Primeira Classe

Tam x Lufthansa: qual é a melhor classe executiva?

Escolha a melhor opção para voar entre São Paulo e Frankfurt

Rafaela Borges

08 de out, 2015 · 13 minutos de leitura.

Tam x Lufthansa: qual é a melhor classe executiva?
Crédito: Escolha a melhor opção para voar entre São Paulo e Frankfurt

Executiva da Tam no Boeing 777

 

Recentemente, tive a oportunidade de experimentar duas “novas” classes executivas, a da Tam e a da Lufthansa. A palavra novas aparece entre aspas por uma razão: a da companhia brasileira foi apenas reformulada nos Boeing 777. Nova de verdade é só nos 767 (“herdados” da Lan, chilena que faz parte do mesmo grupo),  que opera, principalmente, rotas para os Estados Unidos.

Publicidade


(No Instagram: @blogprimeiraclasse)

Nos dois casos, a experiência foi em voos entre São Paulo e Frankfurt e Frankfurt e São Paulo. Ambas têm voos diretos e diários da capital paulista para a cidade que é o centro financeiro da Alemanha. No caso da Lufthansa, a aeronave é o novíssimo 747-800.  Na Tam, o 777.  Quer saber qual é a melhor? Vamos analisar quesito por quesito.

POLTRONA


Como já escrevi em posts anteriores, a poltrona, para mim, é o principal apelo da classe executiva.

Na Lufthansa, a cabine é completamente diferente da utilizada nas aeronaves da empresa até então (a nova executiva estreou no ano passado).

As poltronas, com novas cores e texturas, ficam levemente viradas para o lado, proporcionando melhor aproveitamento do espaço. Há um grande apoio para os pés à frente (fique atento: dependendo da posição da poltrona, ele pode ser menor ou maior).


Lufthansa no 747-800

Agora, o principal: a poltrona, ampla, é flat-bed – ou seja: reclina o 90º para se tornar uma cama.

Está aí o principal diferencial da Lufthansa em relação à Tam. A impressão é de que a aérea brasileira adaptou suas antigas poltronas – que, quando reclinadas, ficavam na posição conhecida como tobogã, com os pés dos passageiros apontados para baixo.

Com o fim da primeira classe na companhia brasileira, a executiva foi reformulada. À frente de cada poltrona, há agora um apoio para os pés imenso.


A poltrona, quando totalmente reclinada, se une ao apoio, formando uma posição quase de cama. Porém, não totalmente. O encosto não fica ainda não fica a 90º. Ele se mantém levemente inclinado para cima, como era antes. Para mim, não incomoda. Pelo contrário: é quase a posição que se tem ao usar um bom travesseiro.  Achei confortável e dormi bem nos dois voos.

VEREDICTO: Lufthansa

ESPAÇO 


Esse quesito foi bem difícil de concluir. Na Lufthansa, a disposição das poltronas na cabine é 2-2-2 (seis por fileira). Apenas os passageiros da janela ficam sem acesso direto ao corredor. Na Tam, é 2-3-2 (sete por fileira), algo cada vez menos usual nas classes executivas.

Porém, a Tam se sobressai em alguns aspectos: o espaço para as pernas ficou imenso após a reformulação. Além disso, as poltronas são mais largas, proporcionando bem estar para passageiros de qualquer altura e peso.


VEREDICTO: Tam

CONFORTO

O kit de amenidades das duas é muito parecido. A Lufthansa leva vantagem ao oferecer mais itens nos toaletes. E por falar neles, são também bem parecidos e tamanho e comodidades, embora o da aérea alemã seja mais novo. Ambos, porém, têm filas demoradas nos horários de pico (após o jantar e pela manhã).


As companhias aéreas ficam devendo na qualidade dos travesseiros, pequenos demais, quase desconfortáveis. Porém, vão bem na refrigeração da cabine – não passei calor nem frio em nenhum dos trechos, como já ocorreu com outras aéreas.

Também são semelhantes o tamanho das telas, bem como o manuseio dos comandos do sistema de entretenimento – ambos bem intuitivos, mas sem função sensível ao toque. A Tam consegue empatar o jogo nesse quesito: há uma infinidade de filmes e séries com áudio original e legenda em português. Na Lufthansa, ou você conhece o idioma estrangeiro ou tem de assistir ao filme em versão dublada (comodidade disponível para poucos títulos, aliás).

VEREDICTO: Empate


SALA VIP

No aeroporto de Frankfurt, a experiência foi ruim no caso de ambas. São Salas Vips muito abaixo das encontradas em outros aeroportos. A Tam usa a da Air Canada, com opção de chuveiro (não disponível na da Lufthansa), bom para quem deixou o hotel pela manhã e passou o dia todo trabalhando, por exemplo.

