No começo de 2023, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabeleceu novas leis para o uso de insulfilm nos veículos. Aliás, películas automotivas, porque “insulfilm” é o nome de um fabricante do produto. Pois chegando no fim do ano, vamos revisitar esse assunto e entender o que mudou, bem como quais são os tipos de películas e o processo para fazer a aplicação desse material.
Atualmente, o interessado em aplicar películas nos vidros do carro procura algo além da segurança. Pode ser, por exemplo, para a redução de calor a bordo, para a proteção contra raios solares ou mesmo por diversos fatores – como câncer de pele. Tem a estética do veículo. Mas, para começar, importante verificar a situação das películas que já estão instaladas nos vidros. Em alguns casos, recomenda-se fazer a troca a cada cinco anos.
O que mudou?
Em janeiro de 2023, o Contran atualizou o percentual mínimo de lux exigido para atravessar a película. De acordo com a resolução 989/2022, agora é permitido 70% de transparência independentemente da cor do material. Antes era de 75%. A regra serve para as principais áreas que fazem parte da visão do motorista. Como, por exemplo, o para-brisas. Já no caso dos vidros traseiros, o mínimo permitido continua sendo 28%. Além disso, está proibido manter películas que estejam com bolhas.
Por fim, o Contran proibiu a utilização de alguns tipos de película. Em específico a refletiva ou opaca, que impedem a passagem de luz. A exigência vale para todo o veículo. Segundo o órgão, apenas vidros do teto e blindados estão isentos das novas regras.
A fiscalização e a punição em caso de irregularidade ficam a cargo da Polícia Militar dos Estados e do Distrito Federal. Portanto, quem for pego fora da lei comete infração grave. Conforme determina o artigo 230 do CTB, o infrator está sujeito à multa de R$ 195,23 e cinco pontos na CNH. Além disso, o veículo pode ficar retido se não for possível retirar o insulfilm no local.
Tipos de insulfilm
Em relação à aplicação do insulfilm, muitas empresas preferem não abrir custos. Afinal, o produto dolarizado fica com preços flutuantes. Fora que cada carro tem um valor, pois tudo depende da área envidraçada. Quanto maior o carro, mais trabalho e maior o preço.
De acordo com os especialistas da área, não é só a quantidade de vidros do veículo que difere o valor do trabalho. Leva-se em consideração, também, as tonalidades (conhecidas como G5, G20, G35, G50 e G70) do insulfilm, bem como os tipos de película existentes no mercado, que variam ainda em qualidade, espessura e marca. Por exemplo, existem desde as econômicas até as películas antivandalismo, que são mais resistentes e protegem melhor os vidros.
Tem ainda as películas de carbono e cerâmica. O produto feito de cerâmica tem a mais alta qualidade do mercado, pois não contém metal ou corante. No lugar, utiliza partículas de cerâmica que são não metálicas e não condutores. Por isso, tem preço mais caro.
Insulfilm antivandalismo é mais caro
As películas antivandalismo são uma excelente opção para quem deseja uma maior segurança. Por conter material mais rígido, feito de poliéster, o produto segura os estilhaços do vidro quando quebrado, o que dificulta a ação dos bandidos. Mas cabe um parêntese. As películas antivandalismo, por exemplo, não têm a mesma função da blindagem, ou seja, não são à prova de balas. Assim, o produto garante somente maior resistência ao vidro do veículo, porém não o torna impenetrável.
De acordo com oficinas consultadas, o material – que pode ter camada de proteção contra raios ultravioleta – tem custo variado de aplicação. Algumas empresas consideram o tipo de carro e a área envidraçada do modelo. Outras cobram mais caro para remover o antigo insulfilm.
Há diversos tipos, marcas e modelos de insulfilm antivandalismo. Mas o que muda, de fato, é a espessura da película. Quanto mais larga, maior o nível de proteção. O tipo PS2, por exemplo (sigla de “Película de Segurança”) têm espessura mais fina, com 0,02 milímetros. E o filme pode, ainda, ter tonalidade transparente ou escurecida. E isso naturalmente precisa cumprir a legislação. Entenda.
Como funciona?
Apesar de exigir técnica, a aplicação de películas nos veículos é um serviço simples. A princípio, usa-se um soprador térmico para amolecer a cola do material. Na sequência, os cantos devem ser retirados. Por fim, é só puxar a película. Mas o processo requer cuidados. O excesso de cola é retirado com produtos específicos e lâmina especial que não arranha os vidros. Na sequência, os profissionais limpam as superfícies para fazer a aplicação.
O ideal é não tentar fazer o procedimento em casa com secadores de cabelos, lâminas e outros produtos, como álcool. Afinal, a má utilização das ferramentas e produtos pode provocar acidentes e riscar os vidros. É como diz o ditado: “o barato sai caro”.
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