca o modelo vendido no Velho Continente e oferecer traços exclusivos à clientela local. Por exemplo, o T-Cross brasileiro não adotou a faixa de LEDs entre os faróis, tampouco a lanterna das versões mais caras oferecidas por lá, que tem desenho em “X” – de gosto bastante duvidoso, diga-se.
Em síntese, o estilo dianteiro e traseiro ao mesmo tempo em que adicionaram atualizações, também tiveram melhorias tecnológicas. Faróis e lanternas (agora, com filete iluminado que vai de uma ponta a outra) têm iluminação Full LEDs em todas as versões de acabamento. E não há mais faróis de neblina no para-choque.
Apenas um retoque
O T-Cross de 2019 tinha um visual limpo, que agradou o conservador público brasileiro. Agora, o modelo 2025 investe em linhas mais rebuscadas. E acertou em cheio. Afinal, tem montadora por aí que parece fazer questão de estragar carro bonito.
Enfim, como gosto é relativo, vamos pular para outro tópico: as rodas. Existem opções de 16″ ou 17″, dependendo da versão. Sempre de liga leve. Na versão topo de linha Highline (que dirigimos durante o test-drive de lançamento), por meio de pacote opcional, dá para incluir os pneus Pirelli com tecnologia Seal Inside. Desse modo, dá para continuar rodando mesmo furado. Mérito de um composto de vedação instalado na parte de dentro do pneu.
O novo T-Cross também adiciona uma cor de pintura à paleta, a Cinza Ascot. Mas vale apenas para a versão Highline e fica exclusiva ao pacote Dark (R$ 2.600), que também possibilita acrescentar a cor Preto Ninja para teto e retrovisores, bem como rack de teto, rodas e logotipias em tom negro. Ademais, permanecem as outras seis opções: Preto Ninja, Branco Puro, Cinza Platinum, Vermelho Sunset, Prata Pyrit e Azul Norway.
Mais conteúdo
Do lado de dentro o T-Cross também tem upgrades. Os bancos são novos e usam o nome “T-Cross” nos encostos. Cada versão tem uma combinação de tonalidades exclusivas. Na versão topo, o revestimento é de couro e couro ecológico. E para quem reclamava do excesso de plásticos, a marca trouxe texturas diferentes do material em algumas partes da cabine. No painel (que ganhou novo formato), tem até revestimento softtouch e costura pespontada. E tem tecidos nos painéis de portas.
Em todas as versões do T-Cross, permanece em cena a mesma central multimídia com tela de 10,1″. O sistema multimídia VW Play tem Apple Carplay e Android Auto, bem como conexão com a internet via smartphone. O que mudou foi a moldura. Antes, acoplada ao painel, a peça agora é chamada pela marca de semi flutuante. O quadro de instrumentos tem 10,25″ nas versões mais caras. Ademais, tem quatro portas USB espalhadas pela cabine (duas delas, atrás).
De fábrica
No modelo 2025, itens priorizados pelos clientes permanecem. Todas as versões saem de fábrica com controlador de velocidade adaptativo, frenagem automática de emergência com detector de pedestres, detector de fadiga, airbags laterais e de cortina, ar-condicionado, entre outros itens. Na opção mais cara, tem sensor de chuva, assistente de estacionamento automático e demais mimos.
Em termos de espaço não há novidades. O que, aliás, é bom. O T-Cross se mantém com 2,65 metros de entre-eixos. Perfeito para acomodação dos passageiros do banco de trás, com ótimo vão para as pernas e para a cabeça. E, no porta-malas, vão 373 litros. Não é um exemplo, mas é bom para um carro desta categoria.
Turbo e bom de dirigir
Também não mudou nada debaixo do capô. Figura o mesmo motor 1.4 turboflex (os modelos de entrada também permanecem com o 1.0 turboflex), com quatro cilindros em linha, que entrega 150 cv de potência tanto com gasolina quanto com etanol. O torque de 25,5 mkgf é disponível já a partir dos 1.500 rpm, o que deixa o SUV mais esperto no trânsito. Ponto para retomadas e ultrapassagens. Tudo permanece emparelhado ao câmbio automático de seis marchas, que também tem bom funcionamento.
No comportamento do SUV em geral, não há nada de negativo. Durante o test-drive de lançamento, pelas ruas e avenidas da capital paulista, o carro demonstrou o mesmo rodar leve e força suficiente para uso urbano. A suspensão é um dos pontos altos do carro, nada de moleza, mas também não bate seco.
Mas como nem só de performance vive o T-Cross, vale falar do consumo. O SUV compacto da VW tem as seguintes médias declaradas. Etanol: cidade (8,1 km/l); estrada (9,8 km/l); combinado (8,8 km/l). Já com gasolina, faz, respectivamente: cidade (11,7 km/l); estrada (14 km/l); combinado (12,6 km/l). No Brasil, há uma expectativa de que o modelo receba, futuramente, o motor 1.5 TSI EVO2 – uma evolução do 1.4 TSI. Versões híbridas leves (com unidade de 48V) devem elevar a economia. Mas não será algo para logo.
Conforme dito no início do texto, um dos principais argumentos do T-Cross está no preço. E o SUV manteve a tabela na linha 2025. Confira abaixo:
- 200 TSI: R$ 142.990
- Comfortline: R$ 160.990
- Highline: R$ 175.990
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