Aos poucos, a série “coisas que não te contaram” vai ficando mais interessante. Neste terceiro capítulo, depois de HR-V e Yaris, o escolhido é o Civic.
Está ficando muito japonesa essa série, né? Mas é que me lembrei de uma história muito legal sobre o Honda. Na próxima prometo dar uma variada e colocar um modelo de marca europeia ou americana.
Vamos ao sedã médio da Honda, então? A coisa mais interessante que não te contaram sobre o Civic envolve a histórica rivalidade com o Corolla. E um grande erro motivado pela ânsia em derrotar a Toyota.
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Civic ‘geração’ nove
Em setembro de 2017 o CEO da Honda, Takahiro Hachigo, convocou a imprensa para falar sobre os problemas enfrentados pela montadora que comanda e admitir os erros do passado. O principal alvo? A nona geração do Civic.
Para o executivo japonês, aquele modelo foi um dos principais exemplos de queda de qualidade por produtos da Honda. A razão dessa queda, segundo Hachigo? A obsessão por superar a Toyota em vendas.
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“Priorizamos a participação de mercado, em detrimento da inovação”, disse Hachigo à época. Por isso, o Civic geração nove foi uma “vítima” da redução de custos.
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O projeto inicial era de um carro totalmente diferente, com nova plataforma. Uma nova geração de verdade. No entanto, o Civic nove acabou virando uma atualização do oitavo modelo, com porta-malas maior e estilo mais careta.
Além disso, com demandas de redução de custo, o carro acabou ficando menor e menos espaçoso que o planejado.
Campeão de vendas?
Já o modelo anterior, o de oitava geração, foi um marco na história do Civic. Ele trouxe visual moderno e atraiu os jovens.
Antes de ser lançada, porém, enfrentou muita resistência no alto escalão da Honda. Havia um temor de que ele fosse moderno demais para o público até então conservador do Civic.
Aqui no Brasil, porém, o sedã fez muito sucesso. Tanto que a oitava geração foi ápice da carreira do modelo do País, em termos de vendas, e a glória na briga pessoal com o Corolla.
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Porém, apesar de muitos acharem que aquele geração foi uma líder absoluta de vendas, na verdade ela só conquistou o primeiro lugar durante dois anos.
Um deles foi em 2007, primeiro ano cheio de vendas da oitava geração do Civic. Ele conquistou 47.747 emplacamentos, ante os 34.461 do Corolla. A outra liderança do Honda ocorreu em 2008.
Em 2009, o Corolla retornou à primeira posição do segmento, da qual nunca mais saiu.
Outras curiosidades
Dos sedãs médios de marcas generalistas (que não são premium) vendidos hoje no Brasil, o Civic é o único a ter sistema de suspensão independente nas quatro rodas. Os demais trazem eixo de torção.
O motor 1.5 turbo da versão de topo é a gasolina. Ela ainda não recebeu tecnologia flexível porque, diferentemente do motor 2.0, o turbo é importado dos EUA.
O Civic de décima geração (a atual) já passou por diversos reajustes de preço desde que foi lançado, em 2016. A versão de topo, Touring, foi a que registrou menos altas na tabela.
Dos R$ 125 mil de preço que tinha quando foi lançado, hoje o Civic Touring custa R$ 128.900.
O carro faz carreira nas pistas. A versão Type-R, a mais esportiva (e baseada no hatch), está no campeonato mundial de turismo WTCR. O modelo de corrida, aliás, foi apresentado no Salão de Genebra de 2018.
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