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Hero Motos chega a Argentina e mira o Brasil com nova moto
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Hero Motos chega a Argentina e mira o Brasil com nova moto

Com a Street Ignitor, Hero inicia trabalhos na Argentina e tem Brasil como alvo, mas tropeça no combustível

18 de jan, 2017 · 8 minutos de leitura.

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 Hero Motos chega a Argentina e mira o Brasil com nova moto
Ignitor tem sistema de Start-Stop para a versão com carburaador

Com 6,75 milhões de motos vendidas em 2016, o que a coloca como maior fabricante do mundo em volume, a indiana Hero MotoCorp iniciou suas operações na Argentina com o lançamento mundial da segunda geração da Ignitor 125. O modelo, que em outros mercados (fora da América Latina) vai adotar o nome de Glamour, mira na entrada no mercado brasileiro, onde o segmento com motos de motor até 160 cm³ representa 85% das vendas.

A Ignitor tem motor monocilíndrico de 124,9 cm³ arrefecido a ar que gera 11,4 cv de potência a 7.500 rpm e 1,1 mkgf de torque. Esse propulsor terá duas opções de alimentação, dependendo do mercado: carburador ou injeção eletrônica.

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Na primeira opção, a marca desenvolveu um sistema de start-stop para economizar mais e reduzir o consumo e promete 60 km/l com um 1 litro de gasolina e 62 km/l na versão com injeção eletrônica. O câmbio é do tipo rotativo (aumenta todas as marchas em uma direção e reduz em outra) com embreagem, como na Honda Pop.

Atualmente esse motor não atende as regras de emissões de poluente do Brasil, que está na segunda fase do Promot4, que é no mesmo nível do Euro4 – regra utilizada para os países da União Europeia. Para se encaixar, a versão com injeção eletrônica precisaria receber o start-stop.

Outros problemas que, por enquanto, afastam a Ignitor e a Hero da chegada ao Brasil é que a marca não conseguiu se acertar com nosso combustível, já que a gasolina tem 27,5% de etanol e exige uma calibragem diferente para o motor. Há ainda a adoção da tecnologia flexível, que virou padrão para as motos dessa categoria, e o uso da transmissão rotativa, que não é aceita pelo consumidor desse tipo de moto.


O porte da motocicleta é semelhante ao da quarta geração da Honda CG, fazendo com que pilotos com mais de 1,80 metro fiquem pouco confortáveis se comparada a ergonomia da moto mais vendida do Brasil. A posição das pedaleiras é boa e do guidom também, assim como o banco, confortável.

No visual ela também se aproveita de referências antigas de motos conhecidas do consumidor brasileiro. O farol que fica sempre aceso, como é obrigatório no Brasil, tem o mesmo formato do que era utilizado pela quinta geração da Honda CG. Nas laterais ela se assemelha à Yamaha Fazer 250 da primeira geração, com painéis presos as laterais do tanque para passar a impressão de mais esportividade e as laterais, sob o banco, mais bojudas. A lanterna de lâmpada convencional imita LED.

O painel tem velocímetro analógico e uma tela digital simples, com marcador de combustível, média de consumo e hodômetro total. O acabamento das peças plásticas deixa a desejar pois há rebarbas e está um pouco abaixo do que o consumidor brasileiro está acostumado.


Há partida elétrica e por pedal, mas não há o botão para cortar a ignição, que precisa ser feita diretamente pela chave. O lado bom é o protetor de corrente, que ajuda a manter ela lubrificada. Os freios são a disco na frente e a tambor atrás e funcionam bem para parar a moto, mas é preciso tomar cuidado com o traseiro que trava facilmente.

Na condução, o modelo que tem 135 quilos em ordem de marcha, cerca de 15 kg a mais que Honda CG Titan, se mostrou mais ágil que o esperado pelo peso superior à média do segmento. Ela troca de trajetória com facilidade.

Mercado e Brasil. Além dela, a Hero vai oferecer no país vizinho os modelos Hunk, Hunk Sport, ambas street de 125 cm³ também, e o scooter Dash, que tem motor de 110 cm³ e se assemelha ao Honda Lead, que saiu de linha recentemente no Brasil.


O presidente do conselho da companhia, Pawan Munjal, disse que a Hero tem planos de entrar também no mercado brasileiro, mas que o momento não é o adequado, visto que as vendas de motocicletas estão em queda, principalmente no segmento de baixa cilindrada, onde a marca atua.

Com um parceiro local, que será o responsável pela montagem das motos em processo de CKD (Completely Knockdown) na Argentina, a empresa está investindo US$ 10 milhões de dólares para os próximos cinco anos, o que para o mercado portenho é uma quantia substancial. Por enquanto, a fábrica ainda não funciona e aguarda o fim da homologação junto ao governo argentino para iniciar a produção.

O mercado argentino de motocicletas fechou 2016 com cerca de 500 mil motos vendidas, sendo composto em mais de 90% por modelos de baixa cilindrada, a maioria de fabricação chinesa, ainda que sejam vendidas aqui com outras marcas, que não as originais.


VIAGEM A CONVITE DA HERO MOTOCORP

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.