Em contrapartida, quase não houve opção de alimentação enquanto estive lá. O buffet estava bastante escasso.


Na Lufthansa, o buffet também não é dos melhores, mas cada sala é exclusiva para dois voos. Embora seja pouco confortável, com um aspecto de uma sala de embarque convencional e poltronas limitadas, tem uma grande vantagem: o embarque direto dos passageiros da executiva, sem necessidade de descer ao portão. Foi aí que a Lufthansa levou vantagem.

Em São Paulo, as salas são parecidas. A da Tam é maior, mas também fica mais cheia, já que o hub internacional da companhia é no aeroporto paulista. A Lufthansa usa a da Star Alliance.

Ambas são confortáveis, bonitas, com banheiros novos, opções de chuveiro e áreas de descanso e trabalho. O buffet também é muito bom, com opções de snacks e bons pratos quentes.


VEREDICTO: Empate

 

ATENDIMENTO EM AR E TERRA


Em São Paulo, ambas operam no moderno e espaço Terminal 3, mas a Tam ainda precisa melhorar muito. Ela concentrou o atendimento de check in para a classe executiva de todos os seus voos em uma só área. E, como a maioria dos voos são à noite, lá pelas 20h a fila é bem grande e lenta.

Conclusão: na Lufthansa, mesmo com menos espaço, o check-in é bem mais rápido. O mesmo ocorre em Frankfurt. A alemã tem guichês espalhados por todo o Terminal 1 e o passageiro jamais perde tempo em filas.

Na Tam, os guichês ficam em uma área do Terminal 1 bastante afastada da zona de embarque para os voos da companhia. Além disso, havia apenas um atendente. Como houve problemas com o passageiro à minha frente, eu e os outros tivemos de fazer check-in na área da econômica. Pelo menos, a fila não estava muito grande.


Ambas oferecem prioridade para o raio-X em Frankfurt, mas de nada adianta. Foram implementadas recentemente máquinas de escâner corporal no aeroporto. Na zona de embarque para os voos a São Paulo de Tam e Lufthansa, que é a mesma, há três, duas para os passageiros da econômica e uma para a executiva.

Porém, isso não funciona. Todos os passageiros acabam ficando divididos entre as três filas, que são gigantescas. Os funcionários nada fazem, pois, na verdade, as três máquinas são totalmente insuficientes para a quantidade de passageiros. O procedimento acaba levando de 30 a 40 minutos.

Já na chegada, alívio: a entrega das malas tem sido rápida no caso das duas companhias.


VEREDICTO: Lufthansa

ALIMENTAÇÃO

O serviço de bordo da Lufthansa é melhor. Com a reformulação da classe executiva, os funcionários também ficaram mais atenciosos. Além disso, a qualidade da comida é superior à oferecida pela Tam.


O modo de servir da Lufthansa também me agrada mais. Primeiro vem a entrada, depois o prato principal e, por fim, a sobremesa. A Tam serve tudo junto: salada, sopa, entrada, prato principal. Só a sobremesa vem separadamente.

Embora isso garanta agilidade, o que pode aumentar, por exemplo, o tempo para dormir ou desfrutar da programação do sistema de entretenimento, é um tanto desconfortável. Fica tudo amontoado na bandeja e, eventualmente, são necessários alguns malabarismos do passageiro.

VEREDICTO: Lufthansa


CONCLUSÃO

Embora a Tam tenha melhorado muito com a classe executiva reformulada, a Lufthansa é, no geral, uma companhia bem superior. Uma das melhores do mundo, aliás.

Os preços são semelhantes, mas a alemã é um pouco mais cara. Para saídas em novembro, a Lufthansa tem tarifas a partir de cerca de R$ 11,4 mil e a Tam, de R$ 10,6 mil (ida e volta de São Paulo a Frankfurt).


Para abril de 2016, a diferença aumenta. Os voos da Lufthansa partem de R$ 14,6 mil e os da Tam, de R$ 12,2 mil.

A Tam terminou há cerca de dois meses a reformulação da cabine de todos os Boeing 777, que operam entre São Paulo e os principais destinos europeus (como Milão, Londres e Madri). Já o 747-800 da Lufthansa faz as rotas São Paulo – Frankfurt – São Paulo e Rio de Janeiro – Frankfurt – Rio de Janeiro.

 


 

Newsletter Jornal do Carro - Estadão

Receba atualizações, reviews e notícias do diretamente no seu e-mail.

Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de privacidade de dados do Estadão e que os dados sejam utilizados para ações de marketing de anunciantes e o Jornal do Carro, conforme os termos de privacidade e proteção de dados.
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.