Primeira Classe

Um carro de corrida que não precisa de piloto

Na última etapa do DTM, em Hockenheim, no dia 19, Audi RS7 que dispensa piloto dará voltas na pista antes da corrida

Rafaela Borges

09 de out, 2014 · 4 minutos de leitura.

Um carro de corrida que não precisa de piloto
Crédito: Na última etapa do DTM, em Hockenheim, no dia 19, Audi RS7 que dispensa piloto dará voltas na pista antes da corrida

Pilotos, seus dias estão contados. Fernando Alonso: ou você ganha logo seu tão sonhado terceiro título, ou terá de se contentar com o bicampeonato, pois, em breve, você não será mais necessário.

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Brincadeiras à parte, é mais ou menos esta a proposta que a Audi vai mostrar no dia 19 outubro, no encerramento do Campeonato Alemão de Turismo (DTM), em Hockenheim, na Alemanha.

Antes da corrida decisiva, o Audi RS7 Sportback piloted driving concept – sim, este é o nome do protótipo – entrará na pista sem piloto. Teremos, dando voltas no circuito, um carro de corrida autônomo.

De acordo com a Audi, o carro será capaz de dar giros a um ritmo bem semelhante ao dos pilotos da DTM, atingindo velocidade máxima de 240 km/h. Aguardamos o dia 19 para conferir se isso é realmente possível.


Porém, para a felicidade de quem gosta de automobilismo, a Audi está utilizando a pista apenas para provar a eficiência do sistema autônomo, “capaz de guiar o carro quase como um piloto”. Mas imaginem uma corrida de carros autônomos. E se houver disputa de posição? O “robô” estará preparado para isso? A preferência é de quem na curva? Pode dar fechada ou não pode?

Dá para imaginar um robô programado para ter uma reação a todas essas variáveis? Impossível, vai. Ou talvez seja possível, sei lá. A indústria inventa coisas que, décadas atrás, pareciam inconcebíveis.

Mas, sinceramente, espero que jamais seja possível. Porque ficaria chato, muito chato.


Carros autônomos nas ruas são inevitáveis e a maioria das montadoras já trabalha nesta solução. Talvez, esses modelos, que dispensam motorista, venham a melhorar o trânsito e aprimorar a segurança – embora os sistemas eletrônicos que tornam a tecnologia autônoma possível estejam sempre sujeitos a falhas.

Mas, nas corridas? Ah, não! Imaginem a Fórmula 1 com briga só entre carros, sem disputa entre dois ou mais grandes pilotos. O que seria a Fórmula 1 sem grandes rivalidades, como Lauda x Hunt, Prost x Senna, Vettel x Alonso?

Mesmo nas categorias em que a disputa é mais voltada aos carros e às marcas, como o DTM e o Campeonato Mundial de Turismo (WEC), essa solução não seria interessante. Pois corridas têm um quê de esporte, e ganha aquele time que consegue ter o melhor casamento entre um carro perfeito e um piloto espetacular, com sangue nos olhos, que dá o sangue para superar seus adversários.


Corrida mecanizada, com robôs, não tem graça. É fria. Por mais que o mundo esteja ficando cada vez mais cheio de regrinhas, é essencial manter o fator humano nas competições. Porque é ele que determina a emoção.

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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.