Primeira Classe

Câmbio automatizado não é mico

Câmbio automatizado de uma embreagem e Powershift geraram preconceito contra o sistema

Rafaela Borges

14 de fev, 2019 · 6 minutos de leitura.

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Crédito: Porsche usa câmbio automatizado de duas embreagens em diversos carros (Foto: Porsche/Divulgação)

Esqueça I-Motion, Dualogic e cia. Esqueça até o Powershift, que está dizendo adeus ao Brasil (veja detalhes aqui). Esses exemplos são exceções. Isso porque, no geral, o câmbio automatizado não é mico.

Pelo contrário: trata-se de um dos sistemas mais avançados e eficientes no mundo dos carros sem pedal de embreagem.

Tanto que é usado pela maioria das marcas premium, de alto luxo e até esportivas (BMW, Mercedes-Benz, Audi, Porsche, Ferrari, etc). Porém, os sistemas citados no primeiro parágrafo geraram um certo preconceito contra esse tipo de transmissão.

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No entanto, como ocorre com qualquer componente, existem bons exemplos e maus exemplos de câmbio automatizado.

E é muito importante, em primeiro lugar, entender as diferenças entre o automático e o câmbio automatizado. Ou mesmo entre os diferentes tipos de transmissões automatizadas.

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Câmbio automatizado de uma embreagem

O câmbio automatizado é assim chamado pois é um câmbio manual sem terceiro pedal, o da esquerda. Seu funcionamento é de automático, mas ele tem embreagem (como os manuais).

Pode também ser chamado, por isso, de manual robotizado. No caso dos sistemas I-Motion, da Volkswagen, e Dualogic, da Fiat, entre outros, há apenas uma embreagem.

Houve concessionárias que chegaram a vender o automatizado de uma embreagem como automático convencional. Essa má informação gerou frustração no consumidor.


O automatizado de uma embreagem costuma ter um funcionamento bastante desconfortável, na maioria dos casos. Ele dá muitos trancos, pois fica “confuso” na hora de fazer as trocas.

Além disso, é comum não tirar o carro da inércia quando se tira a mão do freio, algo comum na maioria dos automáticos convencionais. Isso pode gerar problemas em uma rampa, por exemplo.

Porém, é uma questão de saber usar. O ideal é fazer as trocas manualmente, e manter os pés no freio quando se começa a acionar o acelerador em subidas. O mais importante: é um sistema barato.


Mas quem compra um automatizado, por outro lado, quer as facilidades de um câmbio automático. Assim, dá para entender a frustração.

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Câmbio automatizado de duas embreagens

Esse é o sistema “topo de linha”. Na maioria dos casos. Ao usar duas embreagens, ele elimina os problemas mais comuns do câmbio automatizado de uma embreagem.

Uma embreagem é apenas para marchas pares e outra, para ímpares. Assim, enquanto uma está em ação, a outra já fica preparada. Isso dá mais rapidez às mudanças e elimina trancos, além de “confusões” na hora de fazer mudanças que alguns automáticos convencionais ainda têm.

Modelos muito bons de desempenho à venda no Brasil, como os Golf GTi e Passat, o Audi Q3, o Mercedes-Benz GLA, muitos carros da Porsche, etc, têm o câmbio automatizado de duas embreagens.


O problema é que o Powershift, da Ford, também é um automatizado de duas embreagens. E, no Brasil e no mundo, ele vem gerando inúmeros problemas desde seu lançamento (entenda aqui).

Isso acabou fazendo a Ford abandoná-lo em todo o mundo. No Brasil, o Fiesta agora é só manual. E o Focus, que ainda traz o Powershift, está saindo de linha no Brasil.

Porém, o Powershift é exceção, não regra. As montadoras, principalmente as de carros mais sofisticados, continuam investindo no sistema automatizado de duas embreagens, que se provou uma ótima solução para aliar conforto a bom desempenho.


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