A expressão e os gestos de Hamilton, Rosberg e Vettel antes de subirem no pódio do GP do Japão, em Suzuka, levou os telespectadores a pensarem o pior. Talvez Jules Bianchi tivesse encerrado uma positiva estatística: desde 1994, nenhum piloto de F-1 morreu na pista em fim de semana de Grande Prêmio.
(Siga o blog no Instagram: @blogprimeiraclasse)
Mas, felizmente, Bianchi sobreviveu ao terrível acidente desta tarde no Japão, madrugada no Brasil, quando sua Marussia atingiu o guindaste que retirava da área de escape a Sauber batida de Adrian Sutil. Teve traumatismo craniano e passou por cirurgia que, segundo os médicos, foi bem sucedida. Aqui, estamos torcendo pela breve recuperação deste talentoso piloto francês.
Desde a morte de Ayrton Senna, em 1994, houve muitos acidentes graves na F-1. Alguns pilotos se feriram com gravidade. Outros saíram andando do carro. Nenhum veio a óbito.
Leia mais
++ Os automóveis que marcaram a vida de Ayrton Senna
++ O dia em que o tema da vitória tocou para Prost
++ Entrevista: Fittipaldi fala sobre a F-1 nos anos 70
Mas nem sempre foi assim. Nos anos 60 e 70, era imensa a taxa de mortalidade na Fórmula 1. Infelizmente, muito dos acidentes graves culminaram na morte dos pilotos.
Confira a lista de 12 graves acidentes da Fórmula 1
1 – Helmut Koinigg, 1974
O acidente que tirou a vida do austríaco em seu fim de estreia na F-1, durante o treino para o Grande Prêmio dos Estados Unidos, em Watkins Glen, chocou pela violência e a consequência. O forte impacto de seu Surtees contra o muro de proteção decapitou o piloto, que veio a óbito na pista, aos 25 anos.
2 – Niki Lauda, 1976
Um dos acidentes mais famosos da história da Fórmula 1 foi até retratado em filme (“Rush – No Limite da Emoção”). Em Nurburgring, na Alemanha, Lauda bateu forte contra o muro de proteção e sua Ferrari explodiu em chamas. Ele foi retirado pelos outros pilotos do carro, sofreu várias queimaduras e passou semanas no hospital entre a vida e a morte. Mas o então campeão sobreviveu para, ainda naquela temporada, disputar o título até a última etapa e, posteriormente, vencer dois outros campeonatos. Hoje, Lauda é um dos diretores da equipe sensação de 2014, a Mercedes, além de próspero empresário.
3 – Gilles Villeneuve, 1982
O acidente que matou aquele considerado por muitos um dos mais talentosos pilotos da história da F-1 antes que ele pudesse vencer seu primeiro título é um dos visualmente mais chocantes já vistos na categoria. Foi durante a classificação para o GP da Bélgica, em Zolder. Em uma volta rápida, a roda de sua Ferrari se chocou contra a do March de Jochen Mass. O carro foi lançado ao ar e, depois, parou, destruído, no meio da pista. O piloto foi declarado morto horas mais tarde, no hospital.
4 – Gerard Berger, 1989
Foi na mesma curva em que morreu Ayrton Senna, a Tamburello, em Ímola (Itália), durante o Grande Prêmio de San Marino. Na quarta volta, sua Ferrari bateu forte contra o muro e pegou fogo. O incêndio foi apagado rapidamente e os comissários tiraram o austríaco do carro. Berger não teve ferimentos graves.
5 – Rubens Barrichello, 1994
Durante a sessão de treinos livres para o GP de San Marino, o Jordan do brasileiro “voou” e capotou em um impressionante acidente. Barrichello foi levado ao hospital Maggiore, em Bolonha, e quebrou o nariz. Ficou fora algumas corridas na temporada.
6 – Roland Ratzenberger, 1994
Um dia após o acidente de Barrichello, o austríaco bateu sua Simtek contra a curva Villeneuve durante os treinos classificatórios. Teve fraturas no crânio e pescoço. Sua morte foi anunciada logo após a entrada no hospital Maggiore.
7 – Ayrton Senna, 1994
O tricampeão brasileiro foi a último a falecer, na pista, durante um fim de semana de Grande Prêmio. Foi após forte choque contra a Tamburello. Ferido na cabeça por uma peça que se soltou no carro, Senna veio a óbito logo depois.
8 – Karl Wendlinger, 1994
Aquele ano foi “negro” para a Fórmula 1. Wendlinger perdeu o controle de sua Sauber na saída do túnel durante o GP de Mônaco. Teve ferimentos na cabeça e entrou em coma. Recuperou-se totalmente, mas nunca retornou à F-1. Curiosamente, quem o substituiu nas etapas após o acidente foi Andrea De Cesaris, que faleceu neste domingo, vítima de um acidente de moto.
9 – Mika Hakkinen, 1995
No Grande Prêmio da Austrália, após bater sua McLaren, Hakkinen teve graves ferimentos no rosto. É forte a imagem de sua face ensanguentada na hora do resgaste. Passou por traqueostomia, foi levado ao hospital e ficou alguns dias na UTI. Voltou à F-1 na etapa de abertura de 1996. Venceria dois títulos no fim da década.
10 – Michael Schumacher, 1999
Após forte batida no GP da Inglaterra, em Silverstone, Schumacher, então bicampeão, teve a perna direita quebrada. Só retornou à F1 no início da temporada seguinte.
11 – Robert Kubica, 2007
O impressionante acidente do polonês durante o GP do Canadá deixou seu BMW totalmente destruído, mas também mostrou o imenso avanço na segurança de F-1. O piloto deixou o carro consciente, apesar de ter sofrido leve traumatismo craniano.
12 – Felipe Massa, 2009
Nos treinos classificatórios para o GP da Hungria, a viseira de seu capacete foi atingida por uma mola solta do carro de Rubens Barrichello. Ferido acima dos olhos, perdeu a consciência. Sua Ferrari bateu contra a barreira de pneus. Felipe chegou ao centro médico acordado, mas foi levado ao hospital, onde foi constatada lesão cerebral. Só retornou à F-1 na temporada seguinte.
ATUALIZADO ÀS 11H02
Newsletter Jornal do Carro - Estadão
Receba atualizações, reviews e notícias do diretamente no seu e-mail.