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Freou em cima do radar? O novo Doppler vai te pegar; entenda
Legislação

Freou em cima do radar? O novo Doppler vai te pegar; entenda

Radares Doppler vão intensificar fiscalização, pois são capazes de identificar infrações de trânsito a 100 metros de distância

Vagner Aquino, especial para o Estadão

20 de mai, 2024 · 5 minutos de leitura.

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Multas devem aumentar com implantação de nova tecnologia
Crédito:DER-MG/Reprodução

Há um tempo se falava que os radares de velocidade média (usados na Europa e com testes feitos no Brasil) eram contra a lei por aqui, afinal, não existe regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para uso no País. Mas o governo, como de praxe, deu um jeito e já conseguiu uma nova tecnologia para multar quem trafega acima da velocidade mesmo quando estiver longe do equipamento. Nesse sentido, o governo paulista vai instalar novos radares com o chamado efeito Doppler.



Em síntese, os radares Doppler usam ondas eletromagnéticas. Elas são capazes de detectar veículos acima do limite de velocidade mesmo com 100 metros de distância (antes ou depois) do respectivo equipamento. A ideia é identificar motoristas que freiam em cima do radar para evitar a infração.

E não para por aí. Esse tipo de radar também dedura outras infrações de trânsito. Dentre elas, passar com o semáforo vermelho, usar celular ao volante, fazer conversão proibida, trafegar pela contra-mão e, também, identifica quem para em cima da faixa de pedestres.

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Nada se fala em cronograma e locais de implantação do novo método, mas a ideia é que operem até o início do ano que vem, em São Paulo. De acordo com reportagem do Uol, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) afirma que já existem radares do tipo em operação na capital paulista. Esse tipo de equipamento já existe em 24 Estados do Brasil.

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Renato Próspero/SMCS

Homologação e aferição

Além de flagrar os infratores, mesmo de longe, os novos radares têm como vantagem frente ao modelo convencional a não necessidade de instalação de laços físicos no asfalto. Isso não exige obstrução de via para implantação e manutenção, por exemplo, o que evita congestionamento. Entretanto, cabe lembrar que, além de modificação no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a medida precisaria de regulamentação, critérios de fiscalização e homologação para o início das operações.


Nesse ínterim, em junho de 2023, o Mobilidade publicou matéria sobre esses equipamentos que, à época, estariam homologados por uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Além disso, haveria “aferição periódica”, conforme resolução do Contran.

Para onde vai o dinheiro das multas?

Os radares Doppler têm a intenção de aumentar a segurança nas estradas e, consequentemente, reduzir os acidentes causados por imprudência. Contudo, resta torcer para que a consequente arrecadação extra com multas melhore, de fato, o que precisa ser melhorado na maior cidade do Brasil.

De acordo com o artigo 320 do CTB, a receita (ganhos com multas) deve ser aplicada, exclusivamente, em ações voltadas para o trânsito. Dentre elas, sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização, educação no trânsito etc. Ademais, 5% do valor precisa ser depositado, mensalmente, na conta de um fundo nacional destinado à segurança e educação no trânsito. Por fim, o órgão responsável deve prestar contas sobre a receita arrecadada, bem como sua destinação.


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