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Fiat Uno Turbo celebra 30 anos como um ícone de carro esportivo
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Fiat Uno Turbo celebra 30 anos como um ícone de carro esportivo

Lançado em 1994, Uno Turbo 1.4 foi o primeiro modelo nacional com turbo de fábrica, e tinha desempenho digno de rivais com motor 2.0 aspirado

Rodrigo Tavares, especial para o Jornal do Carro

03 de fev, 2024 · 5 minutos de leitura.

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uno turbo 1.4
Fiat Uno Turbo 1.4 marcou época como primeiro carro turbo de série do Brasil
Crédito:Fiat/Divulgação

O ano de 1994 trouxe muitas inovações para o Brasil em termos de automóveis, em especial para os que gostam de um bom hatch esportivo. Embora já tivesse nomes como VW Gol GTI, Ford Escort XR3 e Chevrolet Corsa GSi, faltava um algo mais da Fiat, até então apenas com a linha Uno R como representante. Entrava em cena o primeiro carro turboalimentado de fábrica do País, o Uno Turbo 1.4 i.e.

Apresentado há 30 anos, o carrinho recebia um motor especial, vindo da Itália, de 1.4 litros e excelentes (para a época) 118 cv, 17,5 mkgf de torque, e injeção eletrônica multiponto. A força a mais vinha de um turbocompressor Garrett T2, com 0.8 bar de pressão. Considerando seus rivais de época, e seu baixo peso, o modelo tinha desempenho para lá de animador, por exemplo.



Uno Turbo tinha desempenho de carro grande

Fiat/Divulgação
Esportivo tinha acerto de suspenção mais firme, e despenho digno de assustar motores 2.0 (Fiat/Divulgação)

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O mais esportivo dos Unos fazia de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, e tinha velocidade máxima de 195 km/h, segundo a Fiat. Em matéria de concorrência, modelos da VW, Chevrolet e Ford tinham algo em comum: eram aspirados, e tinham maior litragem. Entretanto, a diferença de potência entre eles e o Uno era pouca, o suficiente para tornar a briga parelha. Além disso, o pequeno Fiat também foi precursor em algo comum hoje em dia: downsizing.

Com a turbina entregando todo o torque aos 3.500 rpm, o pequeno motor 1.4 turbo fazia bonito, e tinha como aliados o baixo peso (975 kg), a suspensão 10 mm mais baixa e rígida, e o câmbio de cinco marchas. Visualmente, contava com aerofólio, para-choques dianteiro e traseiro com visual esportivo, rodas com freios a disco emprestados do Tempra e apenas três opções de cores: preto, vermelho e amarelo.

Montagem/Fiat/Divugação
Uno mais caro da linha tinha interior esportivo e painel completo (Montagem/Fiat/Divugação)

Por dentro, os destaques eram o volante esportivo, os tradicionais cintos de segurança vermelhos e o painel de instrumentos, que vinha completo, até com manômetro de pressão de turbo. Seus compradores podiam até realizar um curso de pilotagem em Interlagos, a fim de aprender a aproveitar o comportamento arisco do novo modelo.

Modelo abriu caminho para motores turbinados na Fiat

Fiat/Divulgação
Modelo tinha apenas três opções de cores, e estepe passava para o porta-malas (Fiat/Divulgação)

Entretanto, nem tudo são flores. Apesar dos muitos predicados, o Uno Turbo sofreu nas vendas, e em 1996 saiu de linha com menos de duas mil unidades vendidas. Críticas à estabilidade do modelo e seu alto preço, somados ao mercado brasileiro, desacostumado com a novidade de um motor pequeno e turbinado, deixaram o pequeno esportivo sem a devida atenção.


Fiat/Divulgação
Tempra Turbo chegou logo depois, e levou cultura da turbina adiante (Fiat/Divulgação)

Entretanto, outros modelos turbinados surgiram na Fiat depois disso, como os Tempra Turbo/Turbo Stile, o Marea Turbo e a linha Punto/Linea/Bravo T-Jet. Olhando em retrospecto, o Uno Turbo foi pioneiro ao utilizar uma tecnologia que hoje é extremamente comum nas ruas brasileiras: motores na faixa de 1 litro de deslocamento turbinados. A tecnologia atualmente é praxe em vários modelos da Stellantis, por exemplo.

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