Pilotos, seus dias estão contados. Fernando Alonso: ou você ganha logo seu tão sonhado terceiro título, ou terá de se contentar com o bicampeonato, pois, em breve, você não será mais necessário.
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Brincadeiras à parte, é mais ou menos esta a proposta que a Audi vai mostrar no dia 19 outubro, no encerramento do Campeonato Alemão de Turismo (DTM), em Hockenheim, na Alemanha.
Antes da corrida decisiva, o Audi RS7 Sportback piloted driving concept – sim, este é o nome do protótipo – entrará na pista sem piloto. Teremos, dando voltas no circuito, um carro de corrida autônomo.
De acordo com a Audi, o carro será capaz de dar giros a um ritmo bem semelhante ao dos pilotos da DTM, atingindo velocidade máxima de 240 km/h. Aguardamos o dia 19 para conferir se isso é realmente possível.
Porém, para a felicidade de quem gosta de automobilismo, a Audi está utilizando a pista apenas para provar a eficiência do sistema autônomo, “capaz de guiar o carro quase como um piloto”. Mas imaginem uma corrida de carros autônomos. E se houver disputa de posição? O “robô” estará preparado para isso? A preferência é de quem na curva? Pode dar fechada ou não pode?
Dá para imaginar um robô programado para ter uma reação a todas essas variáveis? Impossível, vai. Ou talvez seja possível, sei lá. A indústria inventa coisas que, décadas atrás, pareciam inconcebíveis.
Mas, sinceramente, espero que jamais seja possível. Porque ficaria chato, muito chato.
Carros autônomos nas ruas são inevitáveis e a maioria das montadoras já trabalha nesta solução. Talvez, esses modelos, que dispensam motorista, venham a melhorar o trânsito e aprimorar a segurança – embora os sistemas eletrônicos que tornam a tecnologia autônoma possível estejam sempre sujeitos a falhas.
Mas, nas corridas? Ah, não! Imaginem a Fórmula 1 com briga só entre carros, sem disputa entre dois ou mais grandes pilotos. O que seria a Fórmula 1 sem grandes rivalidades, como Lauda x Hunt, Prost x Senna, Vettel x Alonso?
Mesmo nas categorias em que a disputa é mais voltada aos carros e às marcas, como o DTM e o Campeonato Mundial de Turismo (WEC), essa solução não seria interessante. Pois corridas têm um quê de esporte, e ganha aquele time que consegue ter o melhor casamento entre um carro perfeito e um piloto espetacular, com sangue nos olhos, que dá o sangue para superar seus adversários.
Corrida mecanizada, com robôs, não tem graça. É fria. Por mais que o mundo esteja ficando cada vez mais cheio de regrinhas, é essencial manter o fator humano nas competições. Porque é ele que determina a emoção.
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