De um lado, uma fabricante que praticamente (por opção própria) não vende no atacado. De outra, a montadora que vem garantindo excelente desempenho graças às vendas diretas. Com apenas dois carros de volume no Brasil, a marca Jeep pode virar uma séria ameaça à Honda.
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Em maio, na verdade, ela já virou. A marca Jeep “colou” na montadora japonesa no ranking de vendas. A empresa do grupo FCA, nona colocada no ranking, vendeu 10.003.
Já a Honda, que ocupa o oitavo posto no ranking de montadoras, somou 10.596 emplacamentos.
A diferença de 593 unidades pode praticamente ser considerada um empate técnico. Entre as dez montadoras que mais vendem carros no Brasil, não há nenhum outro caso de vantagem tão pequena.
Em abril, a vantagem da Honda havia sido bem maior (de quase 2 mil unidades). Naquele mês, a japonesa vendeu 11.290 carros, ante os 9.080 da marca Jeep.
Os dois carros da marca Jeep que realmente vendem no Brasil são o Renegade e o Compass. O primeiro parte de R$ 76.990. O outro começa em R$ 109.990.
Isso aumenta o mérito da marca Jeep ante a Honda, que tem cinco modelos de mais volume no País. Esses carros são o Fit, o City, o WR-V, o HR-V e o Civic. Este, aliás, teve um excelente mês em maio, enquanto o WR-V foi mal. Os demais se mantiveram na média.
Os preços dos modelos da Honda começam em uma faixa mais baixa. O Fit, carro de entrada da japonesa, parte de R$ 59.300.
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Chevrolet Equinox
É um dos melhores custos-benefícios do Brasil. Apesar do acabamento interno ruim para o segmento, é repleto de tecnologias e traz motor de 262 cv, além de amplo espaço interno. Tem preço de R$ 137.490 na versão LT, com tração 4x2, e de R$ 155.990 na Premier, que é 4x4. Menos equipado e com apenas 190 cv, o CR-V sai por R$ 180 mil. Já o Tiguan intermediário tem a mesma faixa de preço do Equinox de topo, mas traz motor 1.4 de 150 cv, além de menos equipamentos. A versão equivalente do VW também custa R$ 180 mil.
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Toyota Etios
É um dos carros automáticos mais baratos do Brasil. As versões com esse tipo de transmissão partem de R$ 53.440. Além disso, o Etios tem mecânica bastante eficiente.
3/11
Nissan Kicks
É um dos melhores custos-benefícios entre os SUVs compactos. Espaçoso e repleto de tecnologias nas versões mais caras, além de bem acabado, o Kicks parte de R$ 72.990.
4/11
Ford Ka
Entre os carros de entrada, é um dos únicos a trazer ESP, disponível em versões a partir de R$ 52.990.
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Renault Kwid
Por R$ 32.490 iniciais, é um dos carros mais baratos do Brasil, e oferece bem mais espaço e porta-malas que o seu principal concorrente, o Mobi. Além disso, disputa com o Mobi o posto de carro sem motor auxiliar elétrico com menor consumo de combustível do Brasil. A versão de topo, a R$ 40.990, já vem com central multimídia.
6/11
Jeep Compass a diesel
Para quem quer um carro a diesel e precisa de espaço que o Renegade não oferece, o Compass é a melhor opção. As versões com esse tipo de propulsor partem de R$ 148.990
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Volkswagen Jetta 2.0 TSI
Apesar de já estar em fim de linha, a versão de topo, Highline com motor 2.0 turbo de 211 cv, tem hoje o preço competitivo que não tinha em seus primórdios. Na tabela, sai a R$ 108.600. O Civic Touring, cujo 1.5 turbo gera 173 cv, custa R$ 125 mil. E o Corolla Altis (topo de linha), de apenas 154 cv, tem preço sugerido de R$ 118.850. O Jetta 2.0 TSI, em queima de estoque, pode ser encontrado nas concessionárias com preços promocionais a partir de R$ 98 mil.
8/11
Honda HR-V LX CVT
É a versão mais racional do HR-V. Com bom desempenho garantido pelo motor 1.8 de 140 cv, amplo espaço interno e bom porta-malas, tem preço de R$ 88.900. E já vem com uma versão simplificada da central multimídia, além do câmbio automático CVT.
9/11
Hyundai ix35
Entre os SUVs médios, é um dos mais baratos, com versões a partir da faixa dos R$ 100 mil. Para comparação, o Compass mais em conta sai por cerca de R$ 110 mil.
10/11
Fiat Argo
Equipado com ESP desde as versões mais simples, o Fiat Argo tem também um motor 1.0 de três cilindros bastante econômico. O ponto fraco da linha é o propulsor 1.8 da versão de topo. Apesar de seus 132 cv deixarem o carro muito esperto, esse propulsor é bem gastão. O Argo parte de R$ 44.900.
11/11
Toyota Corolla GLI
Apesar de trazer o motor 1.8 (os demais vêm com o 2.0, mais forte), já sai de fábrica com câmbio CVT e bancos de couro. As versões automáticas mais simples de Civic e Cruze custam mais de R$ 95 mil.
A marca Jeep vai ultrapassar?
Essa análise é um pouco mais profunda do que os números de maio dão a entender. A maior possibilidade é que a marca Jeep não consiga passar a Honda, em uma primeira leitura.
Que a marca Jeep vem baseando boa parte de suas vendas no atacado não é segredo para ninguém.
As vendas no varejo são as feitas em concessionárias, geralmente sem condições especiais. As no atacado são da fábrica diretamente para empresas, frotistas e algumas categorias de clientes (taxistas, produtores rurais e portadores de necessidades especiais, por exemplo). Geralmente, têm bons descontos.
No caso do Renegade, tradicionalmente as vendas no atacado são pesadas. Com o Compass, a relação atacado/varejo é mais equilibrada, sendo que as vendas em concessionárias costumam ficar um pouco acima das diretas.
No entanto, o Compass, em maio, teve o melhor mês de sua história. Ele “explodiu” em vendas e foi o sétimo carro mais emplacado do País. Por que isso ocorreu? Porque ele teve um volume absurdo no atacado.
As vendas diretas representaram quase 60% dos emplacamentos do Compass. Ele foi, aliás, o terceiro modelo mais comercializado no atacado.
Isso pode ter sido resultado de um bom contrato fechado pela FCA, que pode não se repetir no mês seguinte. Nesse caso, a Honda vai respirar aliviada.
Segunda leitura
Por outro lado, não apenas a marca Jeep, mas a outra montadora do Grupo FCA (a Fiat), não têm problema nenhum quando o assunto é atacado. Elas “mandam bem” nessa modalidade de venda. E isso não é de hoje.
O Renegade vem registrando volumes impressionantes de vendas diretas desde o início do ano. Nada impede que o Compass, que já vai muito bem no varejo, comece a vender mais no atacado nos próximos meses.
Nesse caso, a marca Jeep conseguirá sim ultrapassar a Honda, mesmo que seja em um ou outro mês. No acumulado do ano, essa missão é mais difícil.
Aqui, não estamos falando de lucro nem de operação financeira saudável. Apenas de ranking de vendas. Para a Honda, não vai pegar muito bem ser ultrapassada por uma fabricante de dois carros (como já não pegou para a Nissan, que também foi superada pela marca Jeep).
O mês de junho vai dizer se a Honda tem ou não motivos para se preocupar. Será que a japonesa vai ter de partir para ações fortes no atacado? Isso é algo em que, sinceramente, eu não acredito. Mas nunca se sabe.
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