Marcas de luxo: a campeã de vendas é...

Série 3 e A3 Sedan estão entre os três mais vendidos (Foto: Felipe Rau/Estadão)

Deu Audi. Após um ano de brigas acirradas e reviravoltas no segmento de luxo, com direito a muito financiamento com taxa zero, a marca de Ingolstadt sagrou-se, pela primeira vez desde que deixou a produzir carros no País, em 2005 – a fabricação local retornou em 2015 -, a líder de vendas do segmento de luxo.

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Durante todo o ano de 2015, a marca brigou com a Mercedes pela posição. No meio de 2015, ameaçou a disparar na liderança, impulsionada pelo Q3, mas perdeu o embalo com o sucesso crescente da nova geração do Classe C.

A briga foi tão, mas tão acirrada, que a Audi ficou, ao final de 2015, apenas 27 unidades à frente da Mercedes. Foram 17.540 exemplares emplacados, ante os 17.513 da Mercedes. O terceiro lugar ficou com a BMW, com 15.852 emplacamentos.

A marca de Munique chegou a aparecer na liderança mensal nos últimos meses de 2015, graças a campanhas agressivas – até na TV – e financiamentos com taxa zero. Porém, no último mês, voltou a ficar bem atrás de Audi e Mercedes.

A Land Rover apareceu em quarto, seguida pela Volvo (veja abaixo).

Vale lembrar que, com exceção da sueca, as demais marcas de luxo já são, ou em breve serão, fabricantes. A BMW iniciou sua produção no País em 2013 e a Audi retornou a ter um carro “made in Brazil” no ano passado. Trata-se do A3 Sedan – que, nos últimos meses, superou o Q3 (a ser nacionalizado neste ano) e se consolidou como seu modelo mais vendido (veja abaixo).

A Mercedes e a Land Rover voltam a ter fabricação local neste ano, com o Classe C e GLA para a primeira e Evoque e Discovery Sport para a britânica.

Os dados são da Fenabrave, federação que reúne associações de concessionárias.

OSCILAÇÃO

Audi, Mercedes-Benz, BMW e Volvo registraram forte crescimento nas vendas, na comparação com 2015. Porém, entre as marcas de luxo que atuam apenas em segmentos de carros acima de R$ 200 mil, a queda foi constante e, em alguns casos, forte – de acordo com a Associação Brasileira de Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).

As vendas da Porsche, por exemplo, caíram 3,4%. No caso de marcas ainda mais exclusivas, como Aston Martin e Bentley, a queda ultrapassou os 70%, enquanto a Ferrari vendeu 57,1% a menos que no ano passado.

ANÁLISE

A ausência da Land Rover (seu carro mais barato, o Discovery Sport, parte de R$ 199.100) da lista de marcas de luxo que cresceram mostra bem o cenário do mercado no Brasil. As marcas “premium”, que oferecem – ou, ao menos, ofereciam até o fim do ano passado – carros na faixa entre R$ 100 mil e R$ 130 mil, crescem. Tanto que os mais vendidos (veja abaixo) estão neste patamar de preço.

Esses veículos estão conquistando a parcela da classe média que ainda não foi atingida tão em cheio pela crise político-econômica brasileira. É o bom e velho cliente de Civic e Corolla que, com o aumento dos preços dos veículos feitos no Brasil, vê a chance de migrar para uma marca de luxo.

Esse fenômeno já estava sendo observado nos ano pré-crise. Além disso, as marcas de luxo ofereceram muito mais financiamentos com taxa zero que as que produzem também carros mais “populares”. O motivo? Por terem se tornado, ou estarem na iminência de se tornar fabricantes, foi preciso incrementar o volume de vendas – e justificar o investimento nas novas plantas.

Ainda assim, executivos de Audi, BMW e Mercedes afirmam que, se não fosse a crise, a alta nas vendas poderia ter sido ainda maior (em tempo: o crescimento da BMW foi pífio, diferentemente do que ocorreu com as duas rivais alemãs).

RANKING DAS MARCAS DE LUXO

1º Audi – 17.540

2º Mercedes-Benz – 17.513

3º BMW – 15.852

4º Land Rover – 8.814

5º Volvo – 3.811*

6º Porsche – 732*

8º Jaguar – 513*

OS DEZ CARROS DE LUXO MAIS VENDIDOS

1º Mercedes Classe C – 7.790

2º BMW Série 3 – 7.271

3º Audi A3 Sedan – 6.462