Um telefonema da Ford confirmou o que muito se temia: os hatches médios vão morrer no mercado brasileiro. Triste notícia para os apaixonados por carros.
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A Ford confirmou nesta segunda-feira (1º) o fim da linha Focus. Vão morrer o hatch e o sedã.
O sedã médio nunca fez muito sucesso. O segmento não está em sua melhor forma. Ainda assim, alguns modelos sobrevivem: Corolla, Civic e Cruze. E a Volkswagen acabou de lançar o novo Jetta, que promete fazer algum volume.
No caso dos hatches médios, o Focus foi, ao lado do Astra, um dos maiores sucessos da história do segmento. A razão para o fim de sua produção, agora, é a queda de vendas, impulsionada pelo crescente interesse por SUVs. Detalhes você pode ler nesta reportagem do editor do Jornal do Carro, Tião Oliveira.
A Ford vai parar de produzir a linha Focus em Pacheco, na Argentina. De lá, vêm o hatch e o sedã destinados ao Brasil. A picape Ranger continua sendo feita nesta planta.
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Hatches médios em baixa
Os hatches médios já estavam na UTI há pelo menos dois anos. O fim do Focus, agora, ajuda a decretar, de vez, a morte desses modelos no Brasil.
O segmento já teve Astra, i30, C4… O 308 ainda existe, mas com vendas que praticamente não justificam sua continuidade. Em agosto, por exemplo, vendeu apenas 46 emplacamentos. No ano, tem 378 unidades vendidas – apenas 38 a mais que o Volvo V40, que é de marca de luxo.
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Além do 308, existem outros três hatches médios. E eles também vão muito mal. O Cruze Sport6 é o único que consegue ultrapassar as 400 unidades. Em agosto, somou 492 emplacamentos. No ano, tem 3.731.
Para comparação, são quase 10 mil unidades a menos que o terceiro sedã médio mais emplacado, o seu irmão Cruze. E estamos falando de sedãs médios, que não estão vendendo lá essas coisas.
Imagine, então, o que ocorre quando comparamos o Cruze Sport6 com os SUVs compactos. Na lista dos dez mais vendidos de janeiro a agosto, o último colocado é o 2008. O Peugeot somou 6.195 emplacamentos neste ano.
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Para ficar na própria marca, a Chevrolet, o Tracker foi o sexto SUV compacto mais vendido no período. Ele registrou 18.230 exemplares.
As situações dos hatches médios Focus e Golf são ainda piores. O Ford teve 2.210 emplacamentos de janeiro a agosto. O VW somou 2.074. São médias de 250 unidades.
Como sobreviver?
Com a exposição acima, fica bem claro que o óbito desses carros era iminente. Do Focus, a Ford já decretou a nota de falecimento.
E o Golf? Como continuar produzindo um carro que tem volumes de 250 unidades por mês? O investimento não se justifica.
Para o Golf, uma saída é a mesma adotada para o Jetta: trazê-lo do México, onde também é produzido – a versão brasileira é feita em São José dos Pinhais (PR).
Mas, com volumes tão baixos, será que mesmo importar vale a pena? Mais que isso: será que a próxima geração continuará sendo feita no México?
Porque, aqui, há outra questão. O Golf é o carro mais vendido da Europa. Porém, nos Estados Unidos, os hatches também estão morrendo. A Ford não venderá mais por lá o Focus também. Vai priorizar SUVs e picapes.
E o México é um quintal dos EUA quando o assunto é produção de carros. As montadoras fabricam em território mexicano para alimentar o mercado dos Estados Unidos. Isso leva à reflexão de que o Golf não fará mais sentido em nenhuma planta da América. Nem aqui, nem lá.
Para o Cruze Sport6, vale o mesmo. O carro é muito mais americano que europeu. A Chevrolet não tem grande penetração no Velho Continente.
Simplificação
É, portanto, o fim dos hatches médios. Na mudança de geração desses modelos, não deveremos vê-los mais por aqui.
Os hatches médios, muito mais que os sedãs, foram prejudicados pelo proliferação de SUVs. Modelos como Corolla e Civic, embora em menor volumes, conseguem sobreviver.
Cruze Sport6, Focus e Golf, não. Eles foram “engolidos” pelos utilitários-esportivos. E, com a demanda em baixa, pararam de ser trabalhados por suas próprias montadoras.
Nesse pouco tempo que resta aos hatches, eles são oferecidos como modelos muito, muito caros. O Cruze Sport6 custa mais que o sedã. O Golf parte de quase R$ 92 mil.
São caros, mas não se enganem. Não foi o preço que os matou. Foram os SUVs. Em breve, o mercado terá só utilitários. Em alguns anos, talvez nem mesmo os sedãs médios consigam mais sobreviver.
Triste para quem gosta de carros mais baixos, com pegada esportiva e dirigibilidade impecável. Os hatches médios representam tudo isso. Representavam.
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