Primeira Classe

Câmbio Powershift dá adeus ao Brasil

Câmbio Powershift, automatizado de duas embreagens, se mostrou uma verdadeira caixinha de problemas

Rafaela Borges

21 de jan, 2019 · 8 minutos de leitura.

Câmbio Powershift" >
Câmbio Powershift
Crédito: Foto: Werther Santana/Estadão

O câmbio Powershift (caixa automatizada de duas embreagens da Ford) já deu muita dor de cabeça. E foi bem estranho, em 2017, a Ford ter escolhido mantê-lo na linha Fiesta (leia mais abaixo). Agora, essa transmissão parece que vai finalmente dizer adeus.

O câmbio Powershift não está mais disponível no Fiesta. Agora, o carro só traz transmissão manual. A versão sedã, por sua vez, deixou de ser oferecido.

O EcoSport abandonou o câmbio Powershift como parte das mudanças recebidas na linha 2017. No SUV, a transmissão automatizada foi substituída pela automática de seis velocidades.

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Agora, só a linha Focus (hatch e sedã) mantém o câmbio Powershift. Mas a morte do médio já foi decretada pela Ford. .

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A produção da linha Focus já está em seus dias finais na Argentina. O modelo deixará de ser fabricado em maio. Para sempre (o carro também sairá de linha nos EUA).

O fim do Focus faz parte da nova estratégia global da Ford. O objetivo é priorizar SUVs e picapes, que são modelos bem mais rentáveis que hatches e sedãs.

O encerramento da oferta do Focus decretará o fim do câmbio Powershift no Brasil.


 

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A história do câmbio Powershift

Powershift é o nome da transmissão automatizada de duas embreagens da Ford. Grosso modo, esse tipo de caixa, chamada também de robotizada, é formada por um sistema idêntico ao do manual, porém seu acionamento e as trocas de marcha são feitas por meio de atuadores hidráulicos. O gerenciamento é eletrônico.


O câmbio Powershift passou a equipar a linha Fiesta vendida no Brasil em 2013. Na época, sua estreia foi muito festejada.

O câmbio de duas embreagens é um dos sistemas mais avançados do mercado. Há uma embreagem para as marchas pares e outras para as ímpares. Com isso, as trocas são feitas de forma mais rápida e com poucos trancos.

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Esse câmbio é “queridinho” da indústria alemã de carros de luxo e utilizado até em superesportivos. O da Porsche, por exemplo, é batizado de PDK.

O Volkswagen Golf e o Audi A3 Sedan importados tinham esse sistema. Quando os dois modelos passaram a ser feitos no Brasil, contudo, passaram a trazer câmbio automático convencional.

Celebrou-se bastante, portanto, quando o Fiesta – um hatch premium, mas ainda assim compacto – brasileiro passou a trazer essa tecnologia.


Problemas

Porém, o Powershift logo mostraria ser uma caixinha de problemas. Resumidamente, o sistema apresentava constante vibração, que a Ford não conseguia resolver.

Em casos mais graves, a transmissão chegava a travar. Para tentar recuperar a confiança do consumidor, a Ford aumentou a garantia do sistema para dez anos. Não adiantou. Ele já estava “queimado” no mercado brasileiro e mundial.

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O Fiesta e o câmbio Powershift

Depois da enxurrada de relatos de defeitos, ninguém entendeu por que a Ford decidiu manter esse câmbio no Fiesta reestilizado, que checou em 2017. Seria um tiro no pé?

No ano passado, foi vez de o Ka ganhar versão sem o terceiro pedal. Nada de Powershift. O subcompacto adotou um automático de seis marchas.

Ficou claro que a Ford estava deixando de apostar no Fiesta. E passando a investir no Ka para ser seu carro mais vendido sem pedal de embreagem.


Portanto, o fato de a Ford deixar de oferecer o Powershift definitivamente parece ser bastante lógico. O que surpreende é o Fiesta não ter mais câmbio automático, e o Ka sim.

Afinal, o Fiesta é um hatch premium, enquanto o Ka é um modelo de entrada. Surge então uma questão: será que o Fiesta tem futuro no Brasil? Suas vendas, se não empolgam, também não são irrelevantes.

No ano passado, o hatch somou 14.505 emplacamentos e foi o 49º carro mais vendido do Brasil. Além disso, o Fiesta é o representante da Ford em um segmento muito importante, que inclui os campeões de vendas VW Polo e Fiat Argo.


Nos EUA, o Fiesta não é mais vendido. Na Europa, por sua vez, o hatch é um dos carros mais vendidos. E no Brasil? O que vai acontecer?

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